segunda-feira, 14 de março de 2022

TRÊS OBRAS DE DALCIDIO JURANDIR SÃO REEDITADAS E TEM A COORDENAÇÃO DE PABLO JORDÃO DE PÃO

 



PALAVRAS DE JORDAO PABLO DE PÃO: AS TRÊS OBRAS DE DALCIDIO JURANDIR CUJA REPUBLICAÇÃO COORDENEI, em um trabalho que deu início a uma reaproximação da Casa de Cultura que leva seu nome com o povo de sua Belém. E que emoção lançar esses trabalhos na Feira Pan Amazônica do Livro! Uma verdadeira celebração da literatura nacional!

 

COMENTÁRIO DE ALBERTO ARAÚJO: Isso é Cultura Pura e intercâmbio cultural que muito admiro. São essas atitudes que fazem acreditar que a Cultura está viva e a cada dia está inserida em nossos poros. Dalcídio Jurandir tem um valor histórico na cultura Brasileira. Parabéns, confrade Jordão Pablo de Pão. ALBERTO ARAÚJO.

 

 

DALCÍDIO JURANDIR

 

Em 10 de janeiro de 1909, na Vila de Ponta de Pedras (Ilha do Marajó, PA), nasceu Dalcídio Ramos Pereira, que viria a se consagrar no campo literário como Dalcídio Jurandir. Filho de Alfredo Pereira e Margarida Ramos, nasceu em um chalé à beira do rio, ainda hoje existente. Em 1910, mudou-se para Vila de Cachoeira, na mesma ilha. Ali passou sua infância, aprendendo com sua mãe as primeiras letras.

 

Em 1916, passou a frequentar a Escola Mista Estadual. Fez o curso primário do Professor Francisco Leão, em 1921. No ano seguinte, partiu para Belém, onde se matriculou no 3º ano elementar do Grupo Escolar Barão do Rio Branco.

 

Obtém o certificado de estudos primários, em 1924. Matricula-se, no ano seguinte, no Ginásio Paes de Carvalho. Antes de completar o segundo ano, em 1927, cancelou sua matrícula e viajou para o Rio de Janeiro (RJ), a bordo do navio do Loide, Duque de Caxias, em 1928.

 

No Rio, enfrentou dificuldades ao chegar. Foi lavador de pratos no Café e Restaurante São Silvestre, no bairro da Saúde. Conseguiu, após um breve tempo, o lugar de revisor na revista "Fon-Fon", onde colaborou sem remuneração. Voltou a Belém no mesmo navio, tendo aproveitado a viagem para ler livros de clássicos portugueses e de poetas nacionais, que lhe foram emprestados por seu amigo, Dr. Raynero Maroja.

 

Em 1929, Dr. Raynero, como Intendente Municipal de Gurupá, no Baixo Amazonas, nomeou-o Secretário Tesoureiro da Intendência Municipal. Segue para Gurupá em outubro. Lá escreveu a primeira versão de "Chove nos campos de Cachoeira".

 

Em novembro de 1930, deixou o cargo para trabalhar na região das Ilhas, município de Gurupá, às margens do rio Baquiá, de propriedade de Pais Barreto, que se tornara seu amigo e ensinara as primeiras letras a seus dois filhos.

 

Em 1931, conclui um livro de contos e um romance, nos quais narra lembranças da infância em Marajó. Fez versos e descreveu paisagens. Retornou a Belém, sendo nomeado auxiliar de gabinete da Interventoria do Estado. Colaborou com vários jornais e revistas, como "O Imparcial", "Crítica" e "Estado do Pará" e, no ano seguinte, na "Guajaramirim" e "A Semana". Comunista assumido participou ativamente do movimento da Aliança Nacional Libertadora. Foi preso em 1935, tendo ficado dois meses no cárcere.

 

Em 1937, foi preso novamente e ficou três meses detido. Somente em 1938 retornou a Marajó, reassumindo suas funções na Diretoria de Educação e Ensino, tendo sido designado a exercer a comissão de Inspetor Escolar em Salvaterra. Reescreve o livro "Chove nos campos de Cachoeira" e, também, concluiu seu segundo romance, "Marinatambalo", publicado sob o título de Marajó. Colabora nas revistas "Terra Imatura" e "Pará Ilustrado".

 

Em 1940, foi agraciado com o Prêmio Dom Casmurro de Literatura, concedido pelo jornal de mesmo nome e pela Editora Vecchi, com o romance "Chove nos Campos de Cachoeira". Faziam parte do júri, entre outros, Oswald de Andrade, Rachel de Queiroz e Álvaro Moreira.

 

Voltou ao Rio de Janeiro, em 1941, onde seu livro premiado foi lançado. Retorna a Belém e passou a trabalhar na Delegacia de Recenseamento. No final do ano viajou para o Rio de Janeiro, onde passou a exercer, em 1942, intensa atividade jornalística em "O Radical" e "Diretrizes", sendo que neste último atuava como redator, repórter e colunista.

 

Em 1944, fechado o semanário "Diretrizes", passou a redigir textos publicitários e legendas para filmes de educação sanitária no Serviço Especial de Saúde Pública – SESP. Colabora com o "Diário de Notícias", no "Correio da Manhã" e na revista "Leitura".

 

Em 1945 e 1946, fez parte da redação do jornal "Tribuna Popular" e colaborou nos jornais "O Jornal", "A classe operária" e na revista "O Cruzeiro".

 

No ano seguinte, seu livro "Marajó" foi editado pela Livraria José Olympio Editora.

 

Pela "Imprensa Popular", em 1950, foi ao Rio Grande do Sul fazer uma pesquisa acerca do movimento operário do porto do Rio Grande.

 

Desse trabalho surgiu seu livro "Linha do Parque", escrito entre 1951 e 1955.

 

Viajou a União Soviética, em 1952.

 

Foi ao Chile, em 1953, onde participou do Congresso Continental de Cultura.

 

Em 1956, no seminário "Para Todos", trabalhou ao lado de Jorge Amado, como redator.

 

Lança pela Livraria Martins Editora, seu terceiro romance: "Três casas e um rio", em 1958.

 

Publica, em 1959, o romance "Linha do Parque", pela Editora Vitória.

 

No ano seguinte, publica "Belém do Grão Pará", pela Livraria Martins Editora. Recebeu o Prêmio Paula Brito, da Biblioteca do Estado da Guanabara, e o Prêmio Luiz Cláudio de Souza, criado pelo Pen Club do Brasil.

 

A edição russa do romance "Linha do Parque" é lançada em Moscou no ano de 1962, com apresentação de Jorge Amado.

 

Publica, em 1963, "Passagem dos inocentes", pela Livraria Martins Editora.

 

Termina de escrever "Os habitantes", em 1967.

 

Em 1968, lança pela Livraria Martins Editora, "Primeira manhã", e conclui "Chão de Lobos", penúltimo romance da série "Extremo-Norte".

 

O último romance da série acima citada, "Ribanceira", é concluído em 1970.

 

Pela Livraria Martins Editora publica, em 1971, o romance "Ponte do Galo". Aposentou-se, como escritor.

 

Em 1972, a Academia Brasileira de Letras concede ao autor o Prêmio Machado de Assis de Literatura, pelo conjunto de sua obra, que lhe foi entregue por Jorge Amado.

 

Recebe, em 1974, do Governo do Estado do Pará, o título honorífico de "Honra ao Mérito".

 

A segunda edição de seu romance "Chove nos campos de Cachoeira" é lançada em 1976 pela Livraria Editora Cátedra. "Os habitantes" é publicado pela Editora Artenova. Lançou, também, pela Record, o livro "Chão dos lobos". Fez diversas viagens a nações da América do Sul e a países socialistas e europeus.

 

"Ribanceira" foi publicado, pela Record, em 1978, e, no ano seguinte, a segunda edição de "Marajó", pela Cátedra.

 

No dia 16 de junho de 1979, o escritor falece na cidade do Rio de Janeiro (RJ), sendo sepultado no Cemitério de São João Batista.

 

A prefeitura de Belém homenageia o autor, dando seu nome a uma praça pública naquela cidade.

 

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Dr. Israel Klabin, dá seu nome a uma rua no Condomínio Riviera dei Fiori, na Barra da Tijuca.

 

Em Ponta de Pedras, sua cidade natal, há uma escola com seu nome.

 

Em 2001 concorre com demais personalidades ao título de "Paraense do Século". No mesmo ano, em novembro, é realizado o Colóquio Dalcídio Jurandir, homenagem aos 60 anos da primeira publicação de Chove nos Campos de Cachoeira.

 

Em 2003, foi criado o Instituto Dalcídio Jurandir, na Casa de Rui Barbosa, na cidade do Rio de Janeiro. O Instituto foi idealizado pelo Professor Ruy Pinto Pereira, que é seu presidente. Na ocasião, todo o acervo do autor foi doado por seus filhos — Margarida e José Roberto — para o Arquivo–Museu de Literatura Brasileira daquela Casa.

 

Em 2003, seus herdeiros doaram o acervo do escritor à Fundação Casa de Rui Barbosa — mais de 750 livros de sua biblioteca, correspondências com Jorge Amado, Graciliano Ramos e Cândido Portinari, além de originais de seus romances. No mesmo ano, foi fundado o Instituto Dalcídio Jurandir, na cidade do Rio de Janeiro, que em 2008 seria extinto e em seu lugar criada a Casa de Cultura.

 

Dalcídio Jurandir, na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, assumindo como presidente José Roberto Freire Pereira e como vice-presidente Margarida Pereira Benincasa, ambos seus filhos.

 

Em 2004, Dalcídio foi o patrono da VIII Feira Pan-Amazônica do Livro, ocorrida entre 17 e 26 de setembro daquele ano.

 

Em 2008, o Governo do Estado do Pará, instituiu o Prêmio de Literatura Dalcídio Jurandir.

 

Em 2009 comemorou-se o centenário do escritor. ´Recebeu homenagens em várias instituições como Academia Brasileira de Letras, Universidade Federal Fluminense, Academia Niteroiense de Letras, Instituto Histórico Geográfico-Niterói, União Brasileira de Escritores.

 

Pela segunda vez, patrono da XIII Feira Pan Amazônica do Livro.

 

Em 2011 reeditado o livro Chove nos Campos de Cachoeira pela 7 Letras Editora.

 

Em 2015, os herdeiros assinam contrato com a Produtora Matizar, para produção do filme documentário sobre a vida e obra da escritor.

 

Em 2016, reedição dos livros, Marajó, Primeira Manhã e Belém do Grão Pará, Marques Editora para o projeto Dalcidio Jurandir nas Escolas.

 

Em 2017, é reeditado o livro Ponte do Galo pela Para.grafo Editora.



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