O
REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA, tradicional biblioteca e instituição
cultural lusófona, localiza-se na Rua Luís de Camões nº 30, no centro da cidade
do Rio de Janeiro, Brasil. Encontra-se tombado pelo Instituto Estadual do
Patrimônio Cultural.
A
instituição foi fundada em 1837 por um grupo de quarenta e três imigrantes
portugueses, refugiados políticos, para promover a cultura entre a comunidade
portuguesa na então capital do Império. Foi a primeira associação desta
comunidade na cidade.
O
edifício da atual sede, projetado pelo arquiteto português Rafael da Silva e
Castro, foi erguido entre 1880 e 1887 em estilo neomanuelino. Este estilo
arquitetônico evoca o exuberante estilo gótico-renascentista vigente à época
dos Descobrimentos portugueses, denominado como manuelino em Portugal por haver
coincidido com o reinado de D. Manuel (r. 1495–1521).
O
Imperador D. Pedro II (1831–1889) lançou a pedra fundamental do edifício em 10
de junho de 1880, e sua filha, a Princesa Isabel, junto com seu marido, o Conde
d'Eu, inauguraram-no em 10 de setembro de 1887.
SALA
DE LEITURA
A
fachada, inspirada no Mosteiro dos Jerônimo de Lisboa, foi trabalhada por
Germano José Salle em pedra de lioz em Lisboa e trazida de navio para o Rio. As
quatro estátuas que a adornam retratam, respectivamente, Pedro Álvares Cabral,
Luís de Camões, Infante D. Henrique e Vasco da Gama. Os medalhões da fachada
retratam, respectivamente, os escritores Fernão Lopes, Gil Vicente, Alexandre
Herculano e Almeida Garrett.
O
interior também segue o estilo neomanuelino nas portadas, estantes de madeira
para os livros e monumentos comemorativos. O teto do Salão de Leitura tem um
belo candelabro e uma claraboia em estrutura de ferro, o primeiro exemplar
desse tipo de arquitetura no Brasil. O salão possui também um belíssimo
monumento de prata, marfim e mármore (o Altar da Pátria), de 1,7 metros de
altura, que celebra a época dos descobrimentos, realizado na Casa Reis &
Filhos no Porto pelo ourives António Maria Ribeiro, e adquirido em 1923 pelo Real
Gabinete.
Aberta
ao público desde 1900, a biblioteca do Real Gabinete possui a maior coleção de
obras portuguesas fora de Portugal. Entre os cerca de 350 000 volumes,
nacionais e estrangeiros, encontram-se obras raras como um exemplar da edição
"princeps" de Os Lusíadas de Camões (1572), as Ordenações de D.
Manuel (1521), os Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram
(1539), a Verdadeira informaçam das terras do Preste Joam, segundo vio e
escreveo ho padre Francisco Alvarez (1540), um manuscrito da comédia "Tu,
só tu, puro amor" de Machado de Assis, e muitas outras. Anualmente, recebe
cerca de seis mil títulos de Portugal. Há também uma importante coleção de
pinturas de José Malhoa, Carlos Reis, Oswaldo Teixeira, Eduardo Malta e
Henrique Medina. Diariamente, recebe, em média, cento e cinquenta visitantes.
Entre os seus visitantes ilustres, do passado, encontram-se os nomes de Machado
de Assis, Olavo Bilac e João do Rio.
CANDELABRO
DA SALA DE LEITURA
O
Real Gabinete edita a revista Convergência Lusíada (semestral) e promove cursos
sobre Literatura, Língua Portuguesa, História, Antropologia e Artes, destinados
principalmente a estudantes universitários.
A
história da Academia Brasileira de Letras está ligada à do Real Gabinete, uma
vez que as cinco primeiras sessões solenes da Academia, sob a presidência de
Machado de Assis, foram aqui realizadas.
A
5 de julho de 1946 foi feito Oficial da Ordem Militar de Cristo, a 19 de agosto
de 1947 foi feito Comendador da Ordem de Benemerência, a 9 de abril de 1981 foi
elevado a Membro-Honorário da Ordem Militar de Cristo e a 13 de julho de 1990
foi feito Membro-Honorário da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
SELO
DO REAL GABINETE EM EDIÇÃO ANTIGA DE OS LUSÍADAS
Em
julho de 2014 a biblioteca foi listada em 4.ª posição dentre as 20 mais lindas
bibliotecas do mundo segundo a revista Time (revista). A publicação destacou
sua história, arquitetura e rico acervo de obras lusófonas.
FONTE:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Real_Gabinete_Portugu%C3%AAs_de_Leitura
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