FICOU EXPOSTA AO PÚBLICO DE 24 DE NOVEMBRO DE 2017 A 27 DE MAIO DE 2018.
Estava em Lisboa a primeira grande exposição de MAURITS CORNELIS ESCHER, o artista holandês especialmente acarinhado por matemáticos e hippies, incompreendido por outros. Está localizado no Museu de Arte Popular, em Belém, um dos poucos edifícios que ficaram da Exposição do Mundo Português, promovida pelo Estado Novo.
Reunindo 200 obras originais deste artista gráfico holandês (1898-1972) de renome mundial, a exposição oferece igualmente ao público a possibilidade de enriquecer sensorialmente o seu contacto direto com a obra de Escher através de um grande conjunto de equipamentos didáticos, experiências científicas e muitas outras surpresas.
Com curadoria de Mark Valdhuisen – Diretor-Geral da
M. C. Escher Company e Federico Giudiceandrea especialista na obra de Escher a
exposição dá conhecer os vários períodos que caraterizam a produção do artista,
marcada por verdadeiras obras-primas como “Mão com Esfera mão com esfera
reflexiva”, “Relatividade” (ou Casa das Escalas) e “Belvedere”.
MAURITS CORNELIS ESCHER nasceu em 17 de Junho de
1898, em Leeuwarden, na Holanda.
Em 1919, frequentou a Faculdade de Arquitetura e
Artes Decorativas de Haarlem mas nunca obteve bons resultados tendo mudado para
artes decorativas, onde adquiriu uma boa base em desenho. Ainda em 1922
mudou-se para Itália, primeiro Siena e depois Roma, onde desenvolveu o gosto
por intrincados desenhos decorativos baseados em simetrias geométricas. Faleceu
em 27 de Março de 1972.
Em 1935, por motivos políticos (Itália era então
governada por Mussolini), a família deixou a Itália e mudou-se para
Château-d’Oex na Suíça, onde permaneceu dois anos. Escher, que desde muito novo
sofria de graves problemas de saúde, refugiou-se, em 1970, na
Casa-de-rosa-Spier, em Laren, na Holanda, uma casa onde os artistas idosos
podiam ter os seus próprios estúdios e beneficiar de cuidados de saúde.
AS OBRAS DE ESCHER, UMA SIMBIOSE ENTRE A ARTE E A MATEMÁTICA.
Apesar de, segundo as suas próprias palavras, ESCHER
se sentir infeliz muitas noites por se considerar incapaz de concretizar as
suas visões, nunca deixou de se maravilhar face à infinita capacidade que a
vida tem de criar beleza.
O poder atrativo dos trabalhos de ESCHER não tem
parado de aumentar desde a sua morte, tal como a popularidade dos seus livros e
os milhares de reproduções que são vendidas anualmente.
Qualquer ideia que lhe ocorria tinha de ser
exaustivamente explorada, por vezes ao longo de vários meses.
ESCHER deliciou-se e delicia-nos com o fato de representar o espaço, que é tridimensional, num plano bidimensional, como a folha de papel, criando assim figuras impossíveis, representações distorcidas e paradoxais.
Posteriormente foi considerado um grande matemático
geométrico devido à sua capacidade de nos mostrar a matemática na arte e na
vida.
ESCHER utilizou quatro tipos de transformações
geométricas: translações, rotações, reflexões e reflexões deslizantes, sempre
com resultados surpreendentes.
Além de produzir xilogravuras e litografias, também
ilustrou livros e desenhou tapeçarias, selos, postais e murais.
A MAGIA
As obras de Escher tendem a representar construções
e formas impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e
metamorfoses, recorrendo muitas vezes a padrões geométricos entrecruzados que
se transformam gradualmente para formas completamente diferentes. A magia de
Escher.
Uma característica relevante dos trabalhos de Escher é o fato de nunca se ter repetido; uma ou outra vez poderemos encontrar diversas gravuras com o mesmo tema, mas na realidade trata-se sempre de um aperfeiçoamento ou de uma variação com que ele pretendia transmitir mais clara e sucintamente uma determinada ideia.
A exposição de Maurits Cornelis, que ficou exposta no Museu de Arte Popular, em Lisboa, até 16 de Setembro de 2018, apresenta, além de litografias, também equipamentos didáticos, experiências científicas e algumas surpresas.
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