quinta-feira, 10 de março de 2022

HOMENAGEM AOS 132 ANOS DE LUZILÂNDIA - PI POR ALBERTO ARAÚJO





ATRAVÉS DO TEXTO: “CORAÇÃO DAS TERRAS NORDESTINAS” DE ALBERTO ARAÚJO O AUTOR HOMENAGEIA A SUA CIDADE NATAL PELOS 132 ANOS. PARABÉNS! ALBERTO ARAÚJO

CORAÇÃO DAS TERRAS NORDESTINAS

Diálogo peremptório entre mãe e filho...

Estou em distinto âmbito solar. Longínquo das terras piauienses. Estou aconchegado à sombra de um anjo. Armazenando-me em livros e além da carne a consumação dos meus sonhos. Tantas vezes, incauto. Tantos os meus fulgores foram surpreendidos por uma lágrima de saudade de minha terra natal. Mas na memória das expressões e declarações, sempre soube que minha textura nostálgica seria eternizada no panorama das minhas lembranças. E que as tardes mornas destilariam aos poucos as ramagens e espectros de meu sol reminiscente. Porém, veio-me o contentamento. Ao olhar para o tempo incidido, reconheci que a seiva do fogo do meu poetar, esse corpo frêmito que me consome e o crepitar dos meus pulsos, quando nas searas dos intricados sóis, foram cicatrizados pelas águas do Velho Monge e que minha mãe Maria me concedeu a sua bênção.

- Abençoa-me, minha mãe! Peço a sua bênção, pois quero seguir o meu caminho, quero ser feliz. É que encontrei a musa de o meu caminhar e com ela quero constituir uma videira de cristalizadas folhas, flores e frutos. Suportei sozinho o vazio de minha ossatura por muitos anos. Despojado das delícias do amor, com a boca sedenta de beijos e com o âmago cheio de réstias de terra ávida, queria residir à sombra da aliança matrimonial. O meu viço e sangue "fungavam" pelos penteados da estrela lunar. E convencido que no interior do grão corporal o nosso amor já se amavam à distância.

 - Abençoa-me Mãe Maria, levarei comigo esse cheiro de café, indivisível aroma, que nas manhãs febris, adere-se na parede do sol. Estou longe, mas não esquecerei a cor do arrebol de minha juventude. E esse terço de brilhantes em tuas mãos? Rezas por mim, minha mãe Maria... - Ó, meu filho amado, ide pela claridade da lamparina, acendendo os viajardes dosséis. Firme-se e nunca jorre a inverdade, nos cultivos de nenhuma pessoa. Também, acreditas que além das tempestades de uma tormenta encorpada, as compotas das labaredas escutam a sonoridade da carne e da essência.

- Mãe Maria eu seguirei os teus ensinamentos de humildade e modéstia, riachos de sabedoria que qualquer doutor, com diploma e medalhões não saberá compreender. E que acoplados de lâminas e punhais estão alinhavados em minha alma e coração. Estou feliz e junto a mim, estão: à greta da ternura, o giz da poesia e o mapa do coração ditoso. Porém, além das benevolências, das alcatifas da lucidez, sou um eterno aprendiz... No sagrado verbo do coração, o pão e o vinho do Nosso Senhor Jesus Cristo. E convicto, tenho a lamparina e o fósforo para a inércia da luz. Mãe Maria, amar-te-ei para sempre.

By © Alberto Araújo – escritor, poeta e jornalista piauiense.

Uma releitura produzida em 10 de março pelo aniversário de 132 anos de sua cidade natal: Luzilândia – PI

 

  

 

HOMENAGEM DE ALBERTO ARAÚJO À CIDADE DE LUZILÂNDIA-PI SUA TERRA NATAL PELOS 132 ANOS DE EMANCIPAÇÃO MUNICIPAL. CLICAR NO LINK: https://youtu.be/IidSMzQ3xow


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