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VINCENT VAN GOGH REVISITADO: A ALMA DO ARTISTA NA
PALETA DE GILDA UZEDA
A apresentação de Gilda Uzeda no Avatar, sob o tema "Carta a Vincent: Vida e arte na humanidade", foi um espetáculo de erudição e sensibilidade, um mergulho profundo na alma de Vincent van Gogh. Com uma oratória fluida e envolvente, Gilda desvendou as camadas da vida do artista, revelando suas paixões, angústias e a busca incessante pela beleza que o impulsionava.
A palestra, mais do que uma simples biografia, foi uma viagem poética pela mente de Van Gogh, onde a dor e a alegria se entrelaçavam em cores vibrantes e pinceladas expressivas. Gilda, com sua vasta bagagem cultural, conduziu o público por essa jornada, mostrando como a vida do artista se manifestava em sua obra, como a arte era a extensão de sua alma.
O ponto alto da apresentação foi a releitura que Gilda fez das obras de Van Gogh, apresentando suas próprias telas inspiradas nos trabalhos do mestre holandês. Através de sua sensibilidade artística, Gilda capturou a essência das obras de Van Gogh, reinterpretando-as com seu próprio estilo e sua visão particular. As telas de Gilda Uzeda, expostas no Avatar, são um testemunho da força da arte, da capacidade de transcender o tempo e o espaço, de conectar almas e de inspirar novas criações.
A apresentação de Gilda Uzeda foi um presente para os amantes da arte e da literatura, um momento de reflexão e de encantamento. A palestrante, com sua erudição e sua paixão, nos convidou a olhar para a vida com os olhos da arte, a encontrar beleza nas pequenas coisas, a celebrar a criatividade e a valorizar a expressão individual.
Alberto Araújo
Focus Portal Cultural
A RESENHA DA OBRA "CARTA A VINCENT" DE GILDA UZEDA
“Carta a Vincent: A Alma e a Humanidade de um Artista” da artista plástica, escritora, acadêmica Gilda Uzeda é um livro que mergulha na alma atormentada e genial de Vincent van Gogh, um dos maiores pintores da história. Através de uma narrativa sensível e poética, a autora nos leva a uma jornada íntima pela vida do artista, explorando suas angústias, paixões e o profundo amor pela arte.
O livro nos apresenta um Van Gogh humano, com suas fragilidades e grandezas. Através de suas cartas, podemos sentir a intensidade de suas emoções, a paixão pela pintura e a busca incessante por um sentido na vida.
A narrativa nos transporta para o universo do artista, revelando seus pensamentos, suas angústias e sua visão única do mundo. O livro destaca a importância da arte como forma de expressão e de busca por sentido, mostrando como Van Gogh encontrou na pintura uma forma de lidar com seus próprios demônios.
"Carta a Vincent" nos convida a refletir sobre a natureza da arte e o papel do artista na sociedade. O livro nos mostra que a genialidade muitas vezes caminha lado a lado com a dor e a solidão. A obra nos lembra de que a arte é uma forma de expressão humana fundamental, capaz de nos conectar com nossas emoções mais profundas e nos fazer refletir sobre a vida. "Carta a Vincent: A alma é a humanidade de um artista" é um livro emocionante e inspirador, que nos leva a uma viagem inesquecível pela alma de um dos maiores gênios da pintura.
A autora, artista plástica e escritora, nos convida a uma imersão na alma do pintor holandês, explorando sua genialidade, seus tormentos e sua busca incessante pela beleza. O livro é dividido em duas partes distintas, mas complementares.
Na primeira, A alma e a humanidade do artista", Gilda Uzeda traça um perfil biográfico de Van Gogh, revelando suas paixões, suas angústias e sua visão de mundo. A autora nos apresenta um Van Gogh humano, sensível e atormentado, que encontrou na arte uma forma de expressar sua alma e de se conectar com o mundo.
Na segunda parte, "Uma carta fantasiosa a Van Gogh", Gilda Uzeda nos presenteia com um texto poético e emocionante, em que dialoga com o pintor sobre sua vida, sua obra e sua importância para a história da arte.
A autora expressa sua admiração pela genialidade de Van Gogh, mas também sua compaixão por seu sofrimento.
Releituras que dialogam com a obra de Van Gogh. Um dos pontos altos do livro são as 10 releituras de quadros de Van Gogh, em que Gilda Uzeda demonstra sua própria genialidade e sensibilidade. As releituras são acompanhadas de telas pintadas pela autora, em um diálogo entre a obra de Van Gogh e a de Gilda Uzeda.
"Carta a Vincent: A alma e a humanidade de um artista" é uma obra que encanta e emociona. A escrita de Gilda Uzeda é poética e envolvente, e sua paixão pela arte e por Van Gogh transparece em cada página. O livro é um presente para os amantes da arte e da literatura, e uma oportunidade de conhecer mais a fundo a vida e a obra de um dos maiores gênios da pintura.
Destaques da obra: A obra mergulha na alma de Van Gogh, explorando sua genialidade e seus tormentos. A escrita de Gilda Uzeda é poética e emocionante, revelando sua paixão pela arte. As releituras de quadros de Van Gogh são um destaque da obra, demonstrando a genialidade da autora. A obra promove um diálogo entre a obra de Van Gogh e a de Gilda Uzeda.
LEIA A CARTA A VINCENT QUE A AUTORA ESCREVEU
Carta a Vincent
A noite desce nos rostos maltratados, e tu, Vincent, os chama de “Comedores de Batatas”, um nome sem graça, talvez, inspirado nos rostos sofridos e nas batatas colhidas naquele dia - até no título dos quadros tu demonstras simplicidade, espontaneidade e empatia diante das pessoas mais simples.
Em volta da mesa, tu pintas rostos cansados e sem qualquer beleza convencional; rostos que pela alquimia da tua Arte transformam-se em Beleza. São rostos com olhos perdidos como numa reza da fome... Fome de levezas, fome de belezas que não puderam sonhar, conhecer e viver. Ou, quem sabe, tu pintaste a tua própria alma faminta, mergulhada no jogo de luzes e sombras que tanto admiravas nas obras de Rembrant?
E pelas tintas escorridas da aura das tuas mãos e espalhadas nas voltas da tua vida, escoam cores, tristezas, vidas, sombras e luzes. Escoam Belezas.
Chegam a ti searas, planícies, desprendem-se sementes na manhã de um “Semeador”, esparramam-se “Colheitas”. Do teu Sol, nascem dourados “Girassóis”, e, um céu da cor dos girassóis invade as águas onde descansam escuras “Barcaças de Carvão”. Ali perto, “Ramos do Castanheiro em Flor” curvam-se na sofreguidão aflita das tuas curtas e rápidas pinceladas.
Imagino, então, chispas coloridas a se desprenderem de ti, vejo chamas a se despejarem dos teus olhos, de tuas mãos - mãos de quem tudo quer reter, olhos de quem tudo quer conter, tudo isso a extravasar, a cobrir telas, a acariciar flores, campos, gente humilde como as “Lavadeiras sob a Ponte de Langlois”.
E tu vais adiante e trazes nuvens e morros contorcidos em sofridos azuis, verdes, brancos, cinzas e lilases em meio ao “Campo de Trigo com Ciprestes”... Mas, serão mesmo nuvens, morros? Parecem ondas de um mar revolto?
Não importa, porque a tudo tu reténs e abrigas na liberdade de um impressionismo próprio e já impregnado de um expressionismo ainda não chegado - tudo já te habitando com o lacre e a chave única do carimbo definitivo da tua obra inigualável, inimitável e bela!
O tempo passa em ti, Vincent, e, de noite, tu sonhas com a cena vista entre as grades de uma pequena janela. É que viste lá fora um céu inquieto. Tu registras a “Noite Estrelada” a girar na tua alma, alma de quem está só. Tua alma gira. Astros, ar, cipreste, tudo pulsa na tua visão. Entretanto, como bom sonhador, tu voas e vais além. Porque o impossível da Arte é possível a ti que gemes ao vento com o “Olival”, que acenas aos “Ciprestes” que soam apelos. E, tu enxergas inquietações nas cores e paredes da “Igreja em Auvers”, e, mais adiante, tu te consomes em doloridos “Auto Retratos”.
Ah!... E os “Pinheiros contra o Céu Vermelho”, como foi que tu, Vincent, os plantaste daquele jeito no chão da tua tela?... Foi numa ânsia contida ...Foi numa implosão incontida, ou foi numa explosão escondida?
Chamaram-te de louco, Vincent, e tu não eras. Não, não eras. Tuas cartas testemunham a tua lucidez, bondade e imensa sensibilidade. Muitas das frases nelas encontradas revelam espiritualidade e sensibilidade à flor da pele. Tu eras bem lúcido. Apenas transcendias o horizonte da Arte e extrapolavas as fronteiras convencionais.
Então, pergunto:
__ com a Arte circulando em tuas veias, quantos
crepúsculos tu terás vivido?
__ Quantos poentes terás retratado?.
__ Em quantos finais do dia terás chorado?...
__ Quem poderá saber além da tua própria alma?
Porque a solidão nunca esteve longe de ti, e, a tal ponto ela te convulsionava, que, lucidamente, buscaste refúgio no abandono de um “Banco de Pedra” do “Jardim do Hospital de Saint-Rémy”, onde, livremente, procuraste refúgio e tratamento.
E o tempo correu, a chuva caiu, e tu iluminaste a chuva e, simplesmente, a chamaste de “Paisagem Chuvosa”. Mas, ainda e mesmo assim, no mistério da inspiração - que ninguém sabe de onde vinha ou se era permanente em ti - chamas eram capazes de se expandir da tua alma num fulgor capaz de acender a chuva em teu olhar, de acender até um “Campo de Trigo sob o Céu Encoberto”.
E tu, Vincent, ainda descobres galhos secos e troncos retorcidos em “Três Salgueiros ao Pôr do Sol” ...E, de repente, neles tu te reconheces, tu enxergas tuas paixões, toda a secura da incompreensão que te cercava.
Então, me parece ouvir tua voz aflita a dizer: É
preciso pintar esta visão! É preciso salvar esta paixão! É preciso expressar a
avassaladora impressão com que a natureza me toca e com que a vida me move!
Ah, Vincent! Quanta grandeza e espontaneidade na tua simplicidade, na tua angústia!
Quanta generosidade no teu jeito singular, ansioso
e atrapalhado de ser!
Ah, Vincent, quanta poesia no espírito da tua alma?
Na ausência de quem te entendesse, quanta Beleza
guardavas dentro de ti?
Só tinhas as tintas e as telas para conversares. Por isso, o céu tanto se abria para ti e os Anjos das Cores te visitavam.
Sol, Estrelas, Lua, Nuvens, tudo era intenso em ti e girava grandezas sob o teu olhar. Tu sentias a companhia do meio-dia, das tardes e das manhãs, das noites e dos crepúsculos; tu sentias tudo dentro de ti. Hoje, onde estiveres, sabes que tens aquele céu com que, chorando ou rindo, tu sempre conversaste ... É o teu céu, Vincent... É o Céu de Vincent!
E, por causa do Teu Céu, por causa de cada flor e
árvore que contigo falavam, que, talvez, ainda falem; por causa de todos os
astros e nuvens que dançaram para ti, e, talvez, ainda dancem; por causa de
cada Pôr do Sol que se derramava como gotas de topázio, rubi e ametista nos
teus olhos azuis; por causa de toda a Beleza que morava em ti e que, com
certeza, hoje, é ainda maior, tu pegavas tintas, pincéis, paleta, e tudo que
olhavas tu eternizavas!
Ah, Vincent... Tua Arte se Eternizou!!!
Gilda Uzeda
A ANÁLISE DA CARTA A VINCENT
POR ALBERTO ARAÚJO
A "Carta a Vincent" de Gilda Uzeda é uma bela e sensível homenagem ao pintor Vincent van Gogh, construída através de uma ficção que se alimenta da realidade da vida e obra do artista. A autora não se limita a descrever as pinturas, mas ela mergulha na alma de Van Gogh, buscando compreender suas angústias, paixões e a genialidade que o tornaram um dos maiores nomes da história da arte.
A carta é escrita em um tom íntimo e poético, como se a autora estivesse conversando diretamente com Van Gogh. A linguagem é rica em metáforas e imagens sensoriais, evocando as cores vibrantes e as emoções intensas presentes nas pinturas do artista.
A autora utiliza muitas indagações, fazendo com que o leitor se coloque no lugar dela, e tente entender a mente de Vicent.
Gilda Uzeda não se detém apenas na análise técnica das obras, mas busca compreender a emoção por trás de cada pincelada. Ela explora a solidão, a angústia e a paixão que permeavam a vida de Van Gogh, mostrando como esses sentimentos se refletiam em sua arte.
A autora demonstra grande empatia pelo artista,
reconhecendo sua genialidade e sensibilidade, mesmo diante da incompreensão e
da loucura que o cercavam.
A carta faz diversas referências às obras mais famosas de Van Gogh, como "Os Comedores de Batatas", "Girassóis", "Noite Estrelada" e "Campo de Trigo com Ciprestes".
A autora não se limita a descrever as pinturas, mas as utiliza como ponto de partida para explorar os sentimentos e as ideias do artista. A carta não só cita os quadros, como transporta o leitor para dentro deles, fazendo com que o leitor sinta as mesmas emoções que Van Gogh sentiu.
A autora questiona a visão tradicional de Van Gogh como um louco, defendendo sua lucidez e sensibilidade. Ela argumenta que o artista apenas transcendia os limites da arte convencional, expressando suas emoções de forma intensa e inovadora. A autora demonstra que a loucura de Van Gogh, era na verdade a sua genialidade, e a sua sensibilidade.
A carta celebra a eternidade da arte de Van Gogh, que continua a emocionar e inspirar pessoas ao redor do mundo. Destaca a beleza e a singularidade das obras do artista, que capturam a essência da natureza e da alma humana.
A "Carta a Vincent" é uma obra de arte em si mesma, que combina poesia, análise crítica e sensibilidade para homenagear um dos maiores gênios da pintura. Gilda Uzeda nos convida a mergulhar no universo de Van Gogh, a sentir suas emoções e a contemplar a beleza de sua arte.
Para complementar a análise da "Carta a Vincent" de Gilda Uzeda, podemos explorar alguns aspectos que enriquecem a compreensão da obra.
A carta de Gilda Uzeda dialoga diretamente com a correspondência de Vincent van Gogh com seu irmão Theo. As quais são uma fonte fundamental para entender sua vida, sua arte e seus pensamentos. Ao se referir às cartas de Van Gogh, Gilda Uzeda destaca a lucidez, a bondade e a sensibilidade do artista, contrapondo-se à imagem de loucura que muitas vezes o acompanha. A autora utiliza as cartas como uma forma de se aproximar da alma de Van Gogh, buscando compreender seus sentimentos e suas motivações.
Gilda Uzeda oferece uma interpretação poética e pessoal das obras de Van Gogh, destacando a emoção e a expressividade presentes em suas pinturas. Não se limitando a descrever as obras, mas busca capturar a essência da visão de Van Gogh, sua paixão pela natureza e sua busca pela beleza.
A carta convida o leitor a olhar as obras de Van Gogh com novos olhos, a sentir a intensidade das cores e a emoção das pinceladas. A "Carta a Vincent" levanta questões sobre a relação entre arte e loucura, sobre a genialidade e a incompreensão. Questiona os rótulos e os julgamentos, defendendo a liberdade de expressão e a singularidade de cada artista. Leva-nos a refletir sobre o papel da arte como forma de expressão e de comunicação, como um meio de transcender a realidade e de alcançar a eternidade.
A autora Gilda Uzeda, coloca na carta toda a sua
sensibilidade e conhecimento sobre o pintor Vicent Van Gogh
A carta não é um simples texto sobre um pintor, mas sim uma conversa profunda, onde a autora expressa seus sentimentos sobre a arte de Vicent.
A escolha das palavras, as indagações e a forma como o texto é escrito, nos mostra uma autora que se importa com a obra de Vicent, e que se coloca no lugar do pintor.
A "Carta a Vincent" é uma obra rica em significados, que nos convida a refletir sobre a arte, a loucura, a genialidade e a eternidade. Um testemunho da força da arte de Van Gogh, que continua a inspirar e a emocionar pessoas ao redor do mundo.
Para quem é este livro?
Par os amantes da arte e da história da arte. Para
as pessoas interessadas em conhecer a vida e a obra de Vincent van Gogh. Para
os leitores que buscam reflexões sobre a natureza da arte e a condição humana.
Resenha de Alberto Araújo
14 de março de 2025
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