segunda-feira, 31 de março de 2025

POEMA SOBRE A MORTE: DO OUTRO LADO DA ESTRADA DE ALBERTO ARAÚJO

 


A morte? Ilusão, fronteira tênue,

Um passo adiante, em nova avenida.

Eu sigo sendo o mesmo, alma perene,

Em vossas lembranças, sempre viva.

 

Chamem meu nome como outrora faziam,

A voz familiar, sem eco de lamento.

A vida prossegue, os laços não se esvaiam,

Em outro plano, sigo o firmamento.

 

Sem véu de pranto, sem pesar profundo,

O riso antigo ainda ecoa em nós.

Pensai em mim, no amor que era fecundo,

E a Deus elevem vossas singelas voz.

 

Meu nome, a melodia já conhecida,

Sem sombra escura, sem tristeza vã.

A vida pulsa, força não perdida,

O elo persiste, além do amanhã.

 

Por que distante, se o pensar me alcança?

Mudei de lado, mas o amor não cessa.

Segui adiante, finda a breve dança,

A vida é bela, em sua eterna promessa.

 

Portanto, amigos, coração sereno,

A vida segue, em seu fulgor constante.

Estou mais perto, no divino aceno,

Do outro lado, aguardando o instante.

 

© Alberto Araújo







Nenhum comentário:

Postar um comentário