A morte? Ilusão, fronteira tênue,
Um passo adiante, em nova avenida.
Eu sigo sendo o mesmo, alma perene,
Em vossas lembranças, sempre viva.
Chamem meu nome como outrora faziam,
A voz familiar, sem eco de lamento.
A vida prossegue, os laços não se esvaiam,
Em outro plano, sigo o firmamento.
Sem véu de pranto, sem pesar profundo,
O riso antigo ainda ecoa em nós.
Pensai em mim, no amor que era fecundo,
E a Deus elevem vossas singelas voz.
Meu nome, a melodia já conhecida,
Sem sombra escura, sem tristeza vã.
A vida pulsa, força não perdida,
O elo persiste, além do amanhã.
Por que distante, se o pensar me alcança?
Mudei de lado, mas o amor não cessa.
Segui adiante, finda a breve dança,
A vida é bela, em sua eterna promessa.
Portanto, amigos, coração sereno,
A vida segue, em seu fulgor constante.
Estou mais perto, no divino aceno,
Do outro lado, aguardando o instante.
© Alberto Araújo
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