sexta-feira, 21 de março de 2025

O DESPERTAR DO ECO SILENCIOSO: A RESSURREIÇÃO DA POESIA MINICONTO DE ALBERTO ARAÚJO


Homenagem ao Dia Mundial da Poesia, em 21 de março

 

A cidade, um labirinto de concreto e aço, abafava os sussurros da alma em seu ruído incessante. No centro desse caos, vivia Elias, um poeta esquecido, cujos versos jaziam adormecidos em cadernos empoeirados. Uma decepção amorosa, críticas duras e a pressão da vida moderna haviam silenciado sua voz interior. Elias acreditava que a poesia havia morrido, sufocada pela banalidade do cotidiano. 

Um dia, vagando pelas ruas cinzentas, Elias encontrou uma velha livraria, um oásis de palavras em meio ao deserto urbano. Lá, conheceu Aurora, uma jovem de olhos brilhantes e alma vibrante, que acreditava no poder transformador da poesia. Aurora, que também encontrara cura na poesia após superar desafios, desafiou Elias a despertar seus versos adormecidos, a dar voz à sua alma aprisionada. 

Elias resistiu, temeroso de expor sua vulnerabilidade, mas Aurora persistiu, guiando-o por um caminho de redescoberta. Juntos, exploraram os recantos da cidade, encontrando poesia nas rachaduras do asfalto, nos sorrisos dos desconhecidos, nos sussurros do vento. Elias redescobriu a beleza nas pequenas coisas, a melodia oculta no caos. 

Seus versos começaram a fluir novamente, como um rio quebrando as barragens do esquecimento. Elias percebeu que a poesia não havia morrido, apenas adormecido, esperando para ser despertada. Seus poemas ecoaram pelas ruas, encontrando ouvidos sedentos por beleza e significado. A voz de Elias, com sua entonação única, dava vida aos seus versos, criando uma conexão profunda com o público. 

A cidade, antes cinzenta e silenciosa, começou a vibrar com a melodia dos versos de Elias. Pessoas de todas as origens se reuniam para ouvir suas palavras, encontrando consolo, esperança e inspiração. A poesia havia ressuscitado, trazendo luz e cor para a vida daqueles que a haviam esquecido. 

Elias, o poeta esquecido, tornou-se um farol de esperança, um lembrete de que a poesia está presente em cada detalhe da vida, esperando para ser descoberta. Ele aprendeu que a poesia não é apenas palavras em um papel, mas a própria essência da alma, um eco silencioso que ressoa através do tempo.

O impacto da poesia de Elias se espalhou pela cidade, transformando vidas e despertando emoções adormecidas. Personagens secundários, como um velho músico que encontrou novas melodias em seus versos e uma jovem artista que pintou quadros inspirados em seus poemas, mostraram como a poesia de Elias tocava diferentes almas. 

Mesmo após a partida de Elias, seus versos continuaram a ecoar pela cidade, um legado de esperança e beleza. A poesia de Elias se tornou um farol, guiando as futuras gerações a encontrarem a poesia em suas próprias vidas, lembrando-os do poder transformador da arte.


© Alberto Araújo

21 de março de 2025


 

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