À beira do córrego, o tempo parou, Ele lia versos na sombra de um ipê. Ela chegou como quem o despertou, Trazendo o brilho que a alma não vê.
Deixaram para trás o cansaço do mundo, Onde o Rio Doce ensina o caminho. Não era preciso um barco profundo, Para quem sabe seguir com carinho.
As margens não eram mais muros de isolamento, Mas braços abertos de terra e de flor. Eles seguiram o fluxo do vento, Transformando a corrente em puro louvor.
O castelo surgiu, não de pedra ou castigo, Mas feito de luz sobre a areia do chão. Onde o destino se torna um amigo, E a vida pulsa na palma da mão.
Ali, onde o rio sussurra o seu sim, O final é um laço que nunca se solta. Pois o amor, quando é doce no fim, Não conhece o caminho da volta.
© Alberto Araújo

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