domingo, 21 de dezembro de 2025

ONDE A ÁGUA SE FAZ MEL - POEMA DE ALBERTO ARAÚJO


À beira do córrego, o tempo parou, Ele lia versos na sombra de um ipê. Ela chegou como quem o despertou, Trazendo o brilho que a alma não vê.

Deixaram para trás o cansaço do mundo, Onde o Rio Doce ensina o caminho. Não era preciso um barco profundo, Para quem sabe seguir com carinho. 

As margens não eram mais muros de isolamento, Mas braços abertos de terra e de flor. Eles seguiram o fluxo do vento, Transformando a corrente em puro louvor. 

O castelo surgiu, não de pedra ou castigo, Mas feito de luz sobre a areia do chão. Onde o destino se torna um amigo, E a vida pulsa na palma da mão. 

Ali, onde o rio sussurra o seu sim, O final é um laço que nunca se solta. Pois o amor, quando é doce no fim, Não conhece o caminho da volta. 

© Alberto Araújo 



 

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