quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

135 ANOS DO NASCIMENTO DE CARLOS GARDEL - EFEMÉRIDES DO FOCUS PORTAL CULTURAL - 11 DE DEZEMBRO – POR ALBERTO ARAÚJO

 

No dia 11 de dezembro de 1890 nascia aquele que se tornaria o maior ícone da história do tango: Carlos Gardel. A data é celebrada em todo o mundo como marco da cultura rioplatense, pois Gardel não foi apenas um cantor, mas um símbolo de identidade, paixão e modernidade artística. Sua trajetória, marcada por controvérsias sobre o local de nascimento, ascensão meteórica e trágico fim, consolidou-o como mito imortal da música popular. 

A biografia de Gardel é envolta em mistério. Parte dos estudiosos afirma que ele nasceu em Toulouse, França, registrado como Charles Romuald Gardés, filho de Berthe Gardés e de pai desconhecido. Outros sustentam que teria vindo ao mundo em Tacuarembó, Uruguai, filho do político Carlos Escayola e de Maria Lelia Oliva. O próprio Gardel, sempre esquivo, costumava brincar: “Nasci em Buenos Aires aos dois anos e meio de idade”. Essa frase reforça a ideia de que sua verdadeira pátria foi a Argentina, onde construiu sua vida e carreira. 

Chegou a Buenos Aires em 1893, acompanhado da mãe, que buscava melhores condições de vida. Cresceu no bairro Abasto, ambiente popular e vibrante, que lhe rendeu o apelido de “El morocho del Abasto”. Desde cedo demonstrou talento para o canto, apresentando-se em esquinas, festas e comícios, enquanto sua mãe trabalhava em uma lavanderia. O contato com companhias teatrais, especialmente os Irmãos Podestá, abriu-lhe portas para o mundo artístico. 

Entre 1911 e 1912, Gardel começou a cantar profissionalmente em bares de Buenos Aires, formando um dueto com Francisco Martino. Pouco depois, integrou o quarteto com Martino, Saúl Salinas e José Razzano. Com a saída de Salinas e Martino, consolidou-se a famosa dupla Gardel-Razzano, que se tornaria referência na música argentina. 

Em 1912, Gardel realizou suas primeiras gravações pela Columbia, com repertório de canções nativas. Já em 1913, seus discos começaram a circular, ampliando sua popularidade. A parceria com Razzano levou-o a diversas províncias argentinas e ao Uruguai, onde se apresentaram em teatros e cafés. Em 1915, viajaram ao Brasil, passando por São Paulo e Rio de Janeiro, ocasião em que Gardel conheceu o tenor italiano Enrico Caruso, uma de suas grandes inspirações. 

No dia 11 de dezembro de 1915, quando completava 25 anos, Gardel foi vítima de um disparo que atingiu seu pulmão esquerdo. O episódio quase interrompeu sua carreira, mas sua recuperação foi rápida e surpreendente. Pouco tempo depois, retomou os palcos ao lado de Razzano, demonstrando resiliência e paixão pela música. 

O ano de 1917 marcou uma virada decisiva. Gardel interpretou pela primeira vez um tango em público, no Teatro Empire, com a canção “Mi noche triste”, composta por Samuel Castriota e Pascual Contursi. A sensualidade de sua voz e a dramaticidade da interpretação transformaram o tango em gênero popular e urbano, conquistando multidões. A partir daí, Gardel passou a incorporar tangos em seu repertório, como “Flor de fango”, “Ivette” e “De vuelta al bulín”. 

As gravações pela Odeon ampliaram sua fama, incluindo valsas, zambas, chacareras, cuecas e bambucos. Em 1917, também estreou no cinema com o filme “Flor de durazno”, dirigido por Francisco Defilippis Novoa. Gardel começava a se tornar um artista completo, transitando entre música e cinema. 

Entre 1918 e 1922, Gardel e Razzano seguiram em turnês pela Argentina e Uruguai. Em 1921, juntou-se ao grupo o violonista e compositor Guillermo Desiderio Barbieri, que acompanharia Gardel até o trágico acidente em Medellín. A dupla Gardel-Razzano foi fundamental para consolidar o tango como expressão cultural, mas, com o tempo, Gardel se destacou individualmente, tornando-se a voz definitiva do gênero. 

Na década de 1920, Gardel iniciou carreira solo e gravou dezenas de discos. Sua voz grave e envolvente, aliada à interpretação apaixonada, fez dele o cantor mais popular da América Latina. Suas canções atravessaram fronteiras, chegando à Europa e aos Estados Unidos. Gardel tornou-se o embaixador do tango, levando a música portenha a palcos internacionais. 

Gardel também brilhou no cinema. Atuou em produções argentinas e, posteriormente, em filmes realizados em Paris e Nova York. Obras como “Cuesta abajo”, “El día que me quieras” e “Tango Bar” imortalizaram sua imagem. O cinema ampliou sua projeção mundial, transformando-o em ídolo de massas. 

No auge da carreira, Gardel morreu em 24 de junho de 1935, em um acidente aéreo em Medellín, Colômbia. Sua morte chocou o mundo e consolidou sua aura de mito. Milhares de fãs acompanharam seu funeral em Buenos Aires, em uma das maiores manifestações populares da história argentina. Gardel tornou-se eterno, símbolo de paixão e melancolia, como o próprio tango.

Carlos Gardel deixou mais de 900 gravações e uma influência incalculável sobre a música latino-americana. Sua figura é reverenciada até hoje, e sua voz continua a emocionar gerações. O tango, que ele ajudou a popularizar, tornou-se patrimônio cultural da humanidade. Gardel é lembrado como o cantor que deu alma ao tango, transformando-o em expressão universal. 

Celebrar os 135 anos de Carlos Gardel é reconhecer a força da cultura popular e a capacidade da música de atravessar fronteiras. Gardel foi mais que um cantor: foi um mito, um símbolo da identidade argentina e latino-americana. Sua vida, marcada por controvérsias, glórias e tragédia, permanece viva na memória coletiva. Como dizem seus admiradores: “Gardel canta cada vez melhor”. 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural





Túmulo de Carlos Gardel 



CANÇÕES

 

"Echaste buena";

"Leguisamo solo";

"El alma de la calle";

"El tatuaje";

"Raza noble";

"Yo te bendigo";

"El bulín de la calle Ayacucho";

"Entrá nomás";

"Callecita de mi barrio";

"Silbando";

"Padre nuestro";

"Sonsa";

"Cicatrices";

"Langosta";

"Maniquí";

"Sentimiento gaucho";

"Amigazo";

"La Cumparsita (Si supieras)";

"Una pena";

"Nunca más";

"Fea", entre outras.

Em 1930, Paul Lasèrre chegou a Buenos Aires, alegando ser o pai de Gardel.

Em 1931, atuou no filme: "Luces de Buenos Aires", filmado em Paris.

Em 1932, atuou no filme: "Melodía de Arrabal".

Em 1933, apresentou-se em várias cidades do Uruguai;

Em 1934:

 

começou a fazer gravações em estúdios da RCA Victor;

em Nova York, atuou no filme "O Tango na Brodway" e "Cuesta abajo";

em setembro, viajou em férias para a Côte D'Azur e depois para Toulouse, onde passou dez dias com sua mãe.

Em 1935: atuou nos filmes: "O Dia que me Queiras" e "Tango Bar".

No final de março iniciou uma viagem para apresentações em: Porto Rico, Venezuela e Colômbia, onde faleceu em 24 de junho em um acidente de avião em Medellín.

Foi sepultado no Cemitério da Chacarita.

Cantor e ator celebrado em toda a América Latina pela divulgação do tango. Inicia-se como cantor ainda jovem com o nome artístico de El Morocho, apresentando-se em cafés dos subúrbios da capital argentina. Sua primeira interpretação formal se dá no Teatro Nacional da Avenida Corrientes, no qual também se apresenta Don José Razzano, com quem forma uma parceria por vários anos. Pela sensualidade de sua voz, que se presta muito bem à interpretação da milonga — gênero precursor do tango — torna-se conhecido a partir de "Mi noche triste" 1917. 

Dentre os compositores mais interpretados por Gardel, pode-se citar: Alfredo Le Pera. Dentre suas interpretações mais famosas, podem-se citar: "Mi Buenos Aires querido", "Por una cabeza", "Volver" e "El día que me quieras".

Foi uma das primordiais influências de Amália Rodrigues.

Carreira musical

Mi buenos aires querido, escrito por Le Pera, interpretado por Carlos Gardel.

Teve como importante parceiro musical o paulistano Alfredo Le Pera. Gravou mais de novecentas canções, entre tangos, fox-trots, fados, pasodobles e músicas folclóricas, vendendo milhares de discos na América Latina e Europa. Entre suas interpretações mais famosas estão:

Mi noche triste (1917)

Margot (1921)

Mano a mano (1927)

Esta noche me emborracho (1928)

Chorra (1928)

Adiós muchachos (1928)

Seguí mi consejo (1929)

Yira…yira (1930)

Desdén (1930)

Tomo y obligo (1931)

Lejana tierra mía (1932)

Silencio (1932)

Amores de estudiante (1933)

Golondrina (1933)

Melodía de arrabal (1933)

Guitarra guitarra mía (1933)

Cuesta abajo (1934)

Mi Buenos Aires querido (1934)

Soledad (1934)

Volver (1934)

Por una cabeza (1935)

Sus ojos se cerraron (1935)

Volvió una noche (1935)

El día que me quieras (1935)

Carreira cinematográfica

Trabalhou como ator em alguns filmes pela Paramount, entre eles: 

Flor de Durazno (1917) (filme mudo)

Encuadre de canciones (1930) (primeiro filme falado da América do Sul)

Luces de Buenos Aires (1931) (filmado em Paris)

La casa es seria (1931)

Espérame (1932)

Melodía de arrabal (1932)

Cuesta abajo (1934)

El tango en Broadway (1934)

El día que me quieras (1935)

Tango Bar (1935)

The Big Broadcast Of (1936)


O Turfe Foi uma das grandes paixões de Gardel. O profundo carinho que sentia pelos cavalos de corrida, por seu amigo Irineo Leguisamo, pelos irmãos Torterolo, por Francisco Maschio, pelo pessoal dos studs, pelos hipódromos e pelos guichês de apostas, está refletido nos seus tangos. Apenas um tango tem sua assinatura, com versos de Alfredo Le Pera: Por Una Cabeza. Outros tangos pertencentes a outros autores, foram cantados por Gardel sobre este tema. É importante destacar a interpretação de Gardel na milonga de Francisco Martino La Catedrática — conhecida como Soy una fera, ainda que com letra reformada. E no tango Uno y Uno de Luis trverso e Julio F. Pollero. Também podem ser mencionados em sua discografia de temas turfísticos o tango de Carlos Dedico, Germán Ziclis e Salvador Merico chamado Paquetín, Paquetón e o tango Bajo Belgrano de Francisco García Jiménez e Anselmo Aieta. No turfe acima de tudo, em seus diversos papéis de proprietário e de apostador Gardel era feliz naquele meio. Visitava diariamente o Stud Yeruá de seu amigo, treinador Francisco Maschio, para falar com seu cavalinho (de nome Lunático), com os peões, com o jóquei Leguisamo. Bom amigo de todos, foi um aficcionado em grau superlativo das carreiras de cavalos.









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