Foto: Carlos André Ferreira
Com
conceito inspirado em ‘A Noite Estrelada’, de Van Gogh e referências à bandeira
nacional, o cenógrafo carioca transforma a Árvore de Natal da Lagoa na edição
mais detalhada, luminosa e sustentável da história
A
23ª edição da Árvore de Natal da Lagoa – oficialmente chamada de Árvore do Rio
– se prepara para iluminar a cidade entre 6 de dezembro e 6 de janeiro, em sua
versão mais ambiciosa, detalhada e sustentável. À frente do conceito criativo e
da cenografia está Orleans de Sá, cenógrafo carioca com três décadas de
trajetória, responsável por transformar o tradicional símbolo carioca na maior
obra cenográfica já assinada por um único profissional no Brasil. O desafio
mobilizou mais de 120 profissionais e teve sua execução concluída em apenas um
mês e meio, período que incluiu todo o detalhamento, serralheria, marcenaria,
serviços de elétrica e demais etapas práticas. Já o desenvolvimento do projeto
ocorreu ao longo de agosto e setembro, culminando na criação de 45 momentos
distintos de iluminação em uma estrutura flutuante de 60 metros, equivalente a
um prédio de 35 andares.
A
inspiração de Orleans para o projeto partiu da obra A Noite Estrelada, de Van
Gogh, reinterpretada a partir da estética e dos símbolos do Brasil. A estrutura
exibe 27 estrelas, representando todas as unidades da federação, que se acendem
numa coreografia luminosa que sobe da base ao topo: momento em que o verde da
bandeira se acende como ponto alto do espetáculo visual. Para o cenógrafo, esse
movimento carrega uma mensagem simbólica.
“Quando
o verde da bandeira se acende, ele desce pela árvore como um fio de esperança,
iluminando cada estado e compondo essa noite estrelada que representa o Brasil
inteiro”, explica Orleans de Sá. “Depois vem o amarelo, que se espalha camada
por camada até envolver toda a estrutura, como se costurasse o país em luz.”
O
desenho luminoso valoriza elementos universais do Natal e a brasilidade com
minúcia inédita. Com 30 quilômetros de mangueiras de LED e neon flex, a árvore
consome somente de 20% a 30% da energia utilizada em edições anteriores e é
iluminada por diesel renovável da Petrobras, reduzindo em até 87% as emissões:
uma combinação rara entre alta cenografia, impacto visual e compromisso
ambiental. O resultado traz de volta a ideia de luxo, agora sustentado por
tecnologia limpa, precisão artística e a maior quantidade de detalhes já vista
na história do monumento.
Trinta
anos de cenografia até chegar à Árvore do Rio
A
grandiosidade do projeto de 2025 está diretamente ligada ao percurso
profissional de Orleans de Sá. Aos 48 anos, ele acumula 30 anos de atuação em
grandes eventos, tendo iniciado no Rock in Rio, ainda na terceira edição do
festival. Desde então, assinou cenografias em múltiplos segmentos: da música à
gastronomia, do esporte ao universo corporativo, tornando-se referência na
cenografia de camarotes da Marquês de Sapucaí, área em que mais trabalhou ao
longo da carreira. Aos 25 anos, foi responsável pela cenografia completa de um
camarote corporativo, e, nos anos seguintes, tornou-se o profissional por trás
de grande parte dos espaços empresariais mais prestigiados da Avenida,
incluindo diversas edições do tradicional “Rio Samba e Carnaval”.
Com
expectativa de receber 200 mil pessoas na noite de inauguração e cerca de 1,3
milhão de visitantes durante todo o período de exposição, a Árvore do Rio 2025
nasce como um marco não apenas para a cidade, mas para a trajetória do próprio
artista.
“É
emocionante ver essa criação ganhar vida na Lagoa. A árvore é um símbolo do
Rio, e poder reinterpretá-la a partir de um olhar brasileiro, luminoso e cheio
de esperança é, para mim, uma honra imensa”, afirma Orleans.
A Árvore do Rio é um projeto realizado pela Backstage e Dream Factory. O projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Petrobras, através da Lei Rouanet. Uma realização do Ministério da Cultura, Governo do Brasil - do lado do povo brasileiro. O projeto tem patrocínio máster da BB Seguros e patrocínio do Boticário.
.png)
Nenhum comentário:
Postar um comentário