Na
tarde de 02 de dezembro de 2025, a Cinelândia parecia respirar história. O
Centro Cultural Justiça Federal, erguido em mármore e memória, abriu suas
portas para acolher um encontro que ultrapassou o tempo.
No
coração da solenidade, entre o brilho das medalhas e o fervor das palavras,
destacou-se alegria do presidente da ABROL Rio, Bemvindo Augusto Dias.
Escritor, líder cultural e guardião da memória literária, ele irradiava
felicidade ao cumprimentar cada convidado, como quem distribui flores invisíveis
de gentileza e respeito.
Seu
sorriso era ponte entre gerações, sua voz, acolhimento. Em cada gesto,
revelava-se um verdadeiro gentleman, capaz de unir a formalidade da ocasião à
ternura da convivência. Não havia distinção entre acadêmicos, familiares ou
convidados: todos recebiam dele a mesma atenção, o mesmo calor humano, a mesma
reverência.
Sua
postura elegante lembrava os anfitriões das grandes academias europeias, mas
sua essência era profundamente brasileira: generosa, calorosa, marcada pela
crença de que a cultura é instrumento de cidadania. Ao cumprimentar os
presentes, parecia reafirmar que cada pessoa ali era parte de uma história
maior, de uma tradição que se escreve com letras e se vive com gestos.
A celebração do Bicentenário de nascimento de Dom Pedro II e a admissão de quatro novos acadêmicos certamente, ganhou ainda mais brilho sob sua presidência. Bemvindo não apenas conduziu o evento, mas o transformou em rito de passagem entre séculos: do Brasil imperial ao Brasil contemporâneo, do saber que se preserva ao saber que se reinventa.
Às
14h, em pontualidade britânica, o presidente deu início às atividades. Camila
Andrade Lessa, ocupante da Cadeira 42, conduziu o protocolo com elegância. A
mesa presidencial foi composta por nomes que simbolizam tradição e
continuidade: Bemvindo Augusto Dias, Dom Philippe Tasso de Saxe-Coburgo e
Bragança, Joper Padrão do Espírito Santo e
O Hino Nacional ecoou, não apenas como música, mas como símbolo de unidade. Logo após a execução solene do Hino Nacional, o ambiente se transformou em palco de memória e erudição.
Coube ao acadêmico Joper Padrão do Espírito Santo fazer as honras da casa fazendo a leitura do perfil biográfico do palestrante.
A palestra “Marcantes Viagens de Dom Pedro II a Viena”,
proferida por Dom Philippe Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, descendente da
Família Imperial, trouxe à cena não apenas fatos históricos, mas a essência de
um monarca que fez da cultura sua verdadeira pátria. Dom Philippe conduziu os
presentes por uma viagem no tempo, revelando o olhar cosmopolita de Dom Pedro
II. O imperador não viajava apenas para conhecer terras estrangeiras, mas para
aprender, absorver e compartilhar saberes. Sua presença em Viena, coração da
Áustria imperial, foi marcada por compromissos que iam além da diplomacia: eram
encontros de espírito, diálogos entre culturas, pontes entre nações.
O
palestrante descreveu com riqueza de detalhes os momentos importantes da
viagem: as audiências oficiais, os contatos com intelectuais e artistas, as
visitas a instituições científicas e culturais. Cada episódio narrado era como
uma janela aberta para o século XIX, mostrando um imperador que se encantava
com bibliotecas, teatros, universidades e academias.
Mais
do que um soberano, Dom Pedro II foi apresentado como um viajante da alma,
alguém que via na arte e na ciência instrumentos de aproximação entre povos.
Viena, com sua tradição musical e intelectual, tornou-se cenário de uma
experiência que refletia o próprio espírito do monarca: curioso, generoso e
profundamente comprometido com o progresso humano.
Dom
Philippe, com sua fala serena e envolvente, fez da palestra uma verdadeira aula
de cultura. Não se tratava apenas de recordar fatos, mas de reviver o gesto de
um imperador que, ao atravessar fronteiras, levava consigo o Brasil e trazia de
volta o mundo. Sua narrativa transformou a solenidade em viagem compartilhada,
onde cada ouvinte pôde sentir o peso da história e a leveza da cultura.
Ao
final, ficou a impressão de que Dom Pedro II não foi apenas um imperador do
Brasil, mas um cidadão do mundo. Sua passagem pela Europa simbolizou a busca
incessante pelo conhecimento e pela beleza, valores que ainda hoje inspiram e
orientam aqueles que acreditam na cultura como instrumento de identidade e de
transformação.
Ao
lado de Dom Philippe Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, esteve durante toda a
solenidade sua esposa, Anna Maria Duarte Nunes, presença discreta e firme,
apoiando-o com ternura e dignidade. Bacharel em Letras pela PUC-RJ e autora de
nove livros publicados, Anna Maria compôs, sentada à mesa presidencial, um
quadro de serenidade e cultura, reforçando com sua trajetória literária o
espírito da celebração.
A
cerimônia de admissão foi marcada por emoção e reconhecimento. Ricardo Soicht,
impossibilitado de comparecer pessoalmente, esteve on-line acompanhando tudo, com
isso teve sua biografia lida pelo presidente, que se comprometeu a entregar-lhe
posteriormente, o diploma e medalha.
Eduardo
Antonio Vasco de Paula, Luiz Gustavo Coppola e Marcelo Pinheiro Vieira viveram
seus instantes de glória, recebendo pelerines e diplomas, acompanhados por
familiares que, ao se aproximarem da mesa presidencial, transformaram o ato em
celebração coletiva. Suas falas de gratidão reforçaram o sentido da ABROL Rio:
não apenas uma academia de letras, mas uma comunidade de memória e cidadania.
A
acadêmica Zélia Guerra de Oliveira Costa, ocupante da Cadeira 20, lançou sua
obra “Dom Pedro II em Prosa e Verso”, em parceria com Rita Mello. Prefaciada
por Luiz Fernando Fagundes, a obra de 120 páginas traz uma foto rara e textos
que revelam o imperador em sua dimensão humana e cultural. Uma medalha com a
efígie de D. Pedro II foi confeccionada especialmente para o evento, distribuída
junto ao livro, tornando-se relíquia e testemunho.
A
acadêmica Adélia Antonieta Villas apresentou em vídeo a canção “O Holy Night”,
interpretada por Erik Grönwall. O público recebeu folders com a letra da obra
de Adolphe Adam, escrita em 1847, e pôde acompanhar a música como quem
participa de um rito universal.
Participaram
on-line, com entusiasmo e espírito acadêmico, os companheiros Tácito Melo
Barbosa, Siomara Glória de Castro, Gabriel Brito Gil e José Boa Sorte Farias,
este último diretor da ABROL Nacional. Suas presenças virtuais não diminuíram o
brilho da celebração; ao contrário, ampliaram o alcance da instituição,
mostrando que a palavra e a memória não conhecem fronteiras.
E,
em meio à solenidade presencial, destacou-se a presença do presidente da
Revista Rotary Brasil, Ricardo Franco Teixeira, que marcou pessoalmente sua
participação. Sua presença física foi símbolo de apoio e reconhecimento,
reforçando os laços entre a imprensa rotária e a academia literária, numa
convergência de cultura, ética e serviço.
Assim, o evento híbrido tornou-se ainda mais significativo: presencial e virtual, próximo e distante, mas sempre unido pela mesma chama da literatura e da cidadania.
Outro
instante memorável, que ficará gravado na memória dos presentes, foi a fala da
presidente da ABROL Estado do Rio, a acadêmica Matilde Carone Slaibi Conti. Sua
presença no púlpito irradiava energia e delicadeza, como se cada palavra fosse
uma centelha de luz que se espalhava pela sala.
Matilde
não falou apenas: ela cantou com a voz da alegria de sempre, evocou com o
timbre da esperança e convocou com a força da união. Sua fala foi um convite à
felicidade coletiva, um chamado para que todos os companheiros das letras e da
vida se reconhecessem como parte de uma mesma família espiritual.
Ao
falar de união, sua expressão se tornava quase poética: lembrava que a
literatura é ponte, que o Rotary é serviço, e que juntos formam uma corrente de
amizade, um elo capaz de atravessar gerações. Cada frase parecia bordada com
afeto, cada gesto era um abraço invisível que alcançava todos os presentes.
A
intensidade de sua evocação foi tamanha que muitos sentiram como se o próprio
Dom Pedro II, Patrono das artes e das ciências, estivesse ali, invisível, mas
atento, em algum canto da sala. Era como se o imperador, amante da cultura e da
palavra, tivesse sido convocado pela força da alegria de Matilde, para
testemunhar que sua chama continua acesa nos corações brasileiros.
Sua
fala não foi apenas institucional, mas profundamente humana. Ela lembrou que a
felicidade é um bem compartilhado, que a união é o verdadeiro legado das
academias, e que a cultura só floresce quando é cultivada em conjunto. Ao
final, sua mensagem deixou no ar uma atmosfera de celebração, como se cada
acadêmico tivesse recebido não apenas palavras, mas bênçãos.
Matilde
Carone Slaibi Conti, ao ocupar a Cadeira 32 e ao liderar a ABROL Estado do Rio,
mostrou que a presidência é mais que cargo: é missão. Sua fala foi um hino à
vida, à amizade e à literatura. E naquele instante, a solenidade se transformou
em festa, a cerimônia em canto, e a memória em promessa de futuro.
Entre os instantes memoráveis da solenidade, um quadro singular se desenhou diante dos olhos atentos dos presentes: o jovem Guilherme, elegante e alegre, transformou-se em símbolo vivo da memória imperial. Vestido com trajes fiéis aos de Dom Pedro II, sua presença irradiava não apenas beleza estética, mas também a força da representação histórica.
Durante
toda a cerimônia, Guilherme manteve-se ao lado do palestrante Dom Philippe
Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, descendente da Família Imperial, compondo uma
cena que parecia unir passado e presente em um mesmo gesto. A juventude,
representada por Guilherme, dialogava com a tradição, encarnada na figura de
Dom Philippe, e juntos evocavam a imagem do imperador que, há duzentos anos,
nascera para conduzir o Brasil em tempos de transformação.
Sua
performance foi mais que uma encenação: foi um ato de reverência e de
celebração. O traje imperial, com seus detalhes minuciosos, não era apenas
vestimenta, mas símbolo de respeito à memória de um monarca que fez da cultura
e da ciência pilares de sua vida. Guilherme, com sua postura firme e sorriso
luminoso, deu corpo à lembrança de Dom Pedro II, tornando-o presente na sala,
como se o imperador tivesse retornado para assistir à homenagem.
Ao
final, posou para fotos, eternizando em imagens aquilo que já estava gravado na
memória coletiva: a juventude que se abre ao passado, a tradição que se renova
no presente, e a cultura que se perpetua no futuro. Sua participação foi um
gesto poético, um tributo que transcendeu a solenidade e se inscreveu como
parte da narrativa maior da ABROL Rio.
Assim,
o jovem Guilherme não foi apenas espectador ou figurante: foi protagonista de
um momento que uniu história, arte e emoção. Sua presença lembrou a todos que a
cultura não é apenas lembrança, mas também continuidade; não é apenas memória,
mas também promessa. E naquele instante, trajado como Dom Pedro II, ele se
tornou ponte entre séculos, guardião da tradição e mensageiro da esperança.
Fundada
em 2020, a ABROL Rio é célula da ABROL Nacional e irmã da ABROL Estado do Rio.
Desde sua origem, reafirma o compromisso com a cultura, a ética e o espírito
rotário. Sob a liderança de Bemvindo Augusto Dias, tornou-se guardiã da memória
literária e promotora de encontros que unem tradição e contemporaneidade.
O
Bicentenário de Dom Pedro II não foi apenas uma efeméride: foi a reafirmação de
que a cultura é instrumento de transformação social. O imperador, Patrono das
artes e das ciências, foi lembrado como figura central na consolidação do
Brasil moderno. Sua paixão pelo saber dialoga diretamente com os valores que a
ABROL preserva e difunde.
O
Focus Portal Cultural fez a cobertura completa, fotográfica e cinematográfica
para publicar em suas páginas culturais, eternizando cada gesto, cada palavra,
cada olhar. Ao final, todos foram convidados para a foto oficial, que não é
apenas imagem, mas símbolo: o retrato de uma academia que cresce, que acolhe,
que celebra.
A
solenidade da ABROL Rio foi mais que uma celebração. Foi um testemunho da
vitalidade da literatura como força de identidade nacional. Foi a prova de que
a palavra, quando cultivada, torna-se herança.
A
ABROL Rio, ao admitir novos acadêmicos e lançar obras, reafirma que a
literatura é chama que não se apaga, que ilumina gerações e que resiste ao
tempo.
Bemvindo
Augusto Dias, em sua liderança, mostrou que presidir não é apenas organizar,
mas inspirar. Sua felicidade era contagiante, sua gentileza, exemplar. E
naquele instante, a solenidade da ABROL Rio tornou-se mais que cerimônia:
converteu-se em celebração da vida, da memória e da esperança.
Dom
Pedro II, que amava os livros e as ciências, teria se orgulhado de ver sua
memória celebrada não apenas em discursos, mas em gestos concretos de cidadania
e cultura.
Na
Cinelândia, naquela tarde suave, o Brasil reencontrou sua história. E a
história, por sua vez, reencontrou o Brasil.
Visite o site da ABROL - Rio.
Clicar no link: http://abrol-rio.com.br
Editorial
© Alberto Araújo
Focus Portal Cultural

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