PRINCE CHARMANT
por
Florbela Espanca
No lânguido esmaecer das amorosas
Tardes que morrem voluptuosamente
Procurei-O no meio de toda a gente.
Procurei-O em horas silenciosas.
Das noites da minh'alma tenebrosas!
Boca sangrando beijos, flor que sente...
Olhos postos num sonho, humildemente...
Mãos cheias de violetas e de rosas...
E nunca O encontrei!... Prince Charmant
Como audaz cavaleiro em velhas lendas
Virá, talvez, nas névoas da manhã!
Ah! Toda a nossa vida anda a quimera
Tecendo em frágeis dedos frágeis rendas...
- Nunca se encontra Aquele que se espera!...
Florbela Espanca,
Tardes que morrem voluptuosamente
Procurei-O no meio de toda a gente.
Procurei-O em horas silenciosas.
Das noites da minh'alma tenebrosas!
Boca sangrando beijos, flor que sente...
Olhos postos num sonho, humildemente...
Mãos cheias de violetas e de rosas...
E nunca O encontrei!... Prince Charmant
Como audaz cavaleiro em velhas lendas
Virá, talvez, nas névoas da manhã!
Ah! Toda a nossa vida anda a quimera
Tecendo em frágeis dedos frágeis rendas...
- Nunca se encontra Aquele que se espera!...
Florbela Espanca,
do "Livro de Sóror Saudade
FLORBELA ESPANCA era muito intensa e estava muito à frente
do seu tempo. Não se importava com política, não levantava nenhuma bandeira
feminista, só queria viver a própria vida. Amargou ofensas da sociedade
portuguesa da década de 20 por viver de igual para igual com os homens. Casou
três vezes. INCANSÁVEL! Ela mesma se definia como insaciável e dizia que se
cansava até de desejar. E toda essa intensidade é vista em sua obra, carregada
de metáforas, cores, que nos dão a clara admiração do que ela estava sentindo
naquele momento e só podia compartilhar com uma folha de papel, os seus poemas.
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