CASTELO
DE ALMOUROL localiza-se na freguesia de Praia do Ribatejo, município de Vila
Nova da Barquinha, distrito de Santarém, região do Centro (Região das Beiras),
em Portugal, embora a sua localização seja frequentemente atribuída a Tancos,
visto ser a vila mais perto e onde se vislumbra melhor.
Erguido
num afloramento de granito a 18 metros acima do nível das águas, numa pequena
ilha de 310 metros de comprimento por 75 metros de largura, no médio curso do
rio Tejo, um pouco abaixo da sua confluência com o rio Zêzere, à época da
Reconquista integrava a chamada Linha do Tejo, atual Região de Turismo dos
Templários. Constitui um dos exemplos mais representativos da arquitetura
militar da época, evocando simultaneamente os primórdios do reino de Portugal e
a Ordem dos Templários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo.
Com a extinção da Ordem do Templo o castelo de Almourol passa a integrar o patrimônio
da Ordem de Cristo (que foi a sucessora em Portugal da Ordem dos Templários).
HISTÓRIA
Embora
os autores não sejam unânimes acerca da primitiva ocupação humana deste sítio,
acreditando-se que remonte um castro pré-histórico, a pesquisa arqueológica
trouxe à luz testemunhos do período romano (moedas do século I a.C.) e do
período medieval (medalhas). Alguns autores, ainda, identificam em alguns
trechos na base das muralhas, exemplos do aparelho construtivo de tipo romano.
A
partir do século III, o sítio foi ocupado por outros grupos, nomeadamente os
Alanos, os Visigodos e os Muçulmanos, estes últimos a partir do século VIII. No
século XIII, a fortificação já existia, por eles denominada como Al-morolan
(pedra alta).
Não
se pode precisar a origem do seu nome, assim como se torna difícil clarificar o
significado e a própria grafia do qual são conhecidas variações: Almoriol,
Almorol, Almourel, Almuriel. Outros autores estabelecem ligação com o termo
Moron, que Estrabão teria referido como cidade situada à beira Tejo, ou com o
termo Muriella, que consta da descrição da delimitação do Bispado de Egitânia e
Corretânea. À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, quando esta
região foi ocupada por forças portuguesas, Almourol foi conquistado em 1129 por
D. Afonso Henriques (1112-1185). O soberano entregou-o aos cavaleiros da Ordem
dos Templários, então encarregados do povoamento do território entre o rio
Mondego e o Tejo, e da defesa da então capital de Portugal, Coimbra.
Nesta
fase, o castelo foi reedificado, tendo adquirido, em linhas gerais, as suas
atuais feições, características da arquitetura templária: espaços de planta
quadrangular, muralhas elevadas, reforçadas por torres adossadas, Tinham 9
torres e uma mais alta e na janela virada a nascente tem uma cruz dos
Templários. Dominadas por uma torre de menagem. Uma placa epigráfica, colocada
sobre o portão principal, dá conta que as suas obras foram concluídas em 1171,
dois anos após a conclusão do Castelo de Tomar, edificado por determinação de
Gualdim Pais, filho de Paio Ramires. As mesmas características arquitetônicas
estão presentes também no Castelo de Idanha, no de Monsanto, no de Pombal, no
de Tomar e no de Zêzere, seus contemporâneos.
Sob
os cuidados da Ordem, constituído em sede de uma Comenda, o castelo tornou-se
um ponto nevrálgico da zona do Tejo, controlando o comércio de azeite, trigo,
carne de porco, frutas e madeira entre as diferentes regiões do território e
Lisboa. Acredita-se ainda que teria existido uma povoação associada ao castelo,
em uma ou em ambas as margens do rio, uma vez que, em 1170, foi concedido foral
aos seus moradores.
Com
o avanço da reconquista para o sul e a extinção da Ordem dos Templários em 1311,
pelo papa Clemente V durante o reinado de D. Dinis (1279-1325), a estrutura
passou para a Ordem de Cristo, vindo posteriormente a perder importância, tendo
sofrido diversas alterações.
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