segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

PINTURA DE CHARLES LEMONNIER “A LEITURA DE O ÓRFÃO DA CHINA” DE VOLTAIRE NO SALÃO DA MADAME GEOFRIN, NO ANO DE 1822


A pintura do artista Lemonnier, chamada “A Leitura de O Órfão da China de François Marie Arouet, mas conhecido como Voltaire, no Salão da Madame Geofrin”, mostra o apreço pelo filósofo na época.

Pintado em 1822 pelo artista francês Anicet Charles Gabriel Lemonnier o quadro representa um encontro que teria ocorrido em 1.755 na casa da madame Marie-Thèrèse Geoffrin(1699-1777). Na realidade, a obra é uma grande fantasia do pintor, pois, ele agrupou em uma mesma cena personagens que jamais se encontraram, ou que nunca estiveram ao mesmo tempo nos salões de madame Geoffrin.

Do ponto de vista da expressão artística, isso é o que chamamos de "licença poética", recurso pelo qual um artista modifica a realidade para dar realce a aspectos que consideram importantes. A intenção de Lemonnier ao pintar essa tela era "fazer ver" algumas das personagens mais importantes do Iluminismo francês. O fato de algumas delas nunca terem se encontrado nos salões de madame Geoffrin, pois, não tinha importância nesse contexto.

Para marcar a importância de Voltaire sem representá-lo entre os outros convidados, o pintor Lemonnier resolveu representá-lo por meio de um busto, colocado quase no centro da tela. Logo, estas figuras se associam não por suas vidas, mas pelas suas ideias, sendo representadas como "construtores" coletivos de uma ideologia que ajudou a construir a Europa e que agora estava se espalhando para diversas regiões ao redor do mundo, em nome da "civilização" dos "bárbaros", uma destas regiões foi, justamente, a China. A tela de Lemonnier retrata uma fantasia do pintor, ao reunir ali grandes personagens do iluminismo francês.

François Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire, foi um dos mais importantes filósofos do iluminismo. Defensor das liberdades individuais e da tolerância foi uma das principais inspirações da Revolução Francesa.

Voltaire entendia que o rei representava e dirigia a nação. Porém, para ele, o poder absoluto do monarca deveria ser empregado para alcançar um progresso cultural e social, capaz de atender aos interesses de seus súditos. O pensador francês defendia a liberdade de expressão e julgava essencial combater o clero e também todos os nobres que fizessem oposição aos monarcas. Também defendia reformas educacionais e o apoio ao comércio controlado pela burguesia.

Para Voltaire, deve ser garantido às pessoas o direito à liberdade de expressão, à liberdade religiosa e à liberdade política. Por suas defesas, o filósofo foi perseguido pela Igreja Católica e pelo Estado absolutista francês.



UM POUCO SOBRE VOLTAIRE

François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire nasceu em Paris, 21 de novembro de 1694 e faleceu em Paris, 30 de maio de 1778, foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês.

Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio, é uma dentre muitas figuras do Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Americana. Escritor prolífico, Voltaire produziu cerca de 70 obras em quase todas as formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas, mais de 20 mil cartas e mais de 2 mil livros e panfletos.

Foi um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura e severas punições para quem as quebrasse. Um polemista satírico, ele frequentemente usou suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições francesas do seu tempo. Voltaire é o patriarca de Ferney. Ficou conhecido por dirigir duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e da nobreza. Por dizer o que pensava, foi preso duas vezes e, para escapar a uma nova prisão, refugiou-se na Inglaterra. Durante os três anos em que permaneceu naquele país, conheceu e passou a admirar as ideias políticas de John Locke.



UM POUCO SOBRE ANICET CHARLES GABRIEL LEMONNIER

Anicet Charles Gabriel Lemonnier nasceu em 6 de junho de 1743 e faleceu em 17 de agosto de 1824 foi um conhecido pintor francês de temas históricos que atuou antes, durante e depois da Revolução Francesa.

Lemonnier nasceu em Rouen. Foi aluno de Jean-Baptiste Descamps na Escola de Belas Artes de Rouen, depois de Joseph-Marie Vien, onde teve como colegas e amigos Jacques-Louis David e François-André Vincent. Com uma aparência agradável, muita inteligência natural e excelentes recomendações, ele logo foi admitido na melhor sociedade da capital, especialmente no salão de Marie Thérèse Rodet Geoffrin, que gostou dele. Em 1772 exibiu Os Filhos de Niobe mortos por Apolo e Diana, obra que lhe rendeu o Prêmio de Roma.

Viveu em Roma, como licenciado do Governo, de 1774 a 1784. Neste país das artes, Lemonnier encontrou um lar cheio de bondade com o famoso diplomata poeta, Cardeal de Bernis, e dedicou-se com entusiasmo ao estudo das obras-primas dos mestres, nas quais se inspirou para o desenho e a composição que caracterizam o seu talento.

De volta à França, Lemonnier voltou para sua cidade natal, onde pintou um de seus melhores quadros, a Peste de Milão, para a capela do Seminário de Saint-Vivien. Em 1786, durante a visita de Luís XVI a Rouen em seu retorno de Cherbourg, Lemonnier foi contratado para pintar um quadro cujo tema era a apresentação dos membros da Câmara de Comércio de Rouen ao monarca. Logo depois, executou para a mesma empresa uma grande pintura alegórica representando o ofício da engenharia e o descobrimento da América. Em 1789, Lemonnier foi nomeado para a Academia de Pintura por seu trabalho la Mort d'Antoine (a morte de Anthony). 






Nenhum comentário:

Postar um comentário