Um artigo valioso para entendermos a importância de Ary Parreiras para a nossa cultura.
O jornal Atual presta uma homenagem significativa ao renomado fluminense Almirante Ary Parreiras, através da perspicaz análise do jornalista e membro da Academia Fluminense de Letras, Erthal Rocha.
Sob o título "ARY PARREIRAS: A CADA 100 ANOS", Erthal tece uma narrativa que equilibra a biografia com o reconhecimento de sua indelével marca na história pública brasileira.
Nascido em Niterói, a terra que sempre reverenciou, Ary Parreiras é apresentado como um cidadão engajado, que exerceu com notável dedicação cargos públicos importantes, como interventor federal do estado do Rio de Janeiro nomeado por Getúlio Vargas.
A matéria do eminente jornalista sublinha a coexistência harmoniosa entre a paixão e o compromisso com a administração pública, revelando um homem de "excelsas virtudes".
Erthal Rocha não se limita a enumerar os feitos de Ary Parreiras; ele mergulha na essência de seu legado, ressaltando sua “empolgante personalidade” e a profundidade de seu caráter.
A matéria evoca a solenidade da inauguração do monumento em sua homenagem, um testemunho do reconhecimento público de sua grandeza.
A matéria do Jornal Atual ressalta Ary Parreiras que teve uma importante atuação na vida militar e política do Brasil: Ingressou na Marinha do Brasil em 1907, chegando ao posto de Vice-Almirante.
Serviu na Primeira Guerra Mundial, integrando a Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG). Sua dedicação à Marinha foi reconhecida com diversas condecorações, incluindo a Ordem do Cruzeiro do Sul e a Medalha da Legião de Honra do governo norte-americano.
Foi interventor federal no Rio de Janeiro entre 1931 e 1935, um período crucial na história do estado e do país.
Sobrinho do renomado pintor Antônio Parreiras, mas Ary trilhou por outro caminho e não o da arte. Seu nome foi dado a um navio-transporte da Marinha brasileira, perpetuando sua memória. O monumento em Icaraí, citado na matéria, é outro símbolo do reconhecimento de Niterói por sua ilustre personalidade.
@ Alberto Araújo
********************************
Parabéns ao jornalista Erthal Rocha por esta excelente e informativa matéria sobre a vida e o legado de Ary Parreiras! É fundamental que a memória de personalidades tão importantes para a história de Niterói e do Brasil seja resgatada e apresentada de forma tão clara e envolvente.
A forma como aborda a trajetória de Parreiras, desde sua atuação na Primeira Guerra e na Revolução de 30 até sua postura íntegra como interventor e seu serviço na Marinha durante a Segunda Guerra, demonstra uma pesquisa aprofundada e um olhar sensível para a relevância histórica do personagem.
A matéria de Erthal Rocha não apenas informa, mas também inspira ao destacar a honestidade, o senso de dever e a firmeza de caráter de Ary Parreiras, qualidades tão necessárias em qualquer época. A inclusão dos depoimentos de personalidades como Marcos Almir Madeira, Alberto Torres e Hélio Leôncio Martins enriquece ainda mais a narrativa, oferecendo diferentes perspectivas sobre a grandeza desse niteroiense ilustre. A sua matéria cumpre um papel essencial ao apresentar um retrato fiel e completo de um homem que, como bem disse Fernando de Magalhães, surge 'de cem em cem anos'. Mais uma vez, meus parabéns ao jornalista Erthal Rocha por esta valiosa contribuição para a preservação da memória de Ary Parreiras e para o enriquecimento do conhecimento da história local e nacional.
@ Alberto Araújo
ERTHAL ROCHA - JORNALISTA, ESCRITOR E HOMEM DE LETRAS FLUMINENSE
A autoridade de Erthal Rocha para escrever sobre Ary Parreiras reside em sua vasta trajetória e profundo conhecimento da cultura fluminense: Formou-se em Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1955. Atuou como jornalista no Correio Fluminense e como repórter. Sua carreira o levou também à Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
É membro da Academia Fluminense de Letras, ocupando a Cadeira número 27, o que demonstra seu reconhecimento no meio literário e cultural do estado. Foi homenageado pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e recebeu importantes condecorações como a Medalha do Mérito da EMERJ e o Colar do Mérito do MPRJ.
Além de artigos jornalísticos, Erthal Rocha possui outras publicações, demonstrando seu engajamento com a escrita e a história. Uma de suas obras menciona a colonização suíça e alemã em Nova Friburgo.
JORNAL ATUAL
Histórico e Alcance: O Jornal Atual é uma instituição jornalística consolidada e respeitada, com forte ligação com a Região Metropolitana e a Costa Verde do Rio de Janeiro. Sua longevidade indica um papel importante na comunicação e na vida cultural dessas regiões. Como se observa pela matéria sobre Ary Parreiras, o jornal dedica espaço a temas de relevância histórica e cultural para o estado, especialmente para Niterói, cidade natal do artista homenageado e cidade de adoção do jornalista que o homenageia.
Ao contar com a colaboração de personalidades como Erthal Rocha, membro da Academia Fluminense de Letras, o jornal reforça sua credibilidade e seu compromisso com a produção de conteúdo de qualidade e com conhecimento de causa sobre a cultura local.
Por fim, a matéria do Jornal Atual não é apenas uma lembrança de Ary Parreiras, mas um encontro de duas figuras importantes ligadas à história e à cultura de Niterói: o homem público eternizado em suas obras e o jornalista que, com sua pena experiente, resgata e celebra seu legado para as novas gerações.
Com a análise ponderada de Erthal Rocha, o jornal Atual oferece um panorama completo e respeitoso sobre Ary Parreiras. A pena do jornalista, imbuída de conhecimento e admiração, convida o leitor a revisitar a vida e a obra de um vulto que, oitenta anos após sua morte, continua a inspirar e a enriquecer o patrimônio.
© Alberto Araújo
ARY PARREIRAS: A CADA 100 ANOS
A estima vale mais do que a celebridade, a consideração mais do que a fama, e a honra mais do que a glória. Sébastien-Roch Chamfort, jornalista e poeta francês
Todo niteroiense sabe onde fica a Avenida Ary Parreiras, importante via que liga os bairros de Icaraí e Vital Brazil. Nem todos, entretanto, avaliam a grandeza da vida do ilustre patrono daquela avenida. Assim, escrevo, neste mês, sobre sua vida. Ele nasceu no dia 17 de abril de 1893 em Niterói e aqui faleceu, prematuramente, em 9 de julho de 1945, aos 52 anos de idade. Era irmão de Edgard Parreiras e sobrinho de Antônio Parreiras (ambos glórias nacionais na pintura).
Atuou na Primeira Guerra Mundial como oficial do
navio “Piauí”, sendo agraciado com a Cruz e a Medalha da Vitória pelo Reino
Unido. Participou ativamente da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao
governo federal, tendo sido por ele nomeado interventor no Estado do Rio em 15
de dezembro de 1931. Ary Parreiras deve ser enaltecido como padrão de
honestidade na gestão e no amor à causa pública. Trouxe para o governo suas
excelsas virtudes de marinheiro e os méritos de sua empolgante personalidade,
ornada por capacidade e honradez na gestão da coisa pública, que para ele era
sagrada. A cultura fluminense deve a ele o término da construção em 1935 do
imponente prédio que abriga a Biblioteca Pública e a
Academia Fluminense de Letras, na Praça da República, em Niterói. A majestosa obra fora iniciada pelo presidente do Estado (como eram chamados os governadores) Feliciano Sodré, sete anos antes.
Ainda no final de 1935, o chefe do governo, Getúlio
Vargas (a ditadura do Estado Novo seria implantada em 10/11/1937) instou para
que Ary Parreiras exonerasse o chefe de polícia Joubert Evangelista da Silva,
dele recebendo a seguinte resposta: “Presidente, quem nomeia e demite meus
auxiliares sou eu. Mas quem nomeia e demite o interventor federal é Vossa Excelência.
E, como não pretendo atender ao seu propósito, deixarei o cargo hoje ao meio-dia.
Assim, poderá Vossa Excelência satisfazer seus amigos e eu, a minha consciência”.
Ary Parreiras exonerou-se do governo do Estado a 07/11/1935, afirmando: “Dos acertos
e desacertos dos meus atos no exercício do governo, julgará a opinião pública
fluminense”. Belo exemplo, nesta época de subserviência e apego aos cargos públicos.
De volta ao serviço na Marinha, seguiu em 1941 para o Rio Grande do Norte, onde construiu e até 1945 comandou a Base Naval de Natal – hoje Base Almirante Ary Parreiras – com a missão de defender o litoral do Nordeste durante a Segunda Guerra. Foi condecorado com a Ordem do Cruzeiro do Sul e com a Medalha de Ouro pelos serviços prestados ao Brasil, e ainda, com a Medalha da Legião de Honra pelo governo estadunidense.
O escritor Marcos Almir Madeira, presença de Niterói na Academias Fluminense e Brasileira de Letras, disse que “Ary Parreiras era um homem decididamente raro, quase irritantemente puro”. Alberto Torres, jornalista, advogado e homem público de saudosa memória, definiu Ary Parreiras como “uma individualidade predestinada. Criatura que se tornou legendária, pelos magníficos exemplos que nos deixou como precioso modelo, construídos pelos componentes de seu caráter, no curso de uma existência de grandeza”.
Declarou o capitão-de mar-e-guerra Hélio Leôncio Martins, na inauguração do monumento a Ary Parreiras, obra do escultor Honório Peçanha, na Praça Getúlio Vargas, em Icaraí, em 09/07/1959: “Numa época de ambições desenfreadas, de egoísmos, de golpes, de segundas intenções, foi o almirante Ary Parreiras um formidável idealista, que teve uma linha de conduta reta e única, a qual seguiu sem desfalecimento e sem atalhos, sem interesses subalternos e aspirações outras que não a de servir”.
O escritor Fernando de Magalhães, presidente do Conselho Consultivo criado pelo interventor para opinar sobre sua gestão, cunhou a seguinte expressão: “De cem em cem anos aparece um homem como Ary Parreiras”. Se os políticos brasileiros seguissem o exemplo do honrado almirante, por certo, teríamos um país mais justo, com menos sofrimento para a população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário