Na tessitura do tempo, onde as letras bordam a história e a imaginação desvenda os mistérios da alma, um nome ecoa com a cadência ritmada da terra moçambicana:
Mia Couto.
Em 2025, a PEN America, guardiã da liberdade de expressão e celebrante da excelência literária, elegeu a voz singular deste mestre das palavras para receber o prestigiado Prêmio PEN America/Nabokov.
Um reconhecimento que transcende as fronteiras geográficas e linguísticas, elevando a literatura lusófona a um patamar inédito neste "Oscar dos livros".
Não se trata apenas de um prêmio, mas de um abraço da América à profundidade da obra de Couto. O júri, com a sensibilidade de quem perscruta a essência das narrativas, reconheceu a forma como sua escrita mergulha nas águas turvas do passado de Moçambique, desvendando, ao mesmo tempo, os enigmas universais que nos definem como seres humanos. Identidade e existência, emaranhadas na prosa poética do autor, encontram agora um palco de reconhecimento global.
Mia Couto, este alquimista de
palavras, teceu ao longo de sua trajetória um lugar único na vasta e
multifacetada paisagem literária africana e mundial.
Sua voz, inconfundível e carregada de lirismo, transporta o leitor para um universo onde o real e o mágico se entrelaçam, onde a sabedoria ancestral sussurra através das metáforas e onde a força da natureza pulsa em cada frase.
A cerimônia, marcada para um dia de maio em Nova Iorque, não será apenas a entrega de um troféu, mas um encontro de almas literárias.
Ao lado de Couto, outras figuras notáveis, como a dramaturga Mona Mansour e o visionário Charles H. Rowell, serão igualmente celebradas, enriquecendo ainda mais este momento de exaltação da arte e do pensamento.
Clarisse Rosaz Shariyf, com a paixão de quem acredita no poder transformador dos livros, sublinhou a importância desta celebração em tempos de crescente censura. As histórias que Couto e outros como ele nos oferecem são faróis de empatia e compreensão, ferramentas essenciais para navegar as complexidades do mundo e reacender a esperança em meio às adversidades.
Assim, a notícia da premiação de Mia Couto ressoa como um cântico de reconhecimento à beleza da diversidade literária e à capacidade das palavras de construir pontes entre culturas e corações.
Em Niterói, no Brasil, onde a notícia
ecoa com particular alegria pela língua partilhada, celebra-se não apenas um
prêmio, mas a confirmação de que a alma de um continente, expressa na voz única
de um escritor, conquistou o palco do mundo.
Que as palavras de Mia Couto continuem
a florescer, semeando em nós a curiosidade, a reflexão e a inabalável crença no
poder das histórias.
Editorial
Alberto Araújo
Focus Portal Cultural
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