sábado, 18 de outubro de 2025

CHIQUINHA GONZAGA - A BATUTA QUE ROMPEU CORRENTES - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL


No dia 17 de outubro de 2025, celebramos os 178 anos de nascimento de uma mulher que não apenas compôs melodias, mas escreveu capítulos fundamentais da história cultural brasileira: Chiquinha Gonzaga. Mais do que uma musicista, ela foi um símbolo de resistência, liberdade e inovação, uma artista que transformou o som em instrumento de luta e beleza. 

Nascida em um Brasil escravocrata e patriarcal, Francisca Edwiges Neves Gonzaga ousou desafiar o destino traçado para as mulheres de sua época. Educada para ser esposa e mãe, ela preferiu ser compositora e maestrina. Aos 11 anos, já encantava com suas primeiras composições. Aos 16, enfrentou um casamento forçado. Aos 18, rompeu com tudo, marido, convenções e o silêncio. 

Chiquinha não apenas tocava piano: ela regia orquestras, escrevia operetas, criava choros e marchinhas, e fazia da música um palco de revolução. Sua obra mais célebre, “Ó Abre Alas”, não foi apenas a primeira marcha carnavalesca – foi um grito de liberdade que ecoa até hoje nos blocos e corações. 

Com mais de 2.000 composições, ela foi pioneira do teatro musical brasileiro, levando à cena personagens populares, ritmos marginalizados e temas ousados. Sua opereta Forrobodó escandalizou os moralistas e encantou o povo, com mais de 1.500 apresentações. 

Chiquinha não se calava. Lutou pela abolição da escravatura, pelos direitos autorais dos artistas, pela inclusão dos ritmos afro-brasileiros na música nacional. Fundou a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais e enfrentou o preconceito com a coragem de quem sabia que sua arte era maior que qualquer censura. 

Aos 87 anos, ainda compunha. Sua última obra, Maria, é um testamento de sua vitalidade criativa. Hoje, seu legado pulsa em cada acorde do samba, em cada nota da MPB, em cada mulher que ousa ocupar o palco. Seu nome batiza ruas, escolas, e sua história já foi contada em livros, peças e na televisão, como na minissérie Chiquinha Gonzaga, que emocionou o Brasil. 

Chiquinha Gonzaga não foi apenas a primeira maestrina do Brasil. Foi a primeira a reger o próprio destino. Sua vida é uma partitura de coragem, escrita com notas de liberdade, paixão e genialidade. 

Neste dia especial, o Focus Portal Cultural, sob a curadoria de Alberto Araújo, reverencia essa mulher que fez da música um ato de resistência e da arte, um caminho para a liberdade. 

@ Alberto Araújo

Focus Portal Cultural



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