sábado, 25 de outubro de 2025

EFEMÉRIDES 25 DE OUTUBRO – NASCIMENTO DE UMA LENDA, OS 144 ANOS DE PABLO PICASSO: O GIGANTE QUE REDEFINIU A ARTE. HOMENAGEM FOCUS PORTAL CULTURAL DO JORNALISTA ALBERTO ARAÚJO

Neste dia, em 25 de outubro de 1881, sob o sol vibrante de Málaga, na Espanha, nascia Pablo Ruiz Picasso. O mundo ainda não sabia, mas ali começava a trajetória de um dos maiores gênios da arte do século XX — um criador incansável que transformaria para sempre a maneira como enxergamos o fazer artístico. 

Picasso nasceu em Málaga, 25/10/1881 e faleceu em Mougins, 08/04/1973, não foi apenas um pintor. Ele foi uma força da natureza criativa, um espírito indomável que se manifestou como: Pintor e Escultor: mestre na metamorfose da tela e da matéria; Ceramista e Cenógrafo: levando sua arte para além das galerias; Poeta e Dramaturgo: revelando a profundidade de sua expressão. 

Prodigiosamente prolífico, Picasso produziu milhares de obras ao longo de sua vida, mais do que a maioria dos artistas da história e o fez com intensidade, variedade e inquietação criativa. Ele não apenas rompeu com as regras: ele as desfez, reinventou e reconstruiu em novas linguagens visuais. 

Ao lado de Georges Braque, deu origem ao Cubismo, movimento que desafiou a perspectiva tradicional e nos ensinou a ver o mundo sob múltiplos ângulos simultâneos. Dos melancólicos tons do Período Azul, passando pela delicadeza do Período Rosa, até o grito visceral de Guernica, Picasso foi um espelho dos tempos, registrando guerras, paixões, dores e alegrias humanas com uma potência única. 

Mais do que um artista, Picasso foi um revolucionário. Seu nome tornou-se sinônimo de inovação, liberdade e reinvenção. E sua obra, um farol que continua a iluminar o caminho da arte contemporânea. 

Hoje, o Focus Portal Cultural, sob curadoria do jornalista Alberto Araújo, reverencia os 144 anos de nascimento de Pablo Picasso, o eterno mestre que nos ensinou que criar é, acima de tudo, ousar. 

© Alberto Araújo 

 

 

Categoria de Obra

Número Aproximado de Peças

Pinturas

13.500

Desenhos e Ilustrações

100.000

Gravuras

30.000

Esculturas

700

Cerâmicas

3.000

TOTAL ESTIMADO

Mais de 147.000 Obras de Arte

 


AZUL, ROSA E O ESTILHAÇO DO OLHAR

A Biografia Lírica e Cultural de Pablo Picasso

Pablo Ruiz Picasso nasceu em Málaga, em 25 de outubro de 1881, e partiu em Mougins, em 08 de abril de 1973. Viveu 91 anos, mas sua obra parece atravessar séculos. Não foi apenas um artista, foi um terremoto estético, um alquimista da forma, um poeta que rimava com pinceladas.

Sua vida é uma sucessão de metamorfoses. Cada fase, uma pele nova. Cada cor, uma emoção crua. Cada ruptura, uma reinvenção.

O primeiro grande mergulho é azul. Após o suicídio do amigo Carlos Casagemas, Picasso pinta com tristeza. Não é apenas cor, é lamento. Os rostos se alongam, os olhos se perdem. Mendigos, mães solitárias, cegos: todos ganham dignidade na paleta espectral do artista. 

É o período em que a pintura se torna elegia. Um blues visual. A dor não é escondida, é exposta, elevada, transformada em arte silenciosa. Picasso não pinta para decorar. Pinta para denunciar, para sentir, para humanizar. 

Depois da dor, vem o afeto. O amor por Fernande Olivier e a boemia de Montmartre aquecem a tela. Surge o Período Rosa. Os tons se tornam suaves, os temas ganham leveza. Arlequins, acrobatas, saltimbancos, figuras que vivem entre o riso e a queda. 

O circo é metáfora. A vida é espetáculo, mas também fragilidade. Picasso encontra no Arlequim seu reflexo: o artista mascarado, sensível, errante. A paleta rosa é um suspiro entre revoluções. Uma pausa lírica antes do rompimento.

Em 1907, Picasso rasga o véu da tradição. Pinta Les Demoiselles d’Avignon e inicia o Período Africano. Influenciado por máscaras tribais e esculturas ibéricas, ele abandona a suavidade. A figura humana é desconstruída. O corpo vira geometria. O rosto, enigma.

É o nascimento do Cubismo. Ao lado de Georges Braque, Picasso desmonta a perspectiva clássica e propõe uma nova visão: múltipla, simultânea, fragmentada. A arte deixa de imitar o mundo, passa a interpretá-lo. A tela vira campo de batalha entre forma e significado. 

Em 1937, o bombardeio da cidade basca de Guernica transforma Picasso em cronista da dor coletiva. A tela homônima é feita em preto, branco e cinza, as cores do luto, da imprensa, da verdade nua. Cavalos em agonia, touros em choque, mães em desespero. Tudo é fragmento, tudo é grito.

Guernica não é só pintura. É manifesto. É denúncia. É poesia política. Picasso transforma a anatomia em protesto, a arte em resistência. A obra transcende o museu, torna-se símbolo universal contra a barbárie.

Picasso não parou no Cubismo. Flertou com o Classicismo, mergulhou no Surrealismo, reinventou a cerâmica, desenhou cenários, escreveu poemas. Sua inquietude era sua assinatura. Nunca se repetiu. Nunca se acomodou. 

Disse uma vez: “A pintura nunca é prosa. É poesia que se escreve com versos de rima plástica.” Sua vida foi exatamente isso: uma ode à liberdade criativa, uma dança entre forma e emoção, uma lição de que o olhar pode e deve ser estilhaçado.

©  Alberto Araújo


 











 

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