Quando o dia desperta em 19 de outubro, há uma voz suave no ar, como se as palavras se ajeitassem nas estantes do mundo, como se os livros se curvassem em reverência, como se o próprio tempo fizesse silêncio para ouvir. É o aniversário de Maria Amélia Amaral Palladino, e celebrar sua existência é celebrar o saber em sua forma mais delicada e poderosa.
Ela não chegou ao mundo apenas para ensinar, chegou para transformar. Professora, escritora, acadêmica, presidente da Academia Luso-Brasileira de Letras, membro de instituições internacionais que reconhecem sua grandeza, Maria Amélia é uma presença que transcende cargos e títulos. Ela é essência. É substância. É permanência.
Como uma coruja intelectual vigia os bosques do pensamento, da Literatura, das academias ela observa com olhos que enxergam o invisível. Vê o que se cala, escuta o que não se diz, compreende o que ainda não foi formulado. Sua sabedoria não se impõe, ela se insinua, como brisa que entra pelas frestas e renova o ar. Há nela uma elegância que não se aprende, uma firmeza que não fere, uma generosidade que não se exaure.
A professora Maria Amélia Amaral Palladino escreve como quem respira. Suas palavras têm ritmo de coração, têm textura de afeto, têm densidade de quem vive o que pensa. Seus textos não são apenas construções, são moradas. Quem os lê encontra abrigo, encontra espelho, encontra caminho. Ela não escreve para impressionar, escreve para tocar, para mover, para libertar.
Na sala de aula, é mais que professora: é alquimista. Transforma dúvidas em descobertas, inquietações em potência, erros em degraus. Cada aluno que passa por ela leva consigo não apenas conhecimento, mas também coragem. Porque Maria Amélia ensina com o olhar, com o gesto, com o silêncio. Ensina com presença.
Hoje, 19 de outubro de 2025, celebramos a mulher que é ponte entre mundos, que é raiz e voo, que é tempo e urgência. Celebramos a intelectual que não se limita às fronteiras da academia, mas que as expande com sua sensibilidade e sua visão. Celebramos a coruja que não dorme, que vigia, que protege, que inspira.
Que este novo ciclo seja feito de páginas intensas, de encontros luminosos, de ideias que germinam. Que a vida continue lhe oferecendo matéria-prima para sua arte de pensar e sentir. Porque enquanto houver Maria Amélia Palladino, haverá palavra viva, haverá pensamento fértil, haverá sabedoria que pulsa.
E isso, é motivo suficiente para que o mundo celebre, com alegria, com respeito, com gratidão.
Homenagem do Focus Portal Cultural
@Alberto Araújo
MARIA AMÉLIA PALLADINO — A SENHORA DAS PALAVRAS E DO TEMPO
Nascida em São João del-Rei, terra de sinos e memórias coloniais, Maria Amélia Amaral Palladino cresceu entre o eco da tradição e o chamado do futuro. Desde cedo, a palavra foi sua morada: primeiro como estudante apaixonada pelas letras, depois como professora que fez da sala de aula um território de descobertas, e finalmente como escritora e acadêmica que inscreveu seu nome na história cultural do Brasil e além dele.
Licenciada em Letras Anglo-Germânicas e bacharel em Direito pela PUC-Rio, Maria Amélia construiu uma trajetória que une rigor e sensibilidade, erudição e humanidade. Professora, poetisa, ensaísta, ela não apenas transmite conhecimento — ela o reinventa, como quem borda com fios de ouro a trama invisível do pensamento.
Sua obra literária, reconhecida por prêmios e distinções, é feita de ritmo e substância. Recebeu o título de Bacharel Honoris Causa do Colégio Pedro II, o Prêmio Carlos Drummond de Andrade em Itabira, e a Medalha de Mérito Militar da ABRAMMIL, entre tantas outras honrarias que testemunham a amplitude de sua influência.
Hoje, como presidente da Academia Luso-Brasileira de Letras, Maria Amélia não apenas ocupa uma Cadeira: ela a transforma em altar de diálogo entre culturas, em ponte entre o Brasil e Portugal, em espaço de celebração da língua que nos une. Sua presença em instituições internacionais confirma o que já se sabe: sua voz não conhece fronteiras, sua escrita é universal.
A coruja, símbolo da sabedoria, é também o emblema de sua vida intelectual. Como esse pássaro noturno, Maria Amélia enxerga além da superfície, decifra o que se oculta nas sombras, ilumina com sua visão o que parecia invisível. Professora, ela guia; escritora, ela revela; acadêmica, ela preserva e projeta.
Mas sua grandeza não está apenas nos títulos ou nas honrarias. Está na delicadeza com que trata a palavra, na generosidade com que compartilha o saber, na firmeza com que defende a cultura como patrimônio vivo. Maria Amélia é, ao mesmo tempo, raiz e voo: enraizada na tradição literária, mas sempre em busca de novos horizontes.
Celebrar sua biografia é celebrar a própria vitalidade da cultura. É reconhecer que, em cada texto, em cada aula, em cada gesto, ela reafirma a importância da literatura como alimento da alma e da educação como caminho de liberdade.
Maria Amélia Palladino é, enfim, uma SENHORA DAS PALAVRAS E DO TEMPO. Uma coruja que vigia os bosques da memória e que, com seu voo sereno, nos lembra de que o conhecimento não é apenas acúmulo é também poesia, é também vida.
© Alberto Araújo
19 de outubro de 2025-10-19
Aniversário de 80 anos de Maria Amélia Palladino
MARIA AMÉLIA PALLADINO
Poema em prosa de @ Alberto Araújo
O nome que carrega a herança de séculos. Palladino, palavra que atravessa o latim, o italiano, a memória medieval dos cavaleiros de Carlos Magno. Um título de honra, um chamado de coragem, um eco de palácios e de vassalos que guardavam o coração do poder. No som desse sobrenome, há a ressonância de um cavaleiro, mas também a suavidade de quem transforma a espada em palavra, o combate em cultura, a conquista em conhecimento.
Maria Amélia é professora. Não apenas aquela que ensina, mas a que desperta. Seus gestos são sementes, suas aulas são caminhos, sua presença é abrigo. Ela não ergue muralhas, abre portas. Não impõe verdades, oferece horizontes. Na delicadeza de sua voz, há firmeza. Na firmeza de sua postura, há ternura.
Escritora e acadêmica, ela se move entre livros como quem caminha em jardins. Cada texto é uma árvore que cresce, cada ideia é um fruto que se oferece. Na presidência da Academia Luso-Brasileira de Letras, ela não apenas ocupa um lugar, mas o recria. Faz da instituição um espaço vivo, onde tradição e futuro se encontram, onde a língua portuguesa se reconhece como casa comum.
E, no entanto, por trás da intelectual, há sempre a pessoa. Delicada, atenta, generosa. Uma mulher que sabe que o saber não é posse, mas partilha. Que a cultura não é ornamento, mas alimento. Que a palavra não é arma, mas ponte.
Maria Amélia Palladino, um nome que nasceu cavaleiro, e que hoje se cumpre como presença luminosa, coruja que vigia a noite, voz que atravessa o tempo, presença que permanece.
© Alberto Araújo
.png)



























Nenhum comentário:
Postar um comentário