O Focus Portal Cultural presta homenagem à escritora Idalina Andrade Gonçalves, açoriana de alma luminosa e guardiã das tradições que unem fé, cultura e identidade. Mulher de sensibilidade profunda, Idalina representa a força espiritual e o legado das ilhas açorianas, onde a devoção ao Divino Espírito Santo molda o coração e a memória de seu povo.
Em sua caminhada, preserva o sentido mais puro da religiosidade açoriana, aquele que nasce da partilha, da solidariedade e da gratidão. Com sua presença serena e inspiradora, mantém viva a chama das origens e transmite aos que a cercam o valor da simplicidade e do amor ao próximo.
O CULTO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO: TRADIÇÃO E IDENTIDADE AÇORIANA
Os Impérios do Espírito Santo são uma das expressões mais autênticas da religiosidade e da cultura popular dos Açores. Surgidos a partir das antigas confrarias medievais, tornaram-se um dos maiores símbolos da devoção comunitária e da solidariedade cristã.
Entre as tradições que moldaram a alma açoriana, poucas têm a força simbólica e a vitalidade do culto ao Divino Espírito Santo. Mais do que uma prática religiosa, ele se tornou um fio condutor da identidade coletiva, acompanhando os açorianos em cada travessia do Atlântico, seja rumo ao Brasil, seja às comunidades da América do Norte. Onde quer que um açoriano se estabeleça, o Espírito Santo encontra morada.
Nos Açores, as irmandades são o coração dessa devoção. Nelas, homens e mulheres se reúnem em pé de igualdade, unidos pela fé e pela promessa de solidariedade. Não importa a origem ou a riqueza: todos podem ser mordomos, todos podem ser coroados. Essa dimensão igualitária ecoa antigas ideias joaquimitas, que sonhavam com um tempo novo de fraternidade universal.
O espaço físico do culto é o Império, edifício simples ou ornamentado, que guarda coroas, cetros e bandeiras, símbolos de poder espiritual e de esperança. Ali se organizam as festas, os cortejos e as funções, momentos em que a comunidade se reúne para partilhar pão, vinho e carne, mas também para reafirmar laços de vizinhança e pertença. A mesa farta, com a sopa do Espírito Santo, a massa sovada e o arroz doce, não é apenas refeição: é gesto de comunhão.
Mais do que ritos, o culto preserva valores. A caridade, que garante que os mais pobres participem da festa. O perdão, que reconcilia os irmãos antes da celebração. A autonomia, que permite que a devoção floresça sem depender da hierarquia eclesiástica. E a esperança, sempre viva, de que o Espírito Santo trará sabedoria e justiça a todos.
Hoje, seja nas ilhas, seja nas comunidades da diáspora, o culto mantém sua força. Ele não é apenas memória do passado, mas prática viva, que continua a unir gerações em torno de fé, música, partilha e festa. Nos Açores e além deles, o Espírito Santo segue coroando não apenas imperadores simbólicos, mas a própria identidade de um povo.
E é nesse contexto de fé e cultura que destacamos Idalina Andrade Gonçalves, uma verdadeira representante da alma açoriana, que continua a semear devoção e amor por onde passa.
IDALINA ANDRADE GONÇALVES
“O coração luso que pulsa em solo
brasileiro”
– Alberto Araújo
Das ilhas açorianas, onde o Atlântico murmura segredos ancestrais e a natureza se veste de verde-esmeralda, nasceu Idalina Andrade Gonçalves, portuguesa de berço, brasileira de alma e cidadã do mundo das artes e das letras. Sua origem insular, marcada pela força dos ventos e pela poesia das marés, imprime em sua obra um lirismo telúrico e uma sensibilidade que atravessa fronteiras.
Artista plástica de mão delicada e olhar profundo, Idalina transita com igual mestria pela pintura, pela poesia e pelo ensaio. Pincela telas com a mesma precisão com que borda versos, e constrói textos que revelam tanto a argúcia da ensaísta quanto a musicalidade da poetisa. Sua voz ecoa em academias e instituições culturais, levando consigo a herança lusitana e o afeto brasileiro.
Formada em Psicomotricidade e Biomedicina, alia ciência e arte em uma trajetória intelectual que se expande para a Musicoterapia e para a pesquisa em alfabetização, áreas nas quais desenvolve propostas inovadoras que unem sensibilidade e método. Essa amplitude de saberes sustenta sua atuação como Membro Titular em prestigiadas casas do saber, onde sua contribuição é reconhecida e valorizada.
Integra a AJEB-RJ (Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – Seção Rio de Janeiro), espaço em que cultiva a alquimia das palavras, onde já apresentou palestras memoráveis, como a dedicada à escritora portuguesa Maria Archer, resgatando e iluminando o legado de uma voz feminina essencial.
Sua presença é igualmente marcante no Elos Internacional da Comunidade Lusíada, onde tomou posse sob a presidência de Matilde Carone Slaibi Conti, e no PEN Clube do Brasil, instituição que a acolheu em solenidade presidida por Ricardo Cravo Albin. Sua ascensão ao PEN Clube é o reconhecimento de uma trajetória que une talento, dedicação e compromisso com a cultura.
Idalina Andrade Gonçalves é mais que uma escritora: é uma ponte viva entre Portugal e Brasil, entre ciência e arte, entre tradição e inovação. Sua obra e sua vida são faróis que iluminam o caminho de quem acredita que a palavra, quando dita com verdade e beleza, é capaz de transformar o mundo.
Texto e biografia feitos exclusivamente para esta postagem.
Créditos das fotos:
Nina Fernandes
@ Alberto Araújo 
Focus Portal Cultural, 2025
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