quarta-feira, 29 de outubro de 2025

AS TRÊS LEITURAS QUE O PROFESSOR MATEUS SALVADORI INDICA PARA HOJE



​O conhecido divulgador de Filosofia lista os clássicos que exploram o Absurdo, a Liberdade e a Consciência, desafiando as certezas do leitor. 

​O Professor Mateus Salvadori, conhecido por seu trabalho de divulgação da Filosofia nas redes sociais e em diversas plataformas, compartilhou uma poderosa lista de leituras que, segundo ele, "ferraram com sua mente" e são essenciais para quem busca profundidade e questionamento. 

Os três livros indicados são pilares do pensamento existencialista e da literatura russa, apresentando um confronto direto com a busca humana por sentido. 


1     1 - O ESTRANGEIRO, DE ALBERT CAMUS

​O primeiro clássico na lista do professor é "O Estrangeiro" (1942), de Albert Camus. A obra coloca o leitor diante de Meursault, um homem que comete um crime, mas cujo julgamento se concentra não tanto no ato em si, e sim em sua chocante indiferença diante da vida e das normas sociais. Segundo Salvadori, a obra "mostra o choque entre o absurdo da existência e a busca humana por sentido." Camus utiliza a apatia do protagonista para expor a irracionalidade do mundo, um conceito central do Absurdismo, e a consequente alienação do indivíduo que se recusa a fingir que a vida possui um significado inerente.



    2. A NÁUSEA, DE JEAN-PAUL SARTRE

Em seguida, o Professor Salvadori destaca "A Náusea" (1938), de Jean-Paul Sartre, uma obra fundamental do existencialismo. O livro narra a crise existencial de Antoine Roquentin, que se depara com a realidade nua e crua da contingência. A lição central, na visão do professor, é: "Ao perceber a realidade nua e crua, um homem sente a liberdade como um peso insuportável. Tudo é desprovido de essência e o sentido precisa ser criado do zero." A "náusea" sentida pelo personagem representa a súbita percepção de que a existência precede a essência, ou seja, de que o homem é livre e, portanto, totalmente responsável por criar seus próprios valores e sentido.



3. MEMÓRIAS DO SUBSOLO, DE FIÓDOR DOSTOIÉVSKI

Fechando o trio, está o precursor do existencialismo, "Memórias do Subsolo" (1864), de Fiódor Dostoiévski. O livro apresenta um narrador atormentado e isolado que usa suas divagações para atacar as certezas racionais e o otimismo da sociedade moderna. Salvadori resume o impacto da obra: "Um narrador atormentado revela suas contradições e desmonta suas certezas racionais. A obra expõe o lado sombrio da liberdade e a força destrutiva da consciência." A obra de Dostoiévski é um poderoso mergulho nas profundezas da psique humana, explorando a força irracional do indivíduo e a dimensão potencialmente destrutiva da liberdade total.

​As três indicações do Professor Mateus Salvadori formam um percurso desafiador para o leitor, sendo leituras essenciais para quem deseja ir além do senso comum e confrontar as grandes questões da existência.

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural


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