segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

CENTENÁRIO DA APRESENTAÇÃO DE VILLA-LOBOS NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO





No dia 17 de Fevereiro de 2022 vai completar o centenário da apresentação de Heitor Villa-Lobos no Theatro Municipal de São Paulo. A música erudita ainda estava envolvida com compositores como a música barroca de Bach e posteriormente outros compositores que lavavam a alma das pessoas de fino trato. Na obra do sociólogo Norbert Elías "O processo civilizador", um clássico da historiografia sociológica, a estética comportamental ia de encontro com a música clássica. 

Assim foram também Mozart, Beethoven, Chopin, Chaikovski e também o alemão Wagner. Esse último eu nunca gostei de escutar por ter sido antisemita e apoiava o I Reich de Otto Von Bismarck, quando a Alemanha se consolidou Estado após a vitória de Bismarck na Guerra Franco-Prussiana em 1871 e humilhando Napoleão III. 

Não por acaso, Adolf Hitler tinha como seu compositor predileto Wagner que teve discussões com quase vias de fato com o filósofo Nietzsche. Aqui no Brasil, depois do compositor Carlos Gomes com a sua composição O Guarani que foi apresentada no Theatro Municipal de Manaus e seu ápice no Scala de Milão, pudemos ver no século XX, um compositor que deu som no Movimento de Arte Moderna.

 Villa-Lobos inovou ao colocar o som da natureza em suas músicas. Alguns gostaram, outros não. Era mais uma ruptura com a estética da sonoridade europeia, aguçando a audição de uma outra maneira. Foi um passo importante para a música brasileira após a censura da música "Pelo telefone" de Donga  em 1917 por ser um samba, música que nasceu em uma favela e Chiquinha Gonzaga que abria alas. Villa-Lobos foi e sempre será uma referência para inúmeros músicos, seja música erudita, seja música popular. 

Heitor Villa-Lobos nasceu no Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 e faleceu no Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1959 foi um compositor, maestro, violoncelista, pianista e violonista brasileiro, descrito como "a figura criativa mais significativa do Século XX na música clássica brasileira", e se tornando o compositor sul-americano mais conhecido de todos os tempos. Compositor prolífico, escreveu numerosas obras orquestrais, de câmara, instrumentais e vocais, totalizando mais de 2 mil obras até sua morte, em 1959.

Destaca-se por ter sido o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música do modernismo no Brasil, compondo obras que contêm nuances das culturas regionais brasileiras, com os elementos das canções populares e indígenas.

Suas composições foram influenciadas tanto pela música folclórica brasileira quanto por elementos estilísticos da tradição clássica europeia, como exemplificado por suas Bachianas Brasileiras. Suas Etudes para violão (1929) foram dedicados a Andrés Segovia, enquanto seus 5 Prelúdios (1940) foram dedicados à sua esposa Arminda Neves d'Almeida, também conhecida como "Mindinha". Ambas são obras importantes no repertório violonístico.

Sua data de nascimento é celebrada, no Brasil, como "Dia Nacional da Música Clássica". Em 2011 seu nome foi inscrito no Livro de Aço dos heróis nacionais depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves.










Fonte Primária:

- Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro-RJ. A Gazeta de São Paulo, 1922;

- ELIAS, Norbert. O processo civilizador: História dos costumes. Ed. Zahar, Rio de Janeiro-RJ, 2005.

 

Postagem do historiador Guto Mello no grupo de WhatsApp da Rede Sem Fronteiras.

 

 



Nenhum comentário:

Postar um comentário