segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

OS 30 ESCRITORES BRASILEIROS DO SÉCULO - SELEÇÃO EXCLUSIVA DO FOCUS PORTAL CULTURAL

  


 

 

 

O FOCUS PORTAL CULTURAL selecionou 30 personalidades que pelo conjunto de obras e valor literário que possuem, foram afirmadamente apontados como referências incontestes da nobreza e importância da literatura brasileira e entraram para a lista dos 30 escritores brasileiros do século.   

A lista não espera ser abrangente ou definitiva, antes é apenas um reflexo da paixão do editor desta revista cultural. A triagem é exclusivamente uma forma de mencionar autores que fizeram algo revolucionário na área literária. Obviamente conhecemos que todas as listas são sempre incompletas. Sabe-se que, como a percepção, a opinião de outrem —  é a base de todas as listas —, mas aqui é algo excepcionalmente individual.

Claro que existem excelentes escritores! Você caro leitor foculista poderá até ser um dos que dirão, porque fulano não está na lista?. Eu não acho certo deixá-lo de fora, já que é um artífice muito bom.

Portanto, foram selecionados apenas os 30 autores que nós identificados como importantes no mundo literário.

 

Machado de Assis nascido no morro Jumento, no Rio (1939-1908), filho de um mulato e de uma lavadeira portuguesa, foi o primeiro presidente e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Escreveu Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1900). Para muitos, o maior escritor brasileiro de todos os tempos.

Guimarães Rosa nasceu Cordisburgo em 27 de junho de 1908 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 19 de novembro de 1967 Médico e diplomata. Foi um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Em Grande sertão: veredas, de 1956, revela minucioso conhecimento de plantas, bichos e até da cartografia da paisagem sertaneja. O idioma peculiar dos personagens é recriado até virar uma prosa quase experimental, próxima à poesia. Os contos e romances escritos por Guimarães Rosa ambientam-se quase todos no chamado sertão brasileiro. A sua obra destaca-se, sobretudo, pelas inovações de linguagem, sendo marcada pela influência de falares populares e regionais que, somados à erudição do autor, permitiu a criação de inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos e palavras populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas.

Monteiro Lobato Paulista de Taubaté (1882-1948), escreveu livros infantis muito populares, como O sítio do picapau-amarelo, gênero que ele considerava "vasto e nunca tentado" e que consolidou no Brasil. Seu nome está ligado também ao personagem Jeca Tatu (arquétipo do homem puro do interior, marginalizado e empobrecido) e a campanhas como a de busca de petróleo em território nacional.

Carlos Drummond de Andrade Um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos, mineiro de Itabira (1902-1987), viveu a infância numa fazenda e formou-se em Farmácia. Em Belo Horizonte, fundou A revista, em 1925, apoiando o Modernismo. Em 1933, mudou-se para o Rio, onde virou funcionário público do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Em A rosa do povo (1945), engajou-se ao lado dos que lutam por um mundo justo e belo. Em Claro enigma (1951), flagrou o vazio da vida, sem abandonar o humor.

Mário Quintana  nascido em Alegrete no dia 30 de julho de 1906 e falecido em Porto Alegre no dia 5 de maio de 1994 foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini. Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1976, ao completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

Murilo Mendes Mineiro de Juiz de Fora (1901-1975), integrado ao movimento Modernista, compôs desde sátiras e poemas-piadas até versos de inspiração religiosa. Iniciou-se na literatura escrevendo nas revistas modernistas Terra Roxa, Outras Terras e Antropofagia. Os seus livros Poemas (1930), História do Brasil (1932) e Bumba-Meu-Poeta, escrito em 1930, mas só publicado em 1959, na edição da obra completa intitulada Poesias (1925–1955), são claramente modernistas, revelando uma visão humorística da realidade brasileira. Tempo e Eternidade (1935) marca a conversão de Murilo Mendes ao catolicismo. Nos volumes da fase seguinte, Poesia em Pânico (1938), O Visionário (1941), As Metamorfoses (1944) e Mundo Enigma (1945), o poeta apresenta influência cubista, sobrepondo imagens e fazendo o plástico predominar sobre o discursivo. Poesia Liberdade (1947), como alguns outros livros do poeta, foi escrito sob o impacto da guerra, refletindo a inquietação do autor diante da situação do mundo.  Em 1970, Murilo Mendes publica Convergência, um livro de poemas vanguardistas com influência do concretismo. Murilo Mendes também publicou livros de prosa, como O Discípulo de Emaús (1944), A Idade do Serrote (1968), Livro de memórias e Poliedro (1972). Ao morrer, em Lisboa, deixou inéditas várias obras.

Antônio Calado nascido em Niterói - RJ em 1917 e faleceu em 1997, começou a escrever em jornais, desde a sua juventude. Foi jornalista, teatrólogo e ficcionista. Sua obra mais conhecida é Quarup (1967), romance sobre as mazelas políticas do País cujo desfecho se dá numa das mais importantes festas de nossos índios.  Apesar de formado em Direito (1939), nunca exerceu atividade na área jurídica. Militou na imprensa diária no período entre 1937 a 1941, nos jornais cariocas O Globo e Correio da Manhã. Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, transfere-se para Londres onde trabalhou para a BBC até 1947. Depois da libertação de Paris, trabalhou no serviço brasileiro da Radiodiffusion française. Na Europa descobre "sua tremenda fome de Brasil". Lê incansavelmente literatura brasileira e alimenta o desejo de, ao voltar, conhecer o interior do país. Na volta, satisfaz esse desejo ao fazer grandes reportagens pelo Nordeste, pelo Xingu, sobre Francisco Julião, Miguel Arraes e outras. Atuou como redator-chefe do Correio da Manhã de 1954 a 1960, quando foi contratado pela Enciclopédia Britânica para chefiar a equipe que elaborou a primeira edição da Enciclopédia Barsa, publicada em 1963.[1] Redator do Jornal do Brasil, cobriu, em 1968, a Guerra do Vietnã. Em 1974, dá aulas nas universidades de Cambridge, na Grã-Bretanha, e Columbia, nos Estados Unidos. Em 1975, quando trabalhava no Jornal do Brasil, deixa a rotina das redações para dedicar-se profissionalmente à literatura. Callado estreou na literatura em 1951, mas sua produção na década de 1950 consiste basicamente em peças teatrais, todas encenadas com enorme sucesso de crítica e público. Mas a mais bem sucedida foi Pedro Mico, dirigida por Paulo Francis, com o arquiteto Oscar Niemeyer em inusitada incursão pela cenografia, e Milton Moraes criando o papel-título. Foi transformada em filme estrelado por Pelé.

Graciliano Ramos Autor de Vidas secas e São Bernardo, alagoano de Quebrângulo (1892-1953), foi prefeito de Palmeira dos Índios (AL), em 1927. Lançou-se escritor, aos 40 anos, em Caetés. Em 1936, acusado de comunista pelo governo de Getúlio Vargas, foi preso em Maceió. A experiência foi relatada em Memórias do cárcere (1953).

Érico Verissimo Durante décadas, era um dos raros escritores brasileiros que conseguia viver do ofício. Gaúcho de Cruz Alta (1905-1975), influenciado por Adous Huxley e Somerset Maugham, na primeira fase de sua obra adotou técnicas do romance moderno (como a narrativa de diversas histórias paralelas). A obra-prima, no entanto, é O tempo e o vento, romance épico sobre a colonização do Rio Grande do Sul.

Manuel Bandeira Um dos principais poetas do Modernismo, nascido no Recife (1886-1968), peregrinou por casas de saúde para tratar de graves problemas pulmonares, que se transformaram em poemas como Pneumotórax. Vou-me embora para Pasárgada é um de seus poemas mais conhecidos.

José Cândido de Carvalho nasceu em Campos dos Goytacazes, 5 de agosto de 1914 — Niterói, 1 de agosto de 1989) foi um advogado, jornalista e escritor brasileiro, mais conhecido como o autor da obra O coronel e o lobisomem.

Mário de Andrade Um dos principais nomes do Modernismo, o paulistano Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945) adotou a narrativa fragmentada e abrasileirou a prosa com expressões de cunho popular. Foi contista e poeta, além de pesquisador de música e folclore. Escreveu Macunaíma (1928), romance em que utiliza um mito indígena para sintetizar a essência do caráter do homem brasileiro.

Clarice Lispector Instrospectiva, de estilo marcadamente pessoal, assim era Clarice Lispector (1925-1977), que tinha só dois meses de vida quando veio da Ucrânia para o Brasil. Em sua obra, o esmagamento fortuito de uma barata pode conduzir a uma reflexão angustiada sobre a existência de Deus, assim como o enterro de um cão força o dono a meditar a respeito do sentimento de culpa.

João Cabral de Melo Neto  nascido em Recife no dia 9 de janeiro de 1920 e falecido no Rio de Janeiro em 9 de outubro de 1999 foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil. Faz poesia de crítica social, com destaque para Morte e vida severina, que virou peça de teatro musicada por Chico Buarque nos anos 60. Foi agraciado com vários prêmios literários, entre eles o Prêmio Neustadt, tido como o "Nobel Americano", sendo o único brasileiro galardoado com tal distinção. O escritor foi membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Letras.

Jorge Amado nascido em Itabuna em 10 de agosto de 1912 e faleceu em Salvador no dia 6 de agosto de 2001 foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos. É o autor mais adaptado do cinema, do teatro e da televisão. Verdadeiros sucessos como Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres, Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Tereza Batista Cansada de Guerra foram criações suas. A obra literária de Jorge Amado – 49 livros, ao todo – também já foi tema de escolas de samba por todo o País. Seus livros foram traduzidos em 80 países, em 49 idiomas, bem como em braille e em fitas gravadas para cegos.Integrou os quadros da intelectualidade comunista brasileira desde o final da primeira metade do século XX - ideologia presente em várias obras, como a retratação dos moradores do trapiche baiano em Capitães da Areia, de 1937. Em 1994, a sua obra foi reconhecida com o Prémio Camões.

Cecília Meireles nascida no Rio de Janeiro em 1901 e falecida em 1964, É considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa. Sua obra reflete atmosfera de sonho e fantasia. Embora tenha sido influenciada no início pelo simbolismo, é apontada como a poetisa moderna, de estilo pessoal e inovador.

Lygia Fagundes Telles Paulistana de 1923, começou como contista aos 15 anos, gênero em que se destacaria depois com Histórias do desencontro (1958) e O jardim selvagem (1965). Escreveu também romances como Ciranda de pedra (1955) e As meninas (1973).

Oswald de Andrade Poeta, romancista e ensaísta que encarnou o espírito rebelde do Modernismo (1890-1954), era antes de tudo um agitador cultural. Inventou a Antropofagia – em vez de imitar, o melhor é devorar criticamente a cultura das metrópoles.

Vinícius de Moraes Mais popular como letrista de canções da bossa nova, esse advogado e diplomata carioca (1913-1980) destacou-se antes como poeta. Até 1938, com Novos poemas, fazia poesia mística, e a partir de 1943, com Cinco elegias, os versos chegaram mais perto do mundo material.

Euclides da Cunha Como repórter, acompanhou a fase derradeira da revolta de Canudos, em 1897. Suas reportagens foram reunidas em livro, após sua morte, em Os sertões (publicado em 1902), obra fundamental de denúncia das reais condições de vida no Nordeste.

José Lins do Rego As lembranças de infância constituem a matéria-prima da ficção do paraibano José Lins do Rego (1901-1957), que fez uma série de romances sobre o ciclo da decadência da cana-de-açúcar, na Zona da Mata nordestina. O principal título é Menino de engenho (1932).

Lima Barreto Carioca (1881-1922), o pai era zelador de um manicômio. Ele próprio foi internado, dependente da bebida. Não foi reconhecido em vida, mas é admirado hoje como escritor de dramas humildes, ao qual não faltou sarcasmo para retratar os meios políticos de sua época.

Rachel de Queiroz Sua obra revela a miséria do nordestino. Cearense de 1910, descendente de José de Alencar (uma das avós era prima do escritor), é a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras (1977).

Rubem Fonseca Diz a lenda que todo autêntico carioca nasceu em Minas. É o caso de Fonseca, de Juiz de Fora, em 1925. De estilo áspero e contundente, escreveu Feliz ano novo (1975).

Ariano Suassuna foi um dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta brasileiro e formado em Direito. Nascido em 1927 em João Pessoa (PB), sua obra é marcada pela fé no catolicismo. Idealizador do Movimento Armorial e autor das obras Auto da Compadecida e O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, foi um preeminente defensor da cultura do Nordeste do Brasil.

Gilberto Freyre nasceu em Recife em 15 de março de 1900 e faleceu em Recife no dia 18 de julho de 1987. Foi um polímata brasileiro, sociólogo e escritor, é autor de Casa-Grande & senzala, principal obra sobre as raízes étnicas do País. Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor. É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX.

Nélida Piñón nasceu no Rio de Janeiro, 3 de maio de 1937 é uma escritora brasileira, e imortal da Academia Brasileira de Letras, a qual já presidiu. Sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios ao longo de mais de 35 anos de atividade literária. O mais recente foi o Prêmio Príncipe de Asturias das Letras de 2005, conferido na cidade espanhola de Oviedo.

Darci Ribeiro nasceu  em Montes Claros, 26 de outubro de 1922 e faleceu em Brasília, 17 de fevereiro de 1997. Antropólogo, educador e escritor, é um dos políticos mais importantes do final do século. Projetou a Universidade de Brasília e escreveu O povo brasileiro. Suas ideias de identidade latino-americana influenciaram vários estudiosos latino-americanos posteriores. Como Ministro da Educação do Brasil realizou profundas reformas que o levou a ser convidado a participar de reformas universitárias no Chile, Peru, Venezuela, México e Uruguai.

Ferreira Gullar nascido em São Luís no Maranhão em 10 de setembro de 1930 é um escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo. Foi o postulante da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por Ivan Junqueira, da qual tomou posse em 5 de dezembro de 2014.

Adélia Prado  nasceu em Divinópolis, 13 de dezembro de 1935, é uma poetisa, professora, filósofa e contista brasileira ligada ao Modernismo. Seus textos literários retratam o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único.

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário