sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

NOVA OBRA DE HABERMAS NAS EDIÇÕES GULBENKIAN. “UMA OUTRA HISTÓRIA DA FILOSOFIA”, OBRA RECENTE DO FILÓSOFO ALEMÃO JÜRGEN HABERMAS, SERÁ PUBLICADA AINDA ESTE ANO.

 



A obra introduz novas perspectivas e cruzamentos entre a filosofia geral, a filosofia política e das religiões, áreas que Habermas tem vindo a aprofundar nas últimas décadas. Articulando a filosofia com a teoria social, e recusando uma perspectiva eurocêntrica limitada, Habermas introduz a filosofia ocidental no concerto das imagens do mundo, abarcando as origens dos monoteísmos e da filosofia grega a par de outras cosmologias asiáticas.

Editada em dois volumes, com tradução de JOSÉ LAMEGO, esta obra pretende contribuir para a construção da paz universal, animada por uma nova abertura e um espírito de comunicação livre e ilimitado.

No primeiro volume, intitulado A Constelação Ocidental entre Fé e Saber, Habermas reflete sobre as relações entre a razão secular e a fé religiosa, tendo em conta não apenas o quadro da modernidade europeia e do Ocidente, mas um espectro mais alargado de modernidades múltiplas que seguiram caminhos diversos, no plano do pensamento e da política.

O segundo volume, intitulado Liberdade Racional. Os Rastos da Discussão sobre Fé e Saber, será também publicado em breve pela Fundação.


UM POUCO SOBRE JÜRGEN HABERMAS


Nasceu em Düsseldorf, 18 de junho de 1929 é um filósofo e sociólogo alemão que participa da tradição da teoria crítica e do pragmatismo, sendo membro da Escola de Frankfurt. Dedicou sua vida ao estudo da democracia, especialmente por meio de suas teorias do agir comunicativo (ou teoria da ação comunicativa), da política deliberativa e da esfera pública. Ele é conhecido por suas teorias sobre a racionalidade comunicativa e a esfera pública, sendo considerado um dos mais importantes intelectuais contemporâneos.

Associado à Escola de Frankfurt, tendo sido assistente de Theodor Adorno, coopera com este na crítica ao positivismo lógico, especialmente à influência deste na sociologia. Desenvolve sua teoria dos interesses cognitivos, em sintonia com o pensamento de Herbert Marcuse, especialmente em relação ao interesse emancipatório. Desde o início, sua obra transita ao redor da categoria da interação.

O trabalho de Habermas trata dos fundamentos da teoria social e da epistemologia, da análise da democracia nas sociedades sob o capitalismo avançado, do Estado de direito em um contexto de evolução social (no qual a racionalização do mundo da vida ocorre mediante uma progressiva libertação do potencial de racionalidade contido na ação comunicativa, de modo que a ação orientada para o entendimento mútuo ganha cada vez mais independência dos contextos normativos) e da política contemporânea, particularmente na Alemanha.

Em seu sistema teórico, nomeadamente quando desenvolve o conceito de democracia deliberativa, indica as possibilidades da razão, da emancipação e da comunicação racional-crítica, latentes nas instituições modernas e na capacidade humana de deliberar e agir em função de interesses racionais. Habermas é, também, conhecido por seu trabalho sobre a modernidade e particularmente sobre a racionalização, nos termos originalmente propostos por Max Weber. O pensamento de Habermas também tem sido influenciado pelo pragmatismo americano, pela teoria da ação e mesmo pelo pós-estruturalismo. Seus trabalhos têm sido estudados, debatidos e aplicados em vários campos do conhecimento, desde as Ciências da Comunicação ao Jornalismo, da Sociologia à Ciência Política, da Filosofia da Linguagem ao Direito, com enormes contribuições no que tange especialmente ao giro no sentido da concepção de democracia deliberativa.

 

 





 

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