SENTIMENTO À FLOR –
MENSAGEM DA PROFESSORA DALMA NASCIMENTO
Igual a Sísifo, o mito grego reelaborado no século XX por Marcel Camus, eternamente condenado a rolar a pedra até o cimo do monte e ela, logo a cair, assim também eu me encontrava, ao começar ao reunir meus estudos sobre os "Carmina Burana".
Múltiplos
foram os trajetos percorridos. Quando eu quase chegava ao topo da montanha, a
pedra das minhas pesquisas rolava morro abaixo. Bem mais de vinte anos se
passaram quando comecei a escalar a Montanha Mágica deste livro. Até que
finalmente consegui e, ao receber ontem um exemplar por intermédio de meu filho
Cláudio, meu neto Leon e de minha vizinha Izaura, chorei de alegria.
Mas,
nesses dias, ao assistir pela tevê ao sofrimento de nossos seres irmãos com
seus objetos boiando no fragor da enxurrada; quando ouvi o sibilar das bombas
estraçalhando corpos e quando vi o olhar aparvalhado de uma criança certamente
com fome pela tirania da guerra, senti-me numa dolorosa gangorra. De um lado, a
realização de um sonho: editar o meu livro. De outro, a dor coletiva a sangrar-me.
Mas
diante de tanto sofrimento de meu Outro Irmão, editar um livro, mesmo de há
muito sonhado, é uma poeirinha a voar pelo vento.
Meu
verdadeiro sofrimento foi mais forte. Cessou-me a alegria. Um valor bem mais
alto em mim se "alevantou". Tanta morte, meu Deus.
No
próximo número, contarei detalhes de todos os que me auxiliaram a
Subir
a “sisifiana-pedra.
Por
ora, queridos amigos, AGRADEÇO AS TANTAS E TANTAS MENIFESTAÇÕES CARINHOSAS QUE
ME ENVIARAM. TENHAM A CERTEZA DE QUE LEREI CADA PALAVRINHA, CADA VÍRGULA, CADA
PONTINHO, ENCHARCADO DE AFETO. TODOS
ESTARÃO GUARDADOS NA ALMA DE
SUA AMIGA DALMA.
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