VIA LÁCTEA | POEMA DE OLAVO BILAC COM NARRAÇÃO DE MUNDO DOS POEMAS. CLICAR NO LINK: https://youtu.be/aCOFxU1ZXyM
VIA-LÁCTEA – SONETO XIII (OLAVO BILAC)
“Ora
(direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.
Olavo Brás Martins dos Guimarães
Bilac (1865 —1918) foi um jornalista, contista, cronista e poeta brasileiro,
considerado o principal representante do parnasianismo no país. Foi membro
fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 15 da
instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias. Foi o responsável pela criação da
letra do Hino à Bandeira, inicialmente criado para circulação na capital
federal (na época, o Rio de Janeiro), e mais tarde sendo adotado em todo o
Brasil. Em 1907, foi eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela
revista Fon-Fon. É autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros.
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