Para revivermos um importante momento
do Ministro Togado do Tribunal Superior do Trabalho Dr. Geraldo Montedônio
Bezerra de Menezes, o Focus Portal Cultural sob a editoria do jornalista Alberto
Araújo traz a todos da cultura e justiça brasileira o discurso histórico da
celebração dos 40 anos da Justiça do Trabalho proferido pelo então Ministro, no ano de 1981.
OS QUARENTA ANOS DA JUSTIÇA DO
TRABALHO
Geraldo Montedônio
Bezerra de Menezes
Assisti em Brasília às comemorações do quadragésimo aniversário de instalação da Justiça do Trabalho no Brasil. Trata-se do instrumento de aplicação de um Direito destinado, em última análise, à preservação da pessoa humana, na missão que lhe cabe de integração e elevação social do trabalhador. Tal Justiça tentamos implantá-la, inicialmente, em São Paulo, por meio da Lei Estadual nº 1.969, de 10 de outubro de 1922, quando presidia aquela unidade federativa o Dr. Washington Luís Pereira de Souza, com a criação de tribunais rurais, que, por circunstâncias históricas, não tiveram êxito. Ao tempo, a Constituição de 1891 possibilitava interpretação capaz de justificar, qual a Carta Magna americana, a elaboração de leis trabalhistas em plano local. Com a reforma de 1927, reconheceu-se, expressa e privativamente, à União essa competência.
Em 1923, já se havia instituído o Conselho Nacional do Trabalho, de válida atuação. Fui seu último presidente, antes da instalação do Tribunal Superior. Funcionou o Conselho como cúpula dos órgãos decisórios da Previdência Social e do Direito do Trabalho. No ano de 1932, em pleno Governo Revolucionário de Getúlio Vargas, criaram-se as Juntas de Conciliação e Julgamento (Decreto nº 22.132, de 25 de novembro) e as Comissões Mistas de Conciliação (Decreto nº 21.396, de 12 de maio), voltadas as primeiras aos dissídios individuais; aos coletivos, as últimas. Atuaram em fase experimental até 1941, possibilitando, nesse ano, a instalação em termos definitivos da Justiça do Trabalho, por força do Decreto-lei nº 1.237, de 2 de maio de 1939, regulamentado pelo Decreto nº 6.596, de 12 de dezembro de 1940. À frente da Comissão elaboradora do projeto legislativo, evoco a figura singular de Oliveira Viana, um nome na cultura nacional. A matéria suscitou, ao tempo, histórica polêmica entre Waldemar Ferreira e o autor de Evolução do Povo Brasileiro. Fazendo-lhe justiça, asseverou Evaristo de Moraes Filho que Oliveira Viana “estava aberto às mais recentes e ousadas manifestações da organização e do processo trabalhistas. Inclinava-se, nitidamente, pela oralidade processual e por tudo o que daí decorresse: o mínimo de burocracia, justiça gratuita, rapidez e concentração processual, amplos poderes ao juiz como dominus litia, poucos e nominados recursos”.
Em suma, o professor fluminense “procurou libertar a nova Justiça do excesso de formalismos que vinha sufocando a própria Justiça Comum” O que se vê, em nossos dias, é a tendência, nada louvável, de rejeição das normas inovadoras. Ou, como acentua o mestre Evaristo de Moraes Filho, a absorção do Processo do Trabalho pelo Processo Comum, quase perdendo o primeiro a sua autonomia e substantividade. De pleno acordo com o autor do Projeto do Código do Trabalho, é tempo de uma reação salutar: “Menos teoria, menos doutrina formalista, em favor de uma Justiça expedita, rápida, barata e igual para todos”. Em 1938, mal egresso dos bancos universitários, fui convocado para a presidência da Segunda Junta de Conciliação e Julgamento do Rio de Janeiro, então capital da República. Trinta anos a fio, vesti a toga da mais democrática, mais humana e mais cristã de todas as magistraturas: a Justiça do Trabalho. Data de 1934 a primeira Constituição social-democrática do País, tanto que acolheu um novo capítulo – Da Ordem Econômica e Social, característico do Direito Público moderno, e nele fora incluída a Justiça do Trabalho.
A Carta de 1937 manteve a colocação. Com a promulgação da Constituição de 1946, passou a nova Justiça a integrar, em termos induvidosos, o Poder Judiciário. Não é demais frisar que as Constituições da centúria passada distinguiram-se pela inserção em seu texto de capítulo atinente aos Direitos e Garantias Individuais. Tanto um quanto outro, seja o capítulo dos direitos individuais, seja o dos chamados direitos sociais, figuram, completando-se, nas Constituições hodiernas. Tive a fortuna de preparar o projeto, transformado em Decreto-lei nº 9.797, de 9 de setembro de 1946, promulgado pelo emérito presidente Eurico Gaspar Dutra. Foram extintos os antigos Conselhos Nacional e Regionais do Trabalho e criados o Tribunal Superior e os Tribunais Regionais, além de implantar-se autêntica magistratura do trabalho, nos moldes ainda dominantes.
Primeiro presidente do Tribunal
Superior do Trabalho, nomeado inicialmente, depois eleito e reeleito,
responsável pelo processo de integração da Justiça do Trabalho no Poder
Judiciário, julgo-me em condições de ressaltar o seu significado em nossa
história jurídica e social. Magno o seu labor de participação coletiva, notável
a sua presença no empenho de elevação do nível do povo brasileiro, assegurando,
com o cumprimento das leis trabalhistas, a integração de milhões de irmãos
nossos à vida nacional. Com tais providências, não tenho dúvidas, deu o Brasil
significativo exemplo a outros povos. Por tudo, justifica-se uma palavra de
congratulações por aquelas comemorações de cunho nacional. ____________________
Artigo publicado na revista Mensageiro
Jurídico, ano XI, fasc. LXVI, out/nov/dez-1981 – pag. 5/6
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Neste 09 de fevereiro de 2022, dia que marca os 20 anos de sua morte, é oportuno trazer à lembrança dois pensamentos de suma atualidade de Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes (1915 - 2002), que foi o responsável pela integração da Justiça do Trabalho no Poder Judiciário e o primeiro presidente e organizador do Tribunal Superior do Trabalho.
Eis os pensamentos do Professor
Emérito da UFF:
“O Estado moderno é democrático não por força de princípios simbólicos, mas sobretudo porque, elevando e dignificando o trabalho, reconhece nele o elemento básica da vida em sociedade.”
“Os direitos de quem trabalha não
podem estar à mercê de mudanças e modismos gerados para atender aos interesses
de quem dá emprego.”
UM POUCO SOBRE GERALDO MONTEDÔNIO BEZERRA DE MENEZES
Nasceu em Niterói, então capital do
Estado do Rio de Janeiro, em 11 de julho de 1915. Faleceu na mesma cidade, em 9
de fevereiro de 2002. Era filho de José Geraldo Bezerra de Menezes e Lucinda
Montedônio Bezerra de Menezes. O pai, de tradicional sobrenome cearense, foi um
intelectual que se dedicou à língua do Brasil e sua evolução: o latim, o
português, o tupi-guarani, os dialetos africanos. De seu pai parece haver o
Ministro Bezerra de Menezes herdado o apetite intelectual e a causa patriótica.
O jovem Geraldo Bezerra de Menezes formou-se pela Faculdade de Direito de
Niterói – atual Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense – em
1936. Na Faculdade de Direito, foi presidente do Centro Fluminense de Estudos
Jurídicos (1935), do Centro Acadêmico Evaristo da Veiga (1936) e orador oficial
de sua turma. Foi também um dos fundadores do Diretório Central dos Estudantes.
Nesta mesma Faculdade de Direito. O Dr. Bezerra de Menezes seria depois
Professor, Catedrático e, por dois períodos, Diretor. Foi Professor ainda na
Faculdade Fluminense de Comércio e na Faculdade Fluminense de Medicina,
ensinando Português, História e Sociologia. Foi um dos fundadores da Escola de
Serviço Social da UFF. Foi juiz presidente da Junta de Conciliação e Julgamento
do Rio de Janeiro, então Distrito Federal – 1938-1941, ao ser instituída a
Justiça do Trabalho, seguindo até 1945. Procurador e presidente do antigo
Conselho Nacional do Trabalho. Coube a Geraldo Bezerra de Menezes, a convite do
Presidente Eurico Gaspar Dutra, fundar a atual Justiça do Trabalho brasileira –
como parte do Poder Judiciário – e assumir como primeiro Presidente do Tribunal
Superior do Trabalho. Designado pelo Presidente da República participou da
elaboração do Decreto-Lei 9.797/1946 que extinguiu o Conselho Nacional e os
Conselhos Regionais do Trabalho – então vinculados ao Poder Executivo, criou os
Tribunais Superior e Regionais do Trabalho, integrando a Justiça do Trabalho ao
Poder Judiciário. Nomeado primeiro presidente do recém-criado TST, foi depois
eleito e reeleito. É nome de escola: Unidade Municipal de Educação Infantil
Geraldo Montedonio Bezerra de Menezes. Escola Pública Municipal, na Rua Santos
Moreira, 58, Santa Rosa, Niterói – RJ.
Foi homenageado com o título de
"Construtor do Direito do Trabalho", conferido pela Associação dos
Magistrados do Trabalho do Estado de São Paulo; com a Grã-Cruz do Mérito Judiciário
(1962); e com a Grã-Cruz do Mérito do Trabalho. Recebeu ainda a Ordem do Mérito
Militar, no Grau de Grande Oficial, e a homenagem de Cidadão Carioca, título
conferido pela Assembleia Legislativa do antigo Estado da Guanabara.
Aposentou-se em 12 de maio de 1966 e
faleceu em 09 de fevereiro de 2002, aos 86 anos. Em 2005, a viúva, senhora
Odette Pereira Bezerra de Menezes, doou o acervo bibliográfico do Ministro
Geraldo Montedônio para a UFF. Atualmente, o acervo está na Biblioteca Central
do Gragoatá (mesmo bairro onde o Ministro nasceu) e conta com aproximadamente
dez mil obras nas áreas de direito, religião, literatura, filosofia e artes.
Em Niterói, o Fórum da Justiça do
Trabalho, a Biblioteca de Serviço Público e um prédio da Faculdade de Direito
levam o nome Geraldo Montedônio em homenagem ao Ministro.
A SEGUIR LEIA A MENSAGEM QUE FOI PUBLICADA
EM 09 DE FEVEREIRO DE 2022 PELO ACADÊMICO GERALDO BEZERRA DE MENESES, OCUPANTE
DA CADEIRA 16 - PATRONÍMICA DE JOSÉ GERALDO BEZERRA DE MENEZES, DA ACADEMIA
NITEROIENSE DE LETRAS.
GERALDO MONTEDÔNIO BEZERRA DE MENEZES
- (1915 - 2002). Há 20 anos, no chuvoso sábado de Carnaval de 9 de fevereiro de
2002, o Senhor Deus chamou para si meu pai Geraldo Montedônio Bezerra de
Menezes. Esposo de Odette, o casal gerou 15 filhos, bem criados e bem vividos.
Católico fervoroso. Vida profissional intensa. Responsável pela integração da
Justiça do Trabalho ao Poder Judiciário, foi o primeiro presidente e
organizador do Tribunal Superior do Trabalho. Professor Emérito da UFF. Nasceu,
viveu e morreu em Niterói.
LAMENTO DE FILHO.
Do meu diário (Inventário de uma
vida), recolho registro de “Niterói, 16 de novembro de 2002” em que lamento a
ausência do meu pai que morrera a 9 de fevereiro de 2002. Nestes termos:
Niterói, 16 de novembro de 2002
E meu pai não chega nunca, nunca mais
chegará. Saudade. Não tenho mais aquele parceiro insubstituível - "sempre
lembrado parceiro no jogo das letras", como registrou Marcos Almir Madeira
("Presença de Geraldo" - "O Fluminense", 14/02/2002). Não
tenho mais o bom conselho da ponderação, da perseverança, do meio-termo (ser de
um extremo ou de outro extremo, dizia-me, é cômodo, é preguiçoso, é oportuno, é
querer elogio fácil, é...). Não, não tenho mais aquela conversa infinda, ao
telefone e pessoalmente, dia após dia, cada um colocando os seus pensares e os
seus viveres no campo das ideias e da elaboração de um bom texto literário. Ah,
que vazio, que saudade, que dor, que tristeza! Para sempre, a presença dele só
será vista e sentida por quem tiver olhos para ver e sensibilidade para sentir.
Espero, em Deus, ser um desses poucos privilegiados. Ah, meu Deus, ajude-me a
superar o sofrimento da perda de meu pai! Ah, Nossa Senhora, interceda junto a
Ele para que eu serenamente aceite o fato consumado. Ajude-me, Senhor! Preciso
gritar aos meus ouvidos de uma vez por todas: Acorde, Geraldo. Geraldo, acorde,
seu pai morreu.
SAIBA MAIS SOBRE O MINISTRO
Formação Acadêmica:
Bacharel em Ciências Jurídicas e
Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal
Fluminense - UFF.
Principais Atividades:
Foi Presidente da 2ª e da 5ª JCJ do
Distrito Federal, ambas no Rio de Janeiro, entre 1939 e 1946; Foi Presidente do
Conselho Nacional do Trabalho - CNT, no período de 23 de fevereiro de 1946 a 10
de setembro de 1946; Foi o primeiro Ministro Presidente do Tribunal Superior do
Trabalho, tomou posse no dia 13 de setembro de 1946, permaneceu como dirigente
máximo do Tribunal durante duas gestões consecutivas: 1946 a 1949 e 1949 a
1951;
Atuou como Corregedor-Geral da Justiça
do Trabalho nos períodos de 1954 a 1956 e de 1958 a 1960; Foi Diretor da
Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense -UFF; Professor de
Sociologia na Faculdade Fluminense de Medicina, entre 1937 e 1943; Professor de
Direito Constitucional e Sindical do Curso de Legislação Sindical e do
Trabalho, professor Catedrático de Direito do Trabalho, da Faculdade de Direito
de Niterói no ano de 1954; Foi membro da Sociedade Internacional de Direito
Social e do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana. Membro do
Instituto Brasileiro de Direito do Trabalho e dos institutos de Direito do
Trabalho da Universidade Federal do Litoral, Argentina; e Latino-Americano de
Direito do Trabalho e Previdência Social.
MEDALHAS E COMENDAS
Título de "Construtor do Direito
do Trabalho", conferido pela Associação dos Magistrados do Trabalho do
Estado de São Paulo;
Título
Grã-Cruz do Mérito Judiciário, em 1962;
Título
Grã-Cruz do Mérito do Trabalho;
Ordem do Mérito Militar, no Grau de
Grande Oficial;
Homenagem de Cidadão Carioca, título
conferido pela Assembleia Legislativa do antigo Estado da Guanabara;
Data da aposentadoria: Aposentou em 12 de maio de 1966.
Data de falecimento: Faleceu no dia 09
de fevereiro de 2002, depois de grande atuação na Justiça do Trabalho.
Produção Bibliográfica:
MENEZES, Geraldo Bezerra de.
Intérpretes do Brasil. Niterói. Clube de Leitura Cronos. 1997. 299p.
MENEZES, Geraldo Bezerra de. A justiça
do trabalho e o poder judiciário : cinqüenta anos de história. Niterói. 1996.
80 p.
MENEZES, Geraldo Bezerra de. Nabuco,
homem de fé e pensador católico. In: Revista da Academia Brasileira de Ciências
Morais e Políticas, v. 1, n. 1, p. 45-48 1995.
MENEZES, Geraldo Bezerra de. José
Geraldo Bezerra de Menezes : ascendentes, descendentes, colaterais. Niterói.
Cromos. 1991. 107 p.
MENEZES, Geraldo Bezerra de. O
’emendão’ e a justiça do trabalho. In: Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 02/09/
1991, p. 9.
MENEZES, Geraldo Bezerra de. Poder
normativo da justiça do trabalho. Rio de Janeiro. 1983. 15p.
MENEZES, Geraldo Bezerra de. Homens e
idéias a luz da fé. 4 ed. São Paulo: Brasília. GRD; INL. 1983. 225 p.
MENEZES, Geraldo Bezerra de. Recurso
extraordinário das decisões da justiça do trabalho. In: Tendências do Direito
do Trabalho Contemporâneo. São Paulo : LTr, 1980. p. 160-174, v. 3.
MENEZES, Geraldo Bezerra de. O
comunismo: crítica doutrinária. São Paulo. Ibrasa. 1978. 162 p. 6 ed.
MENEZES, Geraldo Bezerra de. O Direito
do trabalho e a seguridade social na constituição. Rio de Janeiro. Pallas.
1976. 487 p.
MENEZES, Geraldo Bezerra de. A segurança social no Brasil. Rio de Janeiro. G. Haddad. 1961. 295 p.
Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes (11/7/1915 - 9/2/2002)
Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes, em 1934, aos 19 anos,
estudante de Direito, no traço caricato do artista Nico.
Prezado escritor Alberto Araújo,
digníssimo confrade da Academia Niteroiense de Letras (ANL): Seu belíssimo
trabalho virtual a propósito dos 20 anos da morte do meu pai Geraldo Montedônio
Bezerra de Menezes me sensibilizou. O precioso apoio deu luz à responsabilidade
que tenho de manter viva a memória paterna, seja como filho, seja como seu
sucessor na Cadeira 16 da ANL. De coração, agradeço-lhe a comovente iniciativa.
Geraldo Bezerra de Menezes
(Cadeira 16 da ANL)
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RESPOSTA DE ALBERTO ARAÚJO AO CONFRADE
GERALDO BEZERRA DE MENEZES. Por nada, sim, prezado confrade Geraldo. Gostei
muito de fazer essa homenagem, adorei fazer a pesquisa sobre o Ministro Dr.
Geraldo Montedônio. Amigo, cada texto que eu lia, eu me surpreendia mais, que
coisa linda! Por certo, um precioso legado deixado para todos da cultura
brasileira. Primeiro Ministro do TST é muito importante essa passagem na vida
de um ser humano. Acredito, por ter sido mantido no cargo por duas gestões,
certamente, era um homem bom de conviver, pessoa talentosa e feliz. Não o
conheci, pessoalmente, no entanto, através da sua biografia, eu tive a dimensão
do aguerrido/profícuo trabalho que realizou. A meu ver são esses os adjetivos de
um homem de bem: Bondoso e companheiro, os quais fazem a gente o reverenciar e
admirar. E mais, você tem que ter orgulho e dizer por onde passar e em letras
garrafais, que teve em sua vida um ente querido e amado em todas as esferas:
judiciais e culturais. Por fim, aos nossos olhares, é nome do Tribunal e de um
colégio em nossa cidade que maravilha, o nome: GERALDO MONTEDÔNIO BEZERRA DE
MENEZES será para sempre lembrado, atravessando gerações e gerações. Todas as
vezes que eu passar em frente ao Tribunal de Niterói, eu irei lembrar-me desse
dia, oportunidade em que tive em homenagear uma personalidade ímpar, na
passagem dos 20 anos do seu encantamento. Muito obrigado pelo seu consentimento,
muito obrigado pela sua mensagem de carinho e além, pela sua confiabilidade em
nosso trabalho. ALBERTO ARAÚJO – 09 de fevereiro de 2022. Dia dos 20 anos do
encantamento do Dr. Geraldo Montedônio B. Menezes.
ESTA BIOGRAFIA DO DR. GERALDO MONTEDÔNIO BEZERRA DE MENESES foi extraída do blog da JO Grassini. Link: https://jograssini.blogspot.com/2012/06/filho-de-jose-geraldo-bezerra-de.html
Filho de José Geraldo Bezerra de Menezes e Lucinda Montedônio Bezerra de Menezes, nasceu no bairro Gragoatá, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, no dia 11 de julho de 1915. Casado com Odette, faleceu em 09 de fevereiro de 2002 e deixou 15 filhos e 47 netos.
Professor universitário e magistrado. Cursou o Ensino Médio no Ginásio Bittencourt Silva (1927-1931). Formou-se no curso superior pela Faculdade de Direito de Niterói – atual Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense-UFF (1932-1936), onde foi presidente do Centro Fluminense de Estudos Jurídicos (1935), do Centro Acadêmico Evaristo da Veiga (1936) e orador oficial de sua turma (1936).
Foi um dos fundadores do Diretório Central dos Estudantes do Estado do Rio de Janeiro. Magistério - Lecionou Português e História na Faculdade Fluminense do Comércio (1934-1936) e Sociologia no Curso Complementar da Faculdade Fluminense de Medicina (1937-1943). Foi Catedrático e diretor, por dois períodos, da mesma Faculdade de Direito onde se formou. Professor fundador da Escola de Serviço Público Social da UFF, onde tem seu nome também como patrono da biblioteca.
Professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1944-1945). Presidente da Comissão Nacional de Moral e Civismo. Membro do Conselho Estadual de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Integrante de bancas examinadoras para o concurso de professor titular das Faculdades de Direito das Universidades Federais Fluminenses, do Rio de Janeiro, da Federal do Rio de Janeiro (antiga Universidade do Brasil), do Espírito Santo e do Rio Grande do Sul; da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em três concursos; e de outros inúmeros estabelecimentos de ensino superior. Secretário de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Magistratura - Juiz Presidente da Junta de Conciliação e Julgamento do Rio de Janeiro, então Distrito Federal – 1938-1941, ao ser instituída a Justiça do Trabalho, seguindo até 1945. Procurador e presidente do antigo Conselho Nacional do Trabalho.
Designado pelo Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, participou da elaboração do Decreto-Lei 9797/1946 que extinguiu os Conselhos Nacional e Regionais do Trabalho – então vinculados ao Poder Executivo, criou os Tribunais Superior e Regionais do Trabalho, integrando a Justiça do Trabalho ao Poder Judiciário Ministro. Nomeado primeiro presidente do recém-criado TST, foi depois eleito e reeleito. Corregedor geral da Justiça do Trabalho. Religião - Católico praticante, integrou a Sociedade Brasileira de Filósofos Católicos e o Centro Dom Vital. Presidente, em vários períodos, da Confederação Nacional das Congregações Marianas. Representante do Brasil no I Congresso Mundial de Apostolado dos Leigos (Roma-1951), tendo integrado a Comissão que presidiu o Conclave. Representante do Brasil no Congresso Mundial das Congregações Marianas (New York, Estados Unidos 1959).
Presidente da Delegação brasileira ao I Congresso Latino-Americano do Apostolado Leigo (Buenos Aires-1967). Representante do Brasil no I Encontro-Latino Americano de Dirigentes da Ação Católica (Bogotá-1968) e no Congresso Latino-Americano de Dirigentes Marianos (Medelin-1968). Recebeu do Papa Paulo VI a Comenda de São Gregório Magno. Comendas e honrarias - título de "Construtor de Direito do Trabalho", conferido pela Associação dos Magistrados do Trabalho do Estado de São Paulo; Grã-Cruz do Mérito Judiciário (1962), Grã-Cruz do Mérito do Trabalho, Grã-Cruz do Mérito da Educação Moral e Cívica, Colar do Mérito judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Ordem de Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores e a Ordem do Mérito Militar, no Grau de Grande Oficial. Cidadão Carioca, título conferido pela Assembleia Legislativa do antigo Estado da Guanabara. Associações - membro dos Institutos: Brasileiro de Direito do Trabalho; Brasileiro de Previdência e Assistência Social; de Direito, Medicina e Seguro Social; de Direito do Trabalho da Universidade Federal do Litoral, Argentina; Latino-Americano de Direito do Trabalho e Previdência Social; das Academias: Brasileira de Ciências Morais e Políticas; Brasileira de Ciências Sociais; Brasileira de Direito do Trabalho; Internacional de Jurisprudência e Direito Comparado. Da Sociedade Internacional de Direito Social. Da Associação Brasileira de Técnicos em Direito Social. Do Conselho de Defesa dos Direitos da pessoa humana.
Membro honorário do Instituto de Direito Social de São Paulo; da Industrial Law Society, de Londres, e do Instituto Espanhol do Direito Processual. Membro correspondente da Academia Paulista de Direito. No campo da cultura e ciência, foi cofundador da Academia Niteroiense e membro da Academia Fluminense de Letras, das quais foi Presidente, eleito e reeleito; do Cenáculo Fluminense de História e Letras e membro correspondente das Academias Carioca, Cearense e de Sergipe. Dos Institutos Históricos de Niterói, Petrópolis, Sergipe e Ceará. Do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Do Instituto Genealógico Brasileiro. Da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia-ASBRAP. Associou-se ao Colégio Brasileiro de Genealogia em 09.06.1992. Complemento - O acervo bibliográfico de sua propriedade, de aproximadamente dez mil obras nas áreas de direito, religião, literatura, filosofia e artes, foi doado pela viúva à biblioteca do Gragoatá, da UFF, no mesmo bairro onde nasceu. Levam seu nome o 2º pavilhão da Faculdade de Direito e a biblioteca da escola de Serviço Público – ambos da Universidade Federal Fluminense; a Sala de Júri Simulado na Universidade La Salle; uma Unidade Municipal de Educação Infantil, no bairro Santa Rosa; e o Fórum da Justiça do Trabalho – todos em Niterói-RJ.
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MENSAGEM DA AMIGA: MARY SUELY SILVEIRA PUBLICADA NO
FACEBOOK DO FOCUS, LOGO APÓS A POSTAGEM DA MATÉRIA 20 ANOS DO ENCANTAMENTO DO
MINISTRO DR. GERALDO MONTEDÔNIO B. MENEZES.
“Fiquei emocionada com essa excelente matéria. O saudoso
Dr. Geraldo, foi meu vizinho e meu professor na faculdade. Guardo com carinho o
livro "Éramos 15" que me foi ofertado por um de seus filhos. Sua
esposa, Dona Odete era uma dama. Conversávamos bastante. Saudades. Parabéns, Alberto.”
Mary Suely
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MENSAGEM CONFRADE GERALDO NO FACEBOOK DO FOCUS
9/2/2022 - Prezado jornalista Alberto Araújo,
editorialista do “Focus Portal Cultural”: De coração, sensibilizado,
agradeço-lhe o extenso e criterioso trabalho virtual sobre a vida e a obra do
meu pai Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes em face do transcurso, nesta
data, 9 de fevereiro de 2022, do vigésimo ano do seu falecimento. Abraço
fraterno, Geraldo Bezerra de Menezes.
RESPOSTA DE ALBERTO ARAÚJO
Geraldo Bezerra de Menezes Sim, Confrade Geraldo. Muito feliz por você ter gostado. Foi muito bom fazer essa importante homenagem a tão expressiva personalidade de nosso Brasil. Ministro Dr. Geraldo Montedônio B. Menezes será para sempre lembrado em nossos corações, devido ao legado deixado e por tudo que representou para o povo brasileiro em vida. Obrigado pelo carinho e confiança. Alberto Araújo.
RIVA
COSTA disse: Muitas saudades do tempo de Faculdade Direito UFF quando éramos
alunos do brilhante Professor Geraldo Bezerra de Menezes.
NEIDE
BARROS RÊGO disse: Geraldo, tenho ótimas lembranças de Dr. Geraldo. Logo depois
do lançamento de _ÁGUA ESCONDIDA_, em 13-12-1994, ele me telefonou, conversou
por longo tempo. Fez muitos elogios e sugeriu que fizéssemos recitais de
poesias da Antologia. Então, nosso saudoso amigo Edmo Rodrigues Lutterbach
abriu as portas da AFL para os recitais. Em abril, maio e junho de 1995,
realizamos os três primeiros, com a participação de autores (muitos deles
membros da AFL) e declamadores. Foram muito lindos! Dr. Geraldo Montedônio
Bezerra de Menezes enriqueceu a nossa antologia ÁGUA ESCONDIDA com seu belo
poema "Praia Vermelha". Neide Barros Rêgo.
MARY
SUELY SILVEIRA disse - Conservo com carinho a Antologia "Água
Escondida." Muitos Amigos escreveram lindas dedicatórias em suas obras
literárias. Parabéns Neide Barros Rêgo pela inesquecível Organização.
NINA
FERNANDES - Maravilha!
UMA RELÍQUIA ATRAVÉS DOS TEMPOS. SAUDOSA VOZ PATERNA – ÁUDIO COM O INÍCIO DA PALESTRA DE GERALDO MONTEDÔNIO BEZERRA DE MENEZES NA IGREJA DE SÃO LOURENÇO (NITERÓI), EM 5 DE MAIO DE 1974.
CLICAR NO LINK: https://youtu.be/u6B_fGBwsR0
MENSAGEM DE MATILDE CARONE SLAIBI CONTI COLOCADA NO GRUPO DE WHATSAPP DA ANL - 19-02-2022
Para nós do Direito, Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes é um ícone. Seus textos são sempre magníficos e sua fé no Senhor, inabalável. Lembro-me muito bem dele, e dos tempos em que moraram na Rua Osvaldo Cruz. Deixou para todos nós, grande exemplo a ser seguido. Para sempre, inesquecível no mundo jurídico. Matilde.
Dra. Matilde Carone Slaibi Conti - nesta data é a Governadora do Distrito 8 Elos Clube e Presidente das Instituições: IHGN e CFHL.
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[13:21, 23/04/2022] Geraldo Bezerra de Menezes: JOSÉ GERALDO BEZERRA DE MENEZES (1867 - 1935)
[13:21, 23/04/2022] Geraldo Bezerra de Menezes: 23/4/2022
JOSÉ GERALDO, ILUSTRE SÁBIO BRASILEIRO
Dia de São Jorge, dia de vovô José Geraldo. Em 1867, na cidade de Paraíba do Sul, às 11 horas da noite do dia 23 de abril, portanto, há 155 anos, nascia José Geraldo Bezerra de Menezes (1867-1935). O filho da sergipana Emerenciana de Siqueira Maciel Bezerra (1830-1887) e do cearense Leandro Bezerra Monteiro (1826-1911) veio ao mundo pelas mãos da parteira sergipana Rita (escrava liberta). Houve dúvida sobre seu nome, talvez Jorge, o santo do dia, mas o pai preferiu homenagear o próprio pai: José Geraldo.
À época do nascimento de José Geraldo, o casal ainda se adaptava à nova paisagem e aos novos hábitos culturais: a mudança do Ceará (Crato, Vale do Cariri) para o Rio de Janeiro acontecera muito recentemente, quatro anos antes, em 1864.
José Geraldo Bezerra de Menezes, amante dos livros, é Patrono da Cadeira número 16 da Academia Niteroiense de Letras (ANL), primeiramente, ocupada por meu pai Geraldo e de momento sob minha responsabilidade. Patrono também de uma Cadeira do Instituto Cultural do Cariri (Ceará).
Em carta ao livreiro Samuel Nuñes (Livraria Espanhola, Rua 13 de Maio, Rio), de agradecimento pela acolhida que tivera (no Rio, em agosto de 1914), o célebre poeta espanhol Salvador Rueda proclama José Geraldo Bezerra de Menezes como “ilustre sábio brasileiro” (Cf. Carlos Maul, Catullo, sua vida, sua obra, seu romance - Livraria São José, 2 ed., RJ-GB, 1971, p. 110).
Vovô José Geraldo, um bom cristão. Deus o tenha.
Vivas a São Jorge!
Vivas a José Geraldo!
Geraldo Bezerra de Menezes
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