
Atendemos ao chamado suave do hino que se derramava como orvalho sobre a manhã:
“Venham, venham todos para a ceia do Senhor.
Casa iluminada, mesa preparada com paz e amor.
Porta sempre aberta, Pai amigo aguardando, acolhedor.
Vem do alto, por Maria, este pão que vai nos dar.
Pão dos anjos, quem diria, nos fará ressuscitar...”
E
lá estávamos nós — eu e minha esposa Shirley — com o coração transbordando de
fé, caminhando em direção ao altar da vida, onde Cristo nos esperava com Sua
presença real.
Fomos com os passos da fé, com o coração vestido de amor, com a alma limpa de intenções e cheia de esperança.
O
céu estava em festa, de um azul profundo e brilhante.
E
lá do alto, o Cristo Redentor, como sentinela do amor, abençoava a cidade com
seus braços largos como o próprio perdão.
Era
como se o céu dissesse: Hoje, o próprio Deus caminha entre vocês.
A Missa das 8h foi celebrada com profunda emoção pelo querido Padre Carmine Pascale, Vigário Geral da Arquidiocese e cidadão niteroiense de coração.
Na
Paróquia São Judas Tadeu, o altar tremia de luz.
O
pão e o vinho, nas mãos do sacerdote, tornavam-se presença viva.
E ali, diante do mistério, o silêncio se ajoelhava.
Padre
Carmine, com sua voz que é ponte entre o céu e a terra, nos lembrou:
É
Jesus. Vivo. Real. Presente. Amando-nos até o fim.
Corpus Christi não é apenas rito — é lembrança ardente, é chama que aquece o mundo frio.
A
homilia do nosso pastor foi íntegra, uma brisa da verdade:
“Multipliquemos
o bem. Sejamos canais de amor.
Não
deixemos que o mal vença a esperança.
Cristo nos chama a ser luz que não se apaga.”
É
tempo de recordar que não há maior amor do que este:
O
de um Deus que se fez pão,
que
se deu inteiro,
que nos sustenta na travessia da vida.
E ali, entre palavras e silêncios, nos tornamos irmãos de todos os que partilhavam a mesma mesa, o mesmo pão, o mesmo amor.
Após
a Missa, os reencontros:
Sorrisos
e abraços verdadeiros com os irmãos da caminhada — Gláucia e Antônio, a
dedicada coordenadora de pastoral Vera Lúcia, Marne e Lícia Lucas, Uiara e José
Arteiro, a adorável Jacira e a doce Nicinha.
Todos
com os rostos iluminados por esse sol interior que só brilha quando o coração
se encontra com Deus.
A alegria de estarmos juntos na fé é um dom precioso.
A
celebração prossegue na Av. Amaral Peixoto com a confecção dos tradicionais
tapetes de sal — expressão de arte, fé e esperança.
A Missa às 16h será presidida por Dom Geraldo de Paula como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Niterói, num encontro que une céu e terra. Que este dia não passe apenas como tradição.
Que
toque fundo.
Que
desperte.
Que
renove em nós o compromisso de não esquecer o amor de Jesus,
de
sermos luz no mundo,
de vivermos como verdadeiros discípulos da esperança.
Porque
Corpus Christi é isso:
É
Cristo que caminha ao nosso lado.
É
o pão partido que nos faz irmãos.
É a certeza de que a presença de Deus permanece viva, transformadora e eterna.
Que
não esqueçamos jamais o amor de Cristo.
Que
sejamos a alegria do mundo.
Que
sejamos a paz onde houver conflito.
Que sejamos o bem que insiste, persiste, resiste.
Porque
quando o Corpo de Cristo passa,
o
tempo se curva,
a
fé floresce,
e
o mundo, por um instante, volta a ser jardim.
©
Alberto Araújo
19
de junho de 2025
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