sábado, 21 de junho de 2025

RESPOSTA AO MESTRE FRANCISCO MIGUEL MOURA - POR ALBERTO ARAÚJO



RESPOSTA AO MESTRE FRANCISCO MIGUEL MOURA

por Alberto Araújo

 

Receber tua fala, nobre poeta e irmão,

É sentir que a palavra ganhou coração.

É o vento sagrado dos mestres do chão

Soprando em meus versos ternura e razão.

 

Meu soneto singelo, com alma e candura,

Ganhou novo brilho na tua leitura.

Tu és da poesia o farol e a altura,

Espelho de luz, sabedoria e ternura.

 

Teu gesto me toca, me eleva e acende

A chama que habita o que a alma entende.

Pois quando um poeta de ti se sente visto,

É Deus quem sorri num silêncio previsto.

 

Obrigado, amigo, por tanto calor,

Recebe este abraço do teu admirador.

Em cada palavra, carinho e respeito:

Teu nome é poesia, no tempo, no peito.

 

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA — A VOZ LITERÁRIA DO PIAUÍ

 

Francisco Miguel de Moura, também conhecido como Chico Miguel, nasceu em 16 de junho de 1933 no povoado de Jenipapeiro, em Picos (hoje Francisco Santos), no interior do Piauí. Filho de Miguel Guarani, professor e violeiro, teve desde cedo uma formação marcada pela música, pela leitura e pelos valores da educação e da arte.

 

É bacharel em Letras pela Universidade Federal do Piauí e pós-graduado em Crítica de Arte pela Universidade Federal da Bahia. Morou em Salvador e posteriormente em Teresina, onde consolidou sua trajetória como escritor, professor, radialista e funcionário do Banco do Brasil (hoje aposentado).

 

Fundador do Círculo Literário Piauiense (CLIP) e da revista Cirandinha, ocupa a cadeira nº 8 da Academia Piauiense de Letras, e integrou o Conselho Estadual de Cultura. Participa da União Brasileira de Escritores e tem vínculos com academias literárias em Minas Gerais, Santa Catarina e com a International Writers and Artists Association (IWA), dos Estados Unidos.

 

Sua produção literária é vasta e abrangente. Estreou com o livro de poesias Areias (1966), seguido por títulos marcantes como Pedra em Sobressalto (1974), Universo das Águas (1979), Bar Carnaúba (1983), Quinteto em Mi(m) (1986), Sonetos da Paixão (1988) e Poemas Ou/tonais (1991).

 

Na prosa, destacou-se com romances como Os Estigmas (1984), Laços de Poder (1991), Ternura (1993) e D. Xicote (2005), este último vencedor do Prêmio Fontes Ibiapina — o mesmo reconhecimento já obtido anteriormente com Laços de Poder. Também escreveu contos e crônicas, como Eu e o Meu Amigo Charles Brown (1986), E a Vida se Fez Crônica (1996) e Rebelião das Almas (2001).

 

No campo do ensaio e da crítica, é autor de estudos como Linguagem e Comunicação em O. G. Rego de Carvalho (1972), A Poesia Social de Castro Alves (1979) e Moura Lima: Do Romance ao Conto (2002). Organizou ainda a antologia Piauí: Terra, História e Literatura (1980) e publicou uma biografia de seu pai.

 

Com mais de cinco décadas de atuação na literatura brasileira, Francisco Miguel de Moura é considerado uma das vozes mais importantes da cultura piauiense. Sua obra expressa, com profundidade e elegância, a alma do Nordeste e a universalidade da experiência humana.

 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural

 

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