quarta-feira, 18 de junho de 2025

O MAESTRO JÚLIO GOMEZ DÁ O SEU BOM DIA COM VILLA-LOBOS CRÔNICA DE ALBERTO ARAÚJO



Ao abrir o Facebook na manhã de 18 de junho, o mundo digital se calou por um instante. Lá estava ele o maestro Júlio Gomez saudando o dia não com palavras, mas com notas. Os dedos dançavam suaves, quase etéreos, sobre as teclas, arrancando da alma do piano os primeiros acordes da Bachianas Brasileiras nº 5 (Cantilena), de Villa-Lobos. 

E então, a música fluiu como um rio manso ao amanhecer, lavando as arestas do cotidiano, abrindo frestas de luz na mente ainda em neblina. A cada nota, um carinho no ouvido do mundo. A cada pausa, um silêncio cheio de sentido.

Júlio não estava apenas tocando, ele estava oferecendo um bom dia com afeto, elegância e cultura. Um bom dia que ultrapassava a tela e invadia a casa, a rua, o pensamento. Era como se Villa-Lobos sorrisse ao fundo, reconhecendo naquele gesto a reverência à grandeza da música brasileira. 

Num tempo em que as redes sociais frequentemente ecoam ruídos e pressas, o maestro nos devolve o tempo da contemplação. Seu toque é um convite: "Respire. Sinta. Viva mais fundo." 

E assim, mesmo à distância, ele nos lembra de que beleza também é uma forma de resistência. Que arte também é afeto. E que começar o dia com música é, talvez, a forma mais nobre de dizer: “estamos vivos, e isso ainda é um milagre”. 

Obrigado, maestro Júlio Gomez, por esse bom dia que nos fez melhores. E obrigado, Villa-Lobos, por nos deixar uma obra que continua acendendo o sol dentro da gente.

 

Uma crônica do Focus Portal Cultural,

por Alberto Araújo.

 

 

(clicar na imagem para assistir o pequeno vídeo)





 

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