sexta-feira, 6 de junho de 2025

JOÃO MARTINS TEIXEIRA - LEGADO DE UM SÁBIO E HUMANITÁRIO - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL


Nascido em 1858, na pacata São Pedro da Aldeia, João Martins Teixeira foi muito mais do que um médico, escritor e acadêmico. Sua vida, embora relativamente curta, ele faleceu em 1916, aos 58 anos, foi um testemunho de inteligência brilhante, dedicação incansável e, acima de tudo, uma inigualável benevolência. 

Da medicina à docência, da pesquisa na Europa à tribuna da política, Martins Teixeira soube navegar por diversos universos, sempre com o propósito de enriquecer o conhecimento e auxiliar o próximo e deixou um legado imaterial de bondade, sabedoria e integridade. 

João Martins Teixeira, nascido em 1858 em São Pedro da Aldeia, foi uma figura de notável intelecto e humanidade. Sua trajetória, embora encerrada prematuramente aos 58 anos em 1916, deixou um legado marcante. 

Desde cedo, Martins Teixeira revelou uma inteligência singular, concluindo o preparatório e doutorando-se em Medicina em 1872. Embora sua prática clínica tenha sido breve, com apenas quatro anos de duração, ele logo se dedicou à docência na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. No ambiente acadêmico, era mais que um professor: um mentor e amigo, sempre pronto a oferecer não só apoio espiritual, mas também auxílio material aos seus discípulos. 

Sua benevolência e profundo amor à humanidade eram, talvez, sua maior riqueza.

Com um gabarito excepcional, ele se destacou por sua notável capacidade de trabalho, o que lhe rendeu a confiança do Imperador. Foi incumbido de uma importante missão na Europa: adquirir os mais modernos equipamentos de física para aprimorar o ensino da disciplina na Corte. Essa oportunidade foi amplamente aproveitada pelo ilustre fluminense, que estabeleceu contato com grandes autoridades europeias, consolidando-se como um verdadeiro sábio. 

Ao retornar ao Rio de Janeiro, suas aulas alcançaram uma notoriedade sem precedentes, atraindo um público numeroso que, não raro, incluía o próprio Imperador, ávido por conhecimento. Martins Teixeira era reconhecido por sua postura comedida e equilibrada, o que o tornava uma voz sempre ouvida e respeitada. Na Congregação da Faculdade, sua capacidade de conciliação era fundamental para dirimir choques de opiniões. Ele era um orador eloquente, um professor sábio, e acima de tudo, um homem de sinceridade e franqueza. 

Sua eleição como Deputado Federal o levou a defender o professor Eduardo Chapot-Prevot no famoso caso das irmãs xifópagas, um gesto movido, principalmente, pela compaixão e apoiado por seu poder de persuasão. Em 1906, aos 58 anos, Martins Teixeira partiu, rodeado por aqueles que, a seu pedido, oravam por sua bondosa alma. Sua vida de bondade e sua vasta cultura lhe renderam o merecido lugar de Patrono na Academia Fluminense de Letras, ocupando a Cadeira de nº 30 na Classe de Letras, posteriormente assumida por Luiz Lamego. 

A NOTÁVEL HOMENAGEM PÓSTUMA E A ACADEMIA FLUMINENSE DE LETRAS 

A vida de João Martins Teixeira é um exemplo tocante de como o verdadeiro valor de um indivíduo transcende as posses materiais. Sua inteligência aguçada e sua notável capacidade de trabalho o levaram a posições de destaque, seja como professor renomado que cativava o próprio Imperador, seja como deputado federal que defendia os mais vulneráveis. 

No entanto, o que realmente definiu Martins Teixeira foi sua inabalável compaixão e seu amor à humanidade. Mesmo acumulando uma vasta cultura e realizando feitos significativos, ele viveu e morreu com simplicidade, dedicando sua vida a ajudar o próximo.

Por seus atos de bondade e pela vastidão de sua cultura e espírito, João Martins Teixeira foi merecidamente honrado com uma Cadeira como Patrono na Academia Fluminense de Letras. 

Essa significativa homenagem póstuma reconheceu o impacto duradouro de sua vida e obra. A Cadeira de número 30, da Classe de Letras, é um tributo perene à sua memória, posteriormente ocupada por Luiz Lamego.

É fundamental destacar que essa distinção foi impulsionada e celebrada pela então Presidente da Academia Fluminense de Letras, Albertina Fortuna Barros. Seu reconhecimento e empenho foram cruciais para que a memória de João Martins Teixeira fosse eternizada em uma das mais prestigiadas instituições literárias do Rio de Janeiro, garantindo que seu legado de sabedoria e humanidade continue a inspirar futuras gerações. 

João Martins Teixeira é avô paterno de nossa adorável companheira Wilma Martins Teixeira Coutinho, que recentemente, celebrou os 98 anos de vida.


Texto © Alberto Araújo

Focus Portal Cultural

Foto: Site da Academia Fluminense de Letras.



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Wilma Martins Teixeira Coutinho disse: Amigo! Bom dia! Fiquei imensamente sensibilizada com a linda  homenagem ao meu Avô , que infelizmente não cheguei a conhecer. O que mais me impressiona é que os anos passam e a Memória dele não é esquecida. Os valores de antigamente repercutem até hoje. Como é bom fazer história,  não passar por este mundo em " brancas nuvens ". Eu me orgulho de minha ascendência. Busco seguir na essência literária me inspirando  nas poesias que meu pai me deixou de herança.  Não tem o auto teor de sua inteligência,  mas a inspiração que brota de um de um coração cheio de amor pelo que é belo, um por de sol ou um céu de estrelas. Aí fala o coração . Wilma. 



 

 

 

 

 


 

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