sábado, 26 de abril de 2025

O AMOR ALADO DE HERMES POEMA DE ALBERTO ARAÚJO



Não procurem o amor engessado, mortais.

Ele é mensagem em movimento.

Vento nas sandálias aladas,

atravessando o instante.

 

Une corações, sem aviso.

Olhares que se encontram, desejo puro.

Sussurro breve, toque de passagem.

Amor, chegada e partida.

 

Meu elmo esconde o que os olhos não veem.

O amor mora nas entrelinhas.

Cuidado mudo, lealdade antiga.

O invisível que nos sustenta.

 

O caduceu: serpentes em espiral.

Opostos que se atraem, equilíbrio instável.

Tensão, conflito – parte da jornada.

A busca da união, na diferença que floresce.

 

As asas: um impulso para o alto.

O amor que transcende o chão.

Compreensão mais vasta, afeto profundo.

Os enigmas da vida, em nós.

 

Meu gorro de viajante: o caminho.

O amor se revela na busca incessante.

Não um ponto fixo, mas a andança.

Experiências divididas, laços que se fazem.

 

Abertura à mudança, como a paisagem ao viajante.

O amor flui, sem amarras.

Mensagem alada, a cada momento.

 

© Alberto Araújo 



 

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