quarta-feira, 16 de abril de 2025

BORBOLETAS EM REVOADA SERENA – POEMA DE ALBERTO ARAÚJO PARAFRASEANDO E ANALISANDO O POEMA “AS BORBOLETAS” DE VINICIUS DE MORAES


BORBOLETAS EM REVOADA SERENA


Asas macias,

Prata,

Celeste,

E um véu.

 

Flutuam,

Na brisa,

As calmas

Borboletas.

 

Borboletas prateadas,

Guardam sonhos em jornada.

 

Borboletas celestes,

Bebem orvalho em festas.

 

As de véu diáfano,

Trazem suspiros plácido!

 

E as sombreadas, então…

Um descanso na contemplação!

 


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AS BORBOLETAS 

DE VINICIUS DE MORAES

 

“Brancas

Azuis

Amarelas

E pretas

Brincam

Na luz

As belas

Borboletas.

Borboletas brancas

São alegres e francas.

Borboletas azuis

Gostam muito de luz.

As amarelinhas

São tão bonitinhas!

E as pretas, então…

Oh, que escuridão!”

 

ANÁLISE DO POEMA "AS BORBOLETAS" DE VINICIUS DE MORAES

O poema "As Borboletas" de Vinicius de Moraes é uma obra singela e encantadora, tipicamente voltada para o universo infantil, mas que ressoa com sensibilidade em leitores de todas as idades. 

Através de uma linguagem simples e musical, o poeta utiliza a imagem das borboletas para explorar conceitos como cor, alegria, beleza e até mesmo a efemeridade da existência. 

O poema é composto por quatro estrofes curtas, cada uma dedicada a uma cor específica de borboleta: branca, azul, amarela e preta. Essa estrutura repetitiva e organizada facilita a memorização e o acompanhamento da leitura, especialmente para crianças. A brevidade dos versos e a predominância de palavras monossílabas e dissílabas contribuem para a leveza e o ritmo ágil que remetem ao voo das borboletas.

A linguagem utilizada é direta e acessível, com adjetivos simples e expressivos ("belas", "alegres", "francas", "bonitinhas"). A sonoridade do poema é marcante, com rimas simples e assonâncias que criam uma melodia suave e agradável ao ouvido. 

A repetição do verso "As belas borboletas" no final da primeira estrofe reforça a centralidade da imagem e confere um tom quase de encantamento.

CADA COR DE BORBOLETA CARREGA CONSIGO UMA NUANCE SIMBÓLICA, EXPLORADA DE FORMA CONCISA PELO POETA: 

Brancas: Associadas à pureza, à leveza e à franqueza. A afirmação de que são "alegres e francas" sugere uma natureza aberta e despreocupada. 

Azuis: Ligadas à luz e, por extensão, à clareza, à serenidade e talvez a um certo idealismo, já que "gostam muito de luz". 

Amarelinhas: Evocam a delicadeza e a beleza singela. O diminutivo "bonitinhas" intensifica essa sensação de ternura. 

Pretas: Em contraste com as demais, representam a escuridão, o mistério e talvez até uma sombra ou um lado menos óbvio da beleza. A exclamação "Oh, que escuridão!" expressa um certo espanto ou curiosidade diante dessa cor.

A descrição das borboletas como "belas" e a ênfase em suas cores vibrantes celebram a estética da natureza em sua forma mais delicada. O verbo "brincam na luz" sugere a leveza e a liberdade do voo das borboletas, que se movem despreocupadamente pelo espaço iluminado.

Embora não explicitamente declarado, a própria natureza efêmera da vida das borboletas pode ser subentendida. Sua beleza transitória nos lembra da passagem do tempo e da importância de apreciar o presente. 

As borboletas brancas são diretamente associadas à alegria, reforçando a ideia de que a felicidade pode ser encontrada nas coisas mais simples da natureza.  A apresentação de borboletas de diferentes cores celebra a variedade e a riqueza do mundo natural. 

INTEGRAÇÃO COM "A ARCA DE NOÉ":

Ao ser musicado e integrado ao projeto "A Arca de Noé", o poema ganhou uma nova dimensão, potencializando sua expressividade e alcance, especialmente junto ao público infantil. A melodia certamente contribuiu para reforçar o ritmo e a leveza dos versos, tornando a experiência ainda mais lúdica e memorável.

"As Borboletas" é um poema que, em sua simplicidade, revela a maestria de Vinicius de Moraes em capturar a beleza do mundo natural e traduzi-la em versos acessíveis e encantadores. 

Através da imagem das borboletas e da exploração das cores, o poeta presenteia o leitor com uma reflexão delicada sobre a liberdade, a beleza e a fugacidade da vida, tudo isso embalado em uma musicalidade suave e envolvente. 

É um poema que convida à contemplação e ao encantamento com as pequenas maravilhas que nos cercam.

 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural


 




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