sábado, 15 de novembro de 2025

15 DE NOVEMBRO CELEBRAMOS O DIA NACIONAL DA LÍNGUA GESTUAL PORTUGUESA


O Focus Portal Cultural, dirigido pelo jornalista Alberto Araújo, junta-se neste 15 de novembro à celebração do Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa (LGP). Esta data é mais do que um marco simbólico: é um tributo à diversidade linguística, à inclusão e à força cultural da comunidade surda em Portugal. 

A Língua Gestual Portuguesa é uma ponte entre mundos, uma forma de comunicação que transcende o som e transforma gestos em poesia. Cada sinal é carregado de emoção, cada movimento traduz pensamento, cada expressão revela identidade. Reconhecida constitucionalmente em 1997, a LGP é hoje um patrimônio imaterial que honra séculos de luta e resistência da comunidade surda. 

A trajetória da LGP começou em 1823, com a criação da primeira escola para surdos em Portugal, impulsionada pelo rei D. João VI e pelo educador sueco Per Aron Borg. Desde então, a comunidade surda batalhou pelo reconhecimento da sua língua, até que, em 1997, a Constituição consagrou oficialmente a LGP como uma das línguas nacionais, ao lado do português e do mirandês. 

Este reconhecimento não foi apenas jurídico, mas também cultural e humano: uma afirmação de que todas as formas de comunicação merecem respeito e valorização.  

Celebrar o Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa é celebrar a pluralidade cultural e a cidadania. É reconhecer que a comunicação não se limita ao som das palavras, mas se expande em gestos que falam diretamente ao coração. É valorizar a comunidade surda, que contribui diariamente para uma sociedade mais justa, inclusiva e humana. 

Neste 15 de novembro, o Focus Portal Cultural reafirma o seu compromisso com a diversidade e a inclusão, celebrando a Língua Gestual Portuguesa como símbolo de identidade e de união. Que esta data nos inspire a construir um futuro em que todas as vozes, faladas ou gestuais, sejam ouvidas, respeitadas e celebradas. 

Porque cada gesto é poesia. 

Porque cada sinal é história. 

Porque cada língua é um mundo. 

Hoje, celebramos a Língua Gestual Portuguesa. Celebramos a vida, a cultura e a diversidade. 

 

INCLUSÃO AUDITIVA - QUANDO O MUNDO APRENDE A ESCUTAR COM O CORAÇÃO 

Vivemos em uma sociedade moldada pelo som, vozes, músicas, alarmes, aplausos, sirenes, risos. Mas e quando o som não chega? Quando o silêncio é a linguagem do cotidiano? É nesse espaço que a inclusão auditiva se torna não apenas necessária, mas urgente, humana e transformadora.

A inclusão auditiva vai muito além de aparelhos auditivos, legendas ou intérpretes de Libras. Ela é, acima de tudo, um compromisso coletivo com a acessibilidade comunicacional, com o direito de todos participarem plenamente da vida social, cultural, educacional e profissional, independentemente de sua condição auditiva. 

Incluir pessoas surdas ou com deficiência auditiva é reconhecer que a comunicação não se limita à fala. É entender que ouvir com os ouvidos é uma forma de escuta, mas ouvir com o coração é um ato de empatia. É garantir que todos tenham acesso à informação, à arte, à educação, ao trabalho,  e, sobretudo, ao respeito. 

A inclusão auditiva começa com pequenas atitudes:

Legendar vídeos e conteúdos digitais

Aprender e valorizar a Língua de Sinais

Promover ambientes com acústica acessível

Oferecer intérpretes em eventos públicos

Ouvir as demandas da comunidade surda com atenção e ação 

Na escola, a inclusão auditiva é um divisor de águas. Crianças surdas têm o direito de aprender em sua língua, com recursos adequados e profissionais capacitados. A educação inclusiva não é um favor — é um direito constitucional. E quando ela acontece de forma plena, transforma não só a vida do aluno surdo, mas de toda a comunidade escolar, que aprende a conviver com a diferença como riqueza. 

Na cultura, a presença de artistas surdos, de espetáculos acessíveis, de festivais bilíngues, amplia horizontes e quebra estigmas. A arte, afinal, é uma linguagem universal, e deve ser sentida por todos. 

A inclusão auditiva é um passo essencial para uma sociedade verdadeiramente democrática. Ela nos convida a repensar o que é comunicação, o que é presença, o que é participação. Ela nos lembra que o silêncio não é ausência é outra forma de estar no mundo.

Neste 15 de novembro, ao celebrarmos a Língua Gestual Portuguesa, estendemos também o olhar para todas as formas de inclusão auditiva. Que possamos construir um mundo onde ninguém fique à margem por não ouvir, e onde todos aprendam a escutar com mais sensibilidade, mais empatia, mais humanidade.

Porque a verdadeira inclusão começa quando o som do outro, seja ele qual for, é acolhido com o coração aberto. 

© Alberto Araújo


MENSAGENS


Eunice membro da RSF disse: Excelente iniciativa e salientar esta data que passa facilmente despercebida💗

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Verdade, Eunice, quando um gesto ganha voz, uma cultura inteira é reconhecida. Obrigado por participar da Ciranda Cultural de Inclusão Auditiva. Esta data que, apesar de silenciosa aos olhos de muitos, ecoa profundamente no coração da inclusão. Abraços do Alberto Araújo.


FLÁVIA Pascoal compartilhou os vídeos abaixo


Há cerca de duas décadas atuo na área da Educação Bilíngue e afirmo: a Libras - Língua Brasileira de Sinais é a língua materna do surdo e a INCLUSÃO é o melhor caminho!  🥰🤟 Sinal "Eu te amo" em Libras) Flávia Pascoal 




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Flávia Pascoal, suas palavras tocam fundo e ecoam com a força de quem vive, sente e transforma a educação com propósito e paixão. Duas décadas dedicadas à Educação Bilíngue são, por si só, um testemunho de compromisso com a equidade, com o respeito à identidade surda e com a construção de um Brasil mais inclusivo. Você tem toda razão: a Libras é a língua materna do surdo, e reconhecê-la como tal é o primeiro passo para garantir o direito de aprender, ensinar, sonhar e pertencer. A inclusão não é apenas um caminho é o único caminho possível para uma sociedade verdadeiramente humana. Hoje, celebramos e amplificamos vozes como a sua, que semeiam empatia, constroem pontes e nos lembram de que amar é também aprender a escutar com o coração e a sinalizar com a alma. E que esse “Eu te amo” em Libras que você nos envia, volte multiplicado em gratidão e reconhecimento. Abraços do Alberto Araújo.



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Alberto Araújo, 

A primeira vez que fui a Áustria,  só sabia me comunicar com o meu português, e eu estava em grupo de 8 pessoas. Um dia, entramos em um "trólebus"  condução  local, para irmos a um determinado lugar, que agora não me recordo o nome. Eu me assentei em uma das cadeiras de costas para o motorista do ônibus,  e na minha frente assentou-se uma senhora austríaca,  por sinal, muita bonita. 

Minhas companheiras de viagem assentaram-se nas cadeiras paralelas à nossa, na mesma direção e estavam a observar a conversa da austríaca para comigo.  Foi ela quem puxou a conversa. Curioso foi que ela falava em alemão e eu falava em português. Conversamos durante um bom tempo  do nosso trajeto. Uma das minhas companheiras de viagem era alemã e a mesma ficou impressionada de me ver conversando fluentemente com a austríaca em idiomas diferentes e nos fazendo entender. Eu não gesticulava, nem ela. Simplesmente conversávamos. Depois que descemos da condução, a minha companheira,  que era alemã, veio me perguntar como eu fiz para entender, uma vez que eu não falo alemão.

Eu lhe respondi: Eu me comunico com a linguagem do coração. Aprendi a escutar. 

Ela ficou perplexa!

Este não foi o único episódio. 

Em outras viagens , com outras companheiras, aconteceu a mesma coisa.

Em Berlim, fomos jantar no restaurante giratório. Chegando lá, nenhuma do grupo, sabia falar alemão,  nem inglês e quando veio o cardápio elas não sabiam o que escolher,  pois nada entendiam. 

Eu me coloquei como intérprete do grupo e passei a ler o cardápio, que por sinal é  bastante curioso. 

Todas pediram o que queriam comer, eu lendo o cardápio. 

Elas ficaram curiosas de como eu fazia para entender  aquele idioma. 

Claro que eu não confessei a elas, de como eu procedia.

SEGREDO DE PROFISSÃO.... rsrsrs. Ana Maria Guimarães.


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Ana Maria Guimarães!  Amiga o seu relato é uma ode à comunicação que transcende idiomas. É a prova viva de que a linguagem do coração não precisa de tradução. Quando duas almas estão abertas ao encontro, o entendimento acontece, silencioso, fluido, mágico. Você nos lembra de que escutar não é apenas captar sons, mas acolher o outro com presença, sensibilidade e afeto. E isso, minha amiga, é o que chamamos de verdadeira inclusão: aquela que nasce do olhar, do respeito e da vontade de se conectar. Em tempos em que tanto se fala sobre acessibilidade, você nos mostra que a escuta profunda é uma ponte universal. Que o coração, quando disposto, lê cardápios em línguas desconhecidas e conversa com quem nunca estudou o mesmo idioma. Obrigado pela sua participação na Ciranda da Inclusão, muito bom celebrar com histórias como a sua, que nos inspiram a ver o mundo com mais empatia e menos barreiras. Obrigado mais uma vez, por compartilhar esse segredo de profissão… que, na verdade, é um dom humano raro: o dom de escutar com o coração. Com a sua permissão, vou colocar na página essa sua mensagem. Ok.  Abraços do Alberto Araújo.




INCLUIR É AMAR COM AS MÃOS, COM OS OLHOS E COM O CORAÇÃO 

A inclusão verdadeira não se faz apenas com leis, rampas ou intérpretes. Ela se faz com presença, com escuta, com o olhar atento e o gesto acolhedor. Incluir é amar com as mãos, com os olhos e com o coração. 

É entender que a comunicação vai além da fala. Que o silêncio também tem voz. Que um sinal pode carregar mais emoção do que mil palavras. Que o olhar pode ser um abraço. Que o toque pode ser um poema.

Na comunidade surda, a linguagem é corpo, é expressão, é identidade. A Libras — Língua Brasileira de Sinais,  não é apenas um meio de comunicação: é um território de pertencimento, de cultura, de resistência. É a língua materna de milhares de brasileiros que, por muito tempo, foram silenciados. 

Mas a inclusão não é um favor. É um direito. E mais do que isso: é um gesto de amor. Quando aprendemos Libras, quando legendamos um vídeo, quando garantimos um intérprete em um evento, quando olhamos nos olhos de quem sinaliza, estamos dizendo: “Eu te vejo. Eu te escuto. Você importa.” 

Na escola, no trabalho, na arte, na vida, a inclusão precisa ser prática, cotidiana, viva. Precisa sair dos discursos e entrar nas atitudes. Porque ninguém deve ser deixado para trás. Porque todos têm o direito de participar, de aprender, de ensinar, de brilhar. 

E quando a inclusão é feita com o coração, ela transforma. Transforma ambientes, relações, mentalidades. Transforma o mundo.

Neste 15 de novembro, ao celebrarmos a Língua Gestual Portuguesa, estendemos esse abraço simbólico a todas as línguas de sinais, a todas as formas de comunicação que nascem do corpo e da alma. 

Que possamos, todos os dias, praticar essa escuta sensível. Que nossas mãos sejam pontes. Que nossos olhos sejam janelas abertas. Que nosso coração seja casa. 

Porque incluir é isso: É amar com as mãos. É acolher com os olhos. É transformar com o coração.




Gina Amaral da RSF disse: Já  vi a página  e fiquei coração  cheio, porque passei anos da minha vida  depois do acidente, que  comunicava com os meus amigos meu mundo em pequena através  gestos, toque e por fim leitura labial.    Como digo no meu livro  Resiliência..   não é  difícil falar quando o outro lado quer ouvir...  Gratidão   por quebrar  barreiras.  🥰😘



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