No coração pulsante do Rio de Janeiro, entre o azul do mar e a história que ecoa nas muralhas do Forte de Copacabana, acontece hoje uma celebração da forma, da matéria e da imaginação: a Exposição de Esculturas, aberta ao público das 10h às 19h. Mais do que uma mostra, é um manifesto artístico que transforma o espaço histórico em um território de criação, diálogo e encantamento.
O Forte, com sua imponência discreta e sua vista arrebatadora, torna-se cenário e personagem dessa experiência cultural. As esculturas ocupam seus salões e pátios como se sempre tivessem pertencido ali, como se a pedra, o bronze, o ferro e o barro fossem extensões naturais da paisagem carioca. A exposição convida o visitante a caminhar entre formas que desafiam o tempo, que narram histórias e que provocam o olhar.
MARA LÚCIA JOAQUIM - A CURADORIA COMO ATO POÉTICO
À frente da curadoria está Mara Lúcia Joaquim, cuja sensibilidade transforma a organização da mostra em um gesto artístico por si só. Seu olhar é capaz de revelar o invisível, de destacar o detalhe que emociona, de criar conexões entre obras e espaço que transcendem o óbvio. Mara não apenas seleciona esculturas, ela compõe uma sinfonia visual, onde cada peça é uma nota, cada sala uma pausa, cada corredor uma cadência.
Seu trabalho no Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana é marcado por uma dedicação profunda à arte como ferramenta de educação, transformação e pertencimento. Nesta exposição, Mara constrói pontes entre o contemporâneo e o histórico, entre o sensível e o simbólico, entre o artista e o público. A curadoria é, aqui, um convite à escuta silenciosa das formas e à contemplação ativa da matéria.
ANTÔNIO PEREIRA - A HISTÓRIA COMO INSPIRAÇÃO
Ao lado de Mara, Antônio Pereira atua como guardião da memória e articulador da presença artística no museu. Seu trabalho é essencial para que a arte dialogue com o espaço, respeitando sua história e ao mesmo tempo renovando seu significado. Antônio entende que o museu não é um relicário, mas um organismo vivo e a exposição de esculturas é prova disso.
Com profundo conhecimento da trajetória do Forte e de seu papel na cultura brasileira, Antônio contribui para que cada obra esteja posicionada com intenção e contexto. Ele transforma o espaço expositivo em uma narrativa fluida, onde o visitante não apenas observa, mas participa. Sua atuação é um exemplo de como a gestão cultural pode ser criativa, dinâmica e profundamente conectada com o público.
O FORTE COMO ESPAÇO DE CRIAÇÃO
A escolha do Forte de Copacabana como sede da exposição não é casual, é simbólica. O local, que já foi bastião militar, hoje se abre à arte como forma de resistência e renovação. As esculturas, com suas texturas e volumes, dialogam com os canhões, com os corredores de pedra, com o horizonte que se estende sobre o Atlântico. É uma ocupação poética, onde o passado encontra o presente e a história se transforma em plataforma criativa.
Cada obra exposta é um convite à reflexão sobre o corpo, o espaço, o tempo e a identidade. Há esculturas que evocam o feminino, outras que exploram o movimento, outras ainda que desafiam a gravidade. A diversidade de estilos e materiais revela a riqueza da produção escultórica brasileira contemporânea, e a curadoria valoriza essa multiplicidade com inteligência e afeto.
Hoje, o Forte de Copacabana é mais do que um ponto turístico, é um centro de efervescência cultural. A Exposição de Esculturas é uma oportunidade única de vivenciar a arte em sua forma mais tátil, mais próxima, mais humana. É um passeio que emociona, que provoca, que transforma.
Se você está no Rio, não perca a
chance de visitar. Caminhe entre as obras, converse com os artistas, permita-se
ser tocado pela beleza e pela força da escultura. A arte está viva, e hoje, ela
respira no Forte.
© Alberto Araújo
Focus Portal Cultural
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