Não sei explicar o fascínio que tenho por Teresópolis. Talvez seja o ar fresco que parece sussurrar histórias antigas, ou quem sabe o jeito como a cidade se esconde entre montanhas como um segredo bem guardado. Encontrei a foto no Facebook, dessas que aparecem sem aviso, como se soubessem exatamente o que a gente precisa ver e lá estava ela: a entrada de Petrópolis, mas com aquele céu carregado, a árvore em flor e o chão molhado que só a serra sabe oferecer. E mesmo sendo de outra cidade, Teresópolis me veio à mente com delicadeza e fascínio. Vai entender.
Teresópolis tem esse poder de invadir os pensamentos. É como uma lembrança que não se viveu, mas que insiste em morar na gente. A cidade tem nome de imperatriz, mas alma de artista. Caminhar por suas ruas é como folhear um livro de contos: cada esquina guarda uma história, cada fachada antiga parece ter algo a dizer. E a cultura? Ah, a cultura de Teresópolis é feita de encontros, entre o tradicional e o contemporâneo, entre o urbano e o natural, entre o silêncio das montanhas e o burburinho dos teatros.
A Casa de Cultura Adolpho Bloch, por exemplo, é um desses lugares onde o tempo parece desacelerar. Ali, exposições, oficinas e apresentações se misturam com a arquitetura charmosa e o cheiro de madeira antiga. O Teatro SESC de Teresópolis, com sua programação diversa, é palco de sonhos e reflexões. E o Centro Cultural Bernardo Monteverde, com sua proposta de preservar e difundir o patrimônio histórico, é quase um guardião da memória coletiva.
Mas Teresópolis não vive só de prédios e palcos. A cidade pulsa nas feiras de artesanato, nas rodas de conversa, nas escolas de música que formam talentos e nas festas populares que celebram a identidade local. O patrimônio cultural é tratado com respeito: há exposições que revelam a importância dos bens materiais e imateriais, como se cada pedra, cada tradição, cada canto tivesse algo essencial a nos ensinar.
E tem mais. Teresópolis é também refúgio para quem busca natureza e contemplação. O Parque Nacional da Serra dos Órgãos, com suas trilhas e mirantes, é quase um templo ao ar livre. A cidade parece ter sido desenhada para inspirar, seja um poema, uma pintura ou uma crônica como esta.
Talvez o meu fascínio por Teresópolis venha disso: da mistura entre o que é visível e o que é sentido. Da forma como ela se apresenta sem pressa, como quem convida para uma conversa longa, dessas que começam com café e terminam com vinho. Teresópolis não se explica. Se vive. Se sente. Se guarda.
E mesmo que eu não saiba dizer
exatamente por que ela me encanta tanto, sigo colecionando imagens, palavras e
sensações. Como aquela foto no Facebook, que me fez parar por alguns minutos e
lembrar que há lugares que nos escolhem, mesmo que a gente não entenda o
motivo.
© Alberto Araújo
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