Em 27 de novembro de 2025, o calendário de ritos da intelectualidade brasileira aponta para um endereço sagrado, onde a prosa e o verso encontram seu lar mais ilustre: a Avenida Presidente Wilson, 203, no bairro do Castelo, na vibrante cidade do Rio de Janeiro. Este não é um mero local, mas um monumento à permanência, um ponto de convergência entre a história e a esperança: o Palácio Austregésilo de Athayde, a Casa de Machado de Assis, sede da Academia Brasileira de Letras.
Erguido com a dignidade que a Imortalidade exige, o Palácio Austregésilo de Athayde é uma réplica sentimental e arquitetônica, que evoca a serenidade do Petit Trianon, em Versalhes. No coração do Rio, ele se impõe como um bastião de cultura, observando o ir e vir das águas da Baía de Guanabara, testemunha silenciosa da evolução da língua e da pátria. Entrar por suas portas é transpor a soleira do tempo, deixar para trás o ruído da modernidade e mergulhar em um oceano de saber preservado. Cada degrau, cada vitral, cada sala é um convite à contemplação da eternidade da palavra.
É neste cenário de reverência que a ADABL – Associação dos Diplomados da Academia Brasileira de Letras, convoca seus pares. E o ponto de encontro é, por excelência, a Sala José de Alencar. Este recinto, batizado em homenagem ao romancista que forjou a alma literária do Brasil com o épico de Iracema e a ternura de Senhora, não é apenas um espaço de reunião; é uma galeria sonora, onde as paredes parecem guardar o eco dos debates sobre a ortografia, a gramática e o destino da nação. Ali, cada encontro é mais do que uma reunião: é uma reafirmação da identidade cultural brasileira.
A Sala José de Alencar acolherá, das 09 às 12 horas, a anual Reunião de Confraternização. A pauta é o afeto, a celebração e a reafirmação de um compromisso. O evento será iniciado sob o mais alto símbolo cívico: a vibração sagrada do Hino Nacional Brasileiro, um ritual que funde a devoção à cultura com o amor à Pátria, e que prepara o espírito para a honra. O canto coletivo do hino, ecoando entre colunas e lustres, é a lembrança viva de que a literatura não se separa da cidadania.
A própria ADABL, com sua estrutura sólida e sua trajetória imaculada, ratifica sua importância como entidade sem fins lucrativos. Seu registro, guardado e ancorado em documentos que remontam a fevereiro de 1966, é a prova de que a dedicação à palavra transcende gerações e se mantém viva sob a luz da legalidade e do idealismo. Mais do que uma associação, a ADABL é um farol que ilumina o caminho dos que acreditam na força da língua como instrumento de união e progresso.
Se o Palácio é o corpo da ADABL, a Presidente Zélia Fernandes é, inegavelmente, sua alma e sua força motriz. Sua trajetória à frente da Associação não se define apenas por títulos ou mandatos, mas pela paixão incansável com que exerce a custódia de um legado. Zélia Fernandes personifica a liderança lúcida e lírica. Ela não apenas administra; ela inspira. Seu perfil é o de uma timoneira que sabe navegar entre as águas turbulentas da administração moderna e o porto seguro da tradição. Em um mundo onde o imediatismo digital muitas vezes silencia a meditação profunda, a Presidente assegura que a voz da alta cultura, emanada pelos diplomados da ABL, não apenas persista, mas resplandeça.
Sua personalidade se revela na forma como honra o passado para garantir o futuro. O convite para a confraternização é mais do que um memorando; é um chamado pessoal, um aceno que estende a mão a associados, parentes e amigos, transformando a rigidez institucional em um abraço caloroso e inclusivo. O maior testemunho da sua dedicação é a forma como ela zela pela presença constante de nosso Cofundador, Dr. Austregésilo de Athayde. Não é por acaso que o Palácio que os acolhe leva seu nome. Para Zélia Fernandes, Austregésilo não é uma estátua; é um guia ético. Ela garante que sua memória seja sempre lembrada e homenageada, mantendo viva a chama do idealismo que deu origem à ADABL.
A Presidente estabelece, nesta reunião, pontes sólidas entre o mundo da cultura e o universo do serviço público e da iniciativa privada. A Hora de Homenagens é um cânone de reconhecimento ao mérito: o Comandante do Forte de Copacabana e Diretor do Museu do Exército Brasileiro, Alexandre Roberto da Silva; o Subsecretário Adjunto de Economia do Mar, Marcelo Felipe Alexandre; e os Patrocinadores dos últimos cinco anos, os Diretores da Trekking Tecnologia, Antônio Carlos Andrade dos Santos Júnior e André Luiz Fernandes de Oliveira. Eles são os mecenas contemporâneos, cuja visão empreendedora garante que a ADABL possa seguir sua rota. A tecnologia, representada pela TREKKING, torna-se a aliada da Letra, provando que a inovação pode financiar a tradição.
No epicentro dessa teia de conexões e homenagens, o afeto se torna tangível. A sala se preenche com a elite intelectual e com aqueles que apoiam a causa da palavra. Entre as presenças que atendem ao convite de Zélia Fernandes, encontra-se a companheira Ana Maria Tourinho. Seu nome é um símbolo que personifica a lealdade e a dedicação dos associados. Sua presença, ao lado de todos os demais, é a confirmação de que a ADABL é, acima de tudo, uma família que se reúne para celebrar a cumplicidade na missão cultural.
O momento mais alto e mais sensível do encontro será a HORA DE ARTE. Aqui, a Academia se humaniza, e o verbo se veste de emoção. O palco será entregue às vozes que representam a diversidade e a renovação: os autores infantojuvenis e associados. O tema escolhido, em sintonia com o final do ano e o prenúncio de um novo ciclo, é o calor da esperança: Poemas Natalinos. Será um momento onde a inspiração lírica se funde com a doçura da quadra festiva. Versos de alegria, reflexão e luz serão declamados, unindo a sabedoria dos veteranos à frescura da juventude. Nesta Hora de Arte, a ADABL cumpre seu papel máximo: não apenas preservar a língua, mas fazê-la cantar.
A Confraternização de 2025 da ADABL, orquestrada pela dedicação da Presidente Zélia Fernandes no coração do Palácio Austregésilo de Athayde, é um testemunho eloquente. É a prova de que a cultura, quando guiada por uma liderança inspiradora e sustentada pelo apoio firme, é uma força indestrutível. É na união dos diplomatas e amigos, na lembrança de Austregésilo de Athayde, no reconhecimento dos beneméritos e na beleza dos Poemas Natalinos declamados, que a Associação reafirma sua promessa à nação: manter acesa, para sempre, a chama da língua portuguesa e o idealismo da Casa de Machado de Assis.
Editorial
© Alberto Araújo
Focus Portal Cultural
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