sábado, 22 de novembro de 2025

NITERÓI, MENINA, MULHER E SENHORA DA CULTURA – 452 ANOS DE HISTÓRIA E ENCANTOS - © ALBERTO ARAÚJO – FOCUS PORTAL CULTURAL


No dia 22 de novembro, o calendário se curva diante da memória e da beleza de Niterói. São 452 anos de uma cidade que nasceu como menina sonhadora, cresceu como mulher determinada e hoje se afirma como senhora da cultura, guardiã de tradições e inventora de futuros. Niterói não é apenas um ponto no mapa: é um coração pulsante à beira da Baía de Guanabara, um palco onde a história se mistura com a poesia, e onde cada rua, cada praça e cada olhar revelam a alma de um povo que sabe celebrar a vida. 

Menina dos mares. Niterói nasceu olhando o mar. Menina curiosa, brincava com as ondas e aprendia com os ventos que sopravam histórias de navegantes e povos originários. Foi no encontro das águas e das terras que se desenhou sua identidade: uma cidade que carrega em si o espírito da travessia, da ponte invisível que une culturas, pessoas e sonhos. Essa menina cresceu ouvindo cantos indígenas, rezas coloniais e batuques africanos, e desde cedo aprendeu que sua força estava na diversidade. 

Mulher da cultura. Com o tempo, Niterói se fez mulher. Mulher que dança, que canta, que pinta, que escreve. Mulher que ergueu teatros, museus e bibliotecas, que deu ao Brasil artistas de renome e que se tornou referência em arte e pensamento. É a mulher que acolhe o MAC como joia arquitetônica e cultural, que guarda o Theatro Municipal como templo da arte, que celebra a música popular e a erudição, que abre espaço para o cinema, para a literatura e para o teatro de rua. Niterói é mulher que inspira, que educa, que transforma. É mulher que se reinventa sem perder suas raízes. 

Senhora da tradição e da modernidade. Hoje, Niterói é senhora. Senhora da cultura, senhora da memória, senhora da inovação. Uma cidade que honra seus mestres do passado e abre portas para os jovens criadores do presente. Senhora que sabe que cultura não é apenas espetáculo, mas também resistência, identidade e futuro. Senhora que se orgulha de seus bairros, de suas escolas de samba, de seus grupos folclóricos, de seus coletivos artísticos. Senhora que se veste de festa em cada aniversário, mas que também se veste de luta quando é preciso defender sua gente e sua história. 

Cultura viva. Niterói é palco e plateia. É tamborim e violino. É poesia declamada na praça e é livro aberto na biblioteca. É grafite colorindo muros e é quadro exposto em galerias. É roda de capoeira e é espetáculo de dança contemporânea. É feira popular e é concerto sinfônico. É cultura viva, que pulsa nas veias de quem aqui nasceu e de quem aqui escolheu viver. É cidade que entende que cultura é alimento da alma, é ponte entre gerações, é luz que ilumina caminhos.

Cidade que abraça. Niterói é também abraço. Abraço que acolhe quem vem de longe, quem chega com saudade de sua terra natal, quem busca um lar para seus sonhos. É cidade que se abre como porto seguro, que oferece suas praias como consolo e suas ruas como convite. É cidade que sabe ser mãe, amiga e companheira. É cidade que se orgulha de ser plural, de ser mistura, de ser encontro. E é nesse abraço que eu, nordestino, encontro minha alegria. Viver em Niterói é sentir o calor de uma cidade que me acolhe como filho, que me ensina como mestre e que me inspira como musa. É caminhar por suas ruas e ouvir ecos da minha própria história, é olhar para o mar e lembrar-me das travessias que me trouxeram até aqui. É descobrir que, mesmo longe da terra natal, posso me sentir em casa, porque Niterói é casa de todos que nela acreditam. É alegria viver em seus braços, menina, mulher e senhora da cultura. 

PARABÉNS, Niterói, pelos seus 452 anos. Que sua história continue sendo escrita com poesia, coragem e cultura. Que sua alma permaneça aberta ao mundo, e que seu abraço siga acolhendo todos nós que temos a honra de viver em seu coração. 

© Alberto Araújo 

Focus Portal Cultural

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