segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

CECÍLIA MEDEIROS - A BORBOLETA QUE ENSINA A VOAR - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL

(CLICAR NA IMAGEM PARA ASSISTIR AO VÍDEO)

No dia 22 de novembro, Cecília Medeiros celebrou mais do que um aniversário, ela celebrou um renascimento. A festa foi realizada no dia 27 de novembro. Cercada por amigos e familiares, em um encontro marcado pela ternura e pela beleza no Restaurante Jambeiro, em Niterói, Cecília não apenas comemorou mais um ciclo de vida, mas reafirmou sua vocação de ser luz, de ser ponte, de ser asas. 

Cecília é dessas pessoas raras que não passam pela vida, elas a transformam. Professora por ofício e por alma, ela não ensina apenas conteúdos, mas desperta consciências. Sua presença é como um sopro de primavera: onde chega, florescem ideias, brotam afetos, renascem esperanças. Ela é a educadora que compreende que ensinar é um ato de amor, e que o saber só se completa quando é compartilhado com generosidade. 

Na celebração de seu aniversário, ladeada por aqueles que a admiram e a amam, Cecília irradiava a mesma energia que sempre ofereceu aos outros: acolhimento, escuta, entusiasmo. O mural de asas de borboleta diante do qual posou para a foto do convite não foi apenas um cenário, foi metáfora viva. Cecília é borboleta: passou por metamorfoses, enfrentou os casulos da vida, e hoje voa com leveza e propósito, inspirando outros a alçarem seus próprios voos.

Sua trajetória é marcada por uma profunda conexão com a cultura, com a arte, com o pensamento crítico. Cecília não se contenta com o óbvio, ela provoca, instiga, convida ao mergulho. Em seus encontros educacionais, em suas conversas, em seus gestos cotidianos, ela cultiva o espírito da liberdade: liberdade para pensar, para agir, para amar e para sonhar, como ela mesma escreveu em seu convite. E essa liberdade, longe de ser solitária, é compartilhada. Cecília acredita na força dos sonhos coletivos, na beleza dos encontros, na potência das amizades. 

Quem conhece Cecília sabe que ela está sempre presente, não apenas fisicamente, mas emocionalmente. Ela é aquela amiga que envia uma mensagem no momento certo, que aparece com um sorriso quando o mundo parece cinza, que oferece palavras como quem oferece abrigo. Seu apoio é constante, silencioso às vezes, mas sempre firme. Ela é o tipo de pessoa que nos faz acreditar que não estamos sós, que há ternura no mundo, que há pessoas que realmente se importam. 

Na noite do dia 27 de novembro, o Restaurante Jambeiro se encheu de vozes, de risos, de memórias. Mas, acima de tudo, se encheu de gratidão. Gratidão por Cecília existir, por ela ser quem é, por ela tocar tantas vidas com sua presença luminosa. Os amigos que ali estavam não celebravam apenas uma data, celebravam uma mulher que é símbolo de resistência, de afeto, de sabedoria. 

Cecília Medeiros é um patrimônio afetivo. Sua vida é uma obra em constante construção, feita de palavras, de gestos, de silêncios eloquentes. Ela é a professora que nos ensina que o conhecimento não é um fim, mas um caminho. Que a cultura não é ornamento, mas essência. Que o amor não é promessa, mas prática. 

Neste aniversário, Cecília nos convidou a sonhar juntos, a voar mais alto. E nós, seus amigos, seus alunos, seus admiradores, aceitamos o convite com alegria. Porque sabemos que, ao lado dela, o voo é seguro, é belo, é transformador. 

Parabéns, Cecília. Que seus dias sejam sempre repletos de poesia, de encontros verdadeiros, de descobertas. Que você continue sendo essa borboleta que pousa suavemente nos corações e os ensina a bater com mais coragem. 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural

 










Parabéns, Cecília!
Celebrou-se muito mais do que um aniversário, celebrou-se a beleza de uma alma que inspira, acolhe e transforma. Cecília, você é dessas raras presenças que iluminam caminhos, que oferecem asas aos que precisam voar, que estendem a mão com ternura e sabedoria.

Neste novo ciclo, que eleve ainda mais seus sonhos e fortaleça sua liberdade de pensar, agir, amar e sonhar. Que a vida continue lhe presenteando com encontros verdadeiros, afetos sinceros e momentos de encantamento. Você é um holofote que brilha intensamente para os amigos, abrigo para os que buscam apoio, e exemplo de generosidade para todos que têm o privilégio de caminhar ao seu lado. Que sua jornada siga plena de poesia, cultura e voos altos, como a borboleta que você representa tão bem. Feliz renascimento. Feliz vida. Feliz você! Com carinho e admiração, Alberto Araújo



O DIA 15 DE DEZEMBRO É OFICIALMENTE CELEBRADO COMO O DIA DA MULHER ADVOGADA NO BRASIL.


 


Foi instituído em 2016 pelo Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A homenagem remete à trajetória de Myrthes Gomes de Campos, a primeira mulher brasileira a obter registro profissional como advogada, em 1906. A data reconhece a força, coragem e pioneirismo das mulheres na advocacia, que historicamente enfrentaram barreiras em um ambiente predominantemente masculino. 

É também um momento de reflexão sobre igualdade de gênero no Direito, valorizando a sensibilidade e a técnica que as mulheres trazem para a profissão. 

Hoje, as mulheres ocupam cada vez mais espaços de liderança na advocacia e no sistema de Justiça. 

O dia 15 de dezembro serve como símbolo de reconhecimento e incentivo para que novas gerações continuem ampliando sua presença e influência no mundo jurídico 

Myrthes Gomes de Campos nasceu em 1875, em Macaé (RJ), e foi a primeira mulher a exercer a advocacia no Brasil. Formou-se em Direito no Rio de Janeiro e, em 1899, atuou pela primeira vez no Tribunal do Júri, defendendo um acusado de agressão. Em 1906, conseguiu se inscrever oficialmente no Instituto dos Advogados do Brasil, tornando-se a primeira advogada registrada do país. 

Ela enfrentou forte resistência em uma época em que mulheres eram desencorajadas a seguir carreiras jurídicas, mas abriu caminho para que outras pudessem ocupar esse espaço. Além da advocacia, trabalhou no Ministério da Justiça e defendeu causas ligadas aos direitos das mulheres. 

Myrthes faleceu em 1965, mas sua trajetória inspirou a criação do Dia da Mulher Advogada, celebrado em 15 de dezembro, como reconhecimento ao pioneirismo e à luta feminina na advocacia. 

HOMENAGEM ÀS MULHERES ADVOGADAS 

Neste 15 de dezembro, o Focus Portal Cultural ergue sua voz em reverência às mulheres que, com coragem e sabedoria, escrevem diariamente capítulos de justiça e dignidade. 

Ser mulher advogada é carregar nos ombros a força da lei e no coração a sensibilidade humana. É transformar a palavra em ponte, o argumento em escudo, e a resiliência em bandeira. Cada uma de vocês é guardiã da democracia, intérprete da verdade e protagonista de uma história que não se cala.

Hoje, celebramos todas as mulheres advogadas dos nossos grupos de convivência e amizade, que com excelência profissional e espírito incansável dignificam a advocacia. E, em especial, rendemos honras à presidente do Elos Internacional, a vice-presidente da OAB-Niterói e procuradora da Instituição, Matilde Slaibi Conti, que o Focus Portal Cultural traz como símbolo e representação de todas vocês. Ao lado do presidente Pedro Gomes e dos demais diretores, Matilde integra uma gestão que realiza um trabalho muito bonito, marcado pela dedicação e pelo compromisso com a advocacia e com a sociedade. 

Que esta data seja mais que uma celebração: seja um chamado à memória de Myrthes Gomes de Campos, pioneira que abriu caminhos, e um convite à continuidade da luta por igualdade e reconhecimento. 

Às mulheres advogadas, nossa gratidão e aplauso. Vocês são poesia viva na defesa da justiça, cultura em movimento na construção de um mundo mais justo, e eternas protagonistas da história da advocacia brasileira.

© Alberto Araújo 


 



O FANTASMA DE PEDRA DO PALÁCIO MONROE – VERSÃO AMPLIADA - CRÔNICA DE ALBERTO ARAÚJO

 


Foi por intermédio de um vídeo que encontrei no Instagram da Revista Insight Inteligência que me vi novamente diante do Palácio Monroe. A crônica "O Fantasma de Pedra do Palácio Monroe" já existia em mim, como uma ferida cicatrizada que ainda pulsa. Mas hoje, ao ver as imagens geradas por inteligência artificial, decidi ampliá-la. Porque há fantasmas que merecem ser revisitados com mais vagar, mais afeto, mais palavras. 

Logo cedo, ao deslizar distraidamente pela página Maravilhas do Rio, fui surpreendido por uma imagem que me fez suspender o tempo. Lá estava ele: o Palácio Monroe, fotografado em 1959, com sua imponência de cúpula erguida, colunas altivas e uma aura de grandiosidade que parecia querer dialogar com as montanhas e com o mar da Guanabara. Era como se o passado tivesse se insinuado por entre os pixels da tela, exigindo atenção, respeito, memória. 

Não era apenas um prédio. Era um gesto. Uma ousadia em pedra e cimento, um símbolo de modernidade que o Rio um dia abraçou e, depois, deixou escapar pelos dedos. O Palácio Monroe não se limitava à sua arquitetura neoclássica. Ele era um manifesto silencioso, uma tentativa de dizer ao mundo que o Brasil também sabia erguer monumentos que falavam de beleza, de poder, de civilidade. 

Olho a foto e imagino a vida ao redor: os carros discretos circulando, o frescor das árvores que ainda guardavam sombra generosa, os passantes que talvez não se detivessem diante dele, como quem não percebe a beleza que tem todos os dias diante dos olhos. O Palácio Monroe era assim: uma joia de presença tão forte que parecia eterna. E, no entanto, não resistiu ao descaso. 

Demolido em 1976, sob justificativas que hoje soam frágeis, o palácio foi apagado do mapa, mas não da alma da cidade. O lugar onde se erguia agora abriga apenas o vazio e a pressa, como se o Rio tivesse decidido esquecer uma parte de si. E é nesse instante que entendo: algumas ausências são mais barulhentas que qualquer monumento.

O Palácio Monroe, ainda que demolido, permanece vivo, não na Cinelândia, não no asfalto, mas na lembrança daqueles que sabem olhar para trás sem medo da saudade. Ele vive nas fotografias amareladas, nos postais antigos, nas conversas entre arquitetos e historiadores, nas crônicas como esta. Vive, sobretudo, na dor silenciosa de quem viu a cidade perder um pedaço de sua alma. 

A imagem gerada por inteligência artificial, que me levou de volta ao palácio, tem algo de mágico e inquietante. Ela não é apenas uma reconstrução visual. É uma evocação. Um chamado. Como se a tecnologia, paradoxalmente, nos ajudasse a resgatar o que a modernidade destruiu. E ali, diante daquela imagem, percebo que o Palácio Monroe não é apenas um fantasma de pedra. É um símbolo da luta entre o efêmero e o eterno, entre o progresso e a preservação.

O Rio perdeu o palácio, mas não perdeu a poesia de quem se comove com sua lembrança. E talvez seja essa poesia que nos salve. Que nos faça olhar para os prédios que ainda resistem com mais cuidado, com mais reverência. Que nos impeça de repetir o erro. Porque cada demolição injusta é uma amputação na memória coletiva. E a memória, sabemos, é o que nos dá identidade. 

Hoje, ao ampliar esta crônica, não quero apenas lamentar. Quero celebrar. Celebrar a beleza que existiu, a coragem de quem a construiu, a sensibilidade de quem ainda se emociona. O Palácio Monroe pode ter sido demolido, mas permanece como um farol invisível, guiando os que acreditam que a cidade é feita também de suas cicatrizes. 

© Alberto Araújo

Link da postagem original

Revista insight inteligencia

https://www.instagram.com/p/DSI_MzgAe0w/  

 


A DEMOLIÇÃO DO MONROE: UM SILÊNCIO QUE ECOA

O Palácio Monroe não foi apenas um edifício. Foi um gesto arquitetônico, uma afirmação de modernidade e civilidade em pedra e cimento, que o Rio de Janeiro ergueu com orgulho e destruiu com pressa. Sua trajetória, da pedra fundamental em 1905 à demolição em 1976, é um retrato fiel das contradições urbanas, políticas e culturais do Brasil republicano.

Inaugurado ainda inacabado para a 3ª Conferência Pan-Americana, o Monroe rapidamente se tornou palco de eventos diplomáticos, científicos e legislativos. Recebeu a Câmara dos Deputados, depois o Senado, e foi reformado para acomodar os novos usos, perdendo parte de sua elegância original. Durante a Revolução de 1930, virou quartel das tropas gaúchas, cenário de cavalos pastando em seus jardins. Já nos anos 1950, o Senado cogitou abandoná-lo, e um concurso arquitetônico chegou a prever sua substituição por uma pirâmide truncada. Mas Brasília interrompeu esses planos.

Com a transferência do Senado, o Monroe virou abrigo de serviços administrativos e da Constituinte do Estado da Guanabara. Nos anos 1970, foi disputado por órgãos sem sede, como o TSE, e por entidades como o Clube de Engenharia e o CREA, que ofereceram restaurá-lo. As obras do metrô ameaçaram sua estrutura, mas engenheiros projetaram curvas para preservá-lo. Mesmo assim, escadarias foram demolidas e os leões de mármore removidos.

Em outubro de 1975, sem decreto publicado, o Palácio foi demolido por ordem de Geisel, num gesto autoritário e simbólico. A decisão fazia parte de um plano maior: apagar a antiga capitalidade do Rio e consolidar Brasília como centro de poder. O Catete virou museu, o Tiradentes, assembleia, e o Monroe, ruína. Falcão mobilizou a imprensa para criar clima favorável à demolição, enquanto a opinião pública ignorava os planos geopolíticos por trás do ato.

O Palácio Monroe era fruto de um projeto modernizador iniciado em 1904, com o pavilhão brasileiro em Saint Louis. A arquitetura eclética buscava romper com o passado colonial e afirmar valores universais. A Primeira República apostava no corpo técnico de engenheiros e na transformação urbana, com prefeitos como Pereira Passos, Souza Aguiar e Paulo de Frontin. O Monroe simbolizava essa fé no progresso.

Mas esse modelo não se conciliou com o nacionalismo do período Vargas, que valorizava o colonial e o folclórico. A Nova Arquitetura de Costa, concretizada em Brasília, buscava mitos fundadores. O ecletismo do Monroe ficou excluído. Sua demolição, embora injusta, abriu espaço para o reconhecimento de outros edifícios ecléticos, como os do Conjunto da Avenida Rio Branco.

O Palácio Monroe foi sacrificado em nome de uma modernidade que não soube dialogar com sua própria história. Sua ausência ecoa como um silêncio eloquente, lembrando que o progresso sem memória é apenas ruína disfarçada. E que, por trás de cada pedra derrubada, há sempre uma história que insiste em ser contada.







domingo, 14 de dezembro de 2025

ALICE FONTANELLA E A NOITE MAJESTOSA NO ESPAÇO CULTURAL SÃO JUDAS TADEU - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL

O Focus Portal Cultural, sob a curadoria cultural de Alberto Araújo, tem como missão registrar e celebrar os momentos que engrandecem a vida artística e cultural de nossa comunidade. Nesta ocasião, oferecemos um significativo “mimo” em forma de homenagem à cantora lírica Alice Fontanella, cuja presença constante em nossas páginas é motivo de orgulho e inspiração. 

A apresentação ocorreu no palco do Espaço Cultural São Judas Tadeu, em uma noite que ficará marcada pela beleza, emoção e intensidade artística. A saudosa poetisa, declamadora Neide Barros Rego personalidade de grande relevância para a cena cultural, foi quem introduziu a cantora ao público, criando um elo entre memória e presente, tradição e continuidade. A atmosfera era de celebração e reverência, e cada detalhe contribuiu para que o espetáculo se tornasse um marco inesquecível. 

Às vezes, é surpreendente como uma melodia pode conduzir-nos às lágrimas ou provocar arrepios. A música tem esse poder de atravessar o tempo, tocar o íntimo da alma e revelar sentimentos que muitas vezes permanecem ocultos. Foi exatamente isso que aconteceu naquela noite, quando Alice Fontanella trouxe ao palco duas obras de rara beleza e intensidade: a Ave Maria, composta por William Gomes, e a célebre Granada, de Agustín Lara. 

Cada interpretação foi um mergulho profundo na essência da arte lírica, revelando a capacidade da música de unir passado e presente, dor e alegria, memória e celebração. 

AVE MARIA – O LEGADO DE WILLIAM GOMES 

A primeira peça apresentada foi a Ave Maria, composta por William Gomes durante os últimos meses de sua vida. A história dessa obra carrega uma aura de emoção e melancolia: o compositor faleceu um dia antes de um concerto de Natal, ocasião em que sua criação seria apresentada pela primeira vez. Nunca chegou a ouvir sua própria obra, mas deixou ao mundo um legado de fé e beleza. 

Alice Fontanella, com sua voz lírica de timbre cristalino e interpretação profundamente espiritual, trouxe essa melodia ao público como se fosse um sopro de eternidade. Sua performance não apenas honrou a memória do compositor, mas também ofereceu ao público uma experiência transcendental. Cada nota parecia carregar o peso da saudade e, ao mesmo tempo, a leveza da esperança. 

O público, em silêncio reverente, deixou-se conduzir pela voz da cantora, que transformou o palco em um espaço de devoção e contemplação. Era como se William Gomes estivesse presente, testemunhando a realização de sua obra através da voz de Alice. O momento foi de arrebatamento coletivo, e muitos olhos marejados confirmaram a força da música como ponte entre mundos. 

GRANADA – A ODE ARREBATADORA DE AGUSTÍN LARA

Após a emoção intensa da Ave Maria, veio a segunda obra do repertório: Granada, de Agustín Lara. Esta canção é uma verdadeira ode à cidade espanhola, exaltando sua beleza, sua história e sua aura romântica. Os versos, carregados de fantasia e melancolia, evocam imagens de rosas, de paisagens vibrantes e de sentimentos arrebatadores. 

Alice Fontanella emprestou sua voz poderosa e expressiva a essa obra, acompanhada ao piano por Romeo Savastano, cuja habilidade técnica e sensibilidade artística deram à interpretação um brilho especial. O diálogo entre voz e piano foi de uma harmonia impecável: cada acorde sustentava a emoção da cantora, cada frase musical era realçada pela força lírica de Alice. 

O público foi arrebatado pela intensidade da performance. “Granada” exige não apenas técnica, mas também entrega emocional, e Alice demonstrou ambas com maestria. Sua interpretação foi marcada por paixão e vigor, transformando o palco em um espaço de celebração da arte e da vida. Ao final, os aplausos calorosos ecoaram como reconhecimento e gratidão por aquele momento sublime. 

Não podemos deixar de destacar a importância da saudosa Neide Barros Rego, que apresentou Alice Fontanella e outros artistas naquela noite. Sua presença, mesmo evocada na memória, trouxe ao espetáculo uma dimensão de continuidade e tradição. Neide sempre foi uma voz ativa na valorização da cultura, e sua participação simbólica reforçou o caráter majestoso e feliz da noite. Assim, o espetáculo não foi apenas uma apresentação musical, mas também um tributo àqueles que constroem e sustentam a cena cultural, mantendo viva a chama da arte em nossa comunidade. 

O Focus Portal Cultural esteve presente para registrar cada detalhe desse encontro memorável. A publicação do vídeo com as duas canções é mais do que um simples registro: é um presente ao público, uma forma de eternizar a beleza e a emoção vividas naquela noite. 

Ao disponibilizar esse material, o Portal reafirma seu compromisso com a difusão da cultura e com a valorização dos artistas que dedicam suas vidas à arte. É um gesto de reconhecimento e gratidão, que transforma o efêmero em permanente, o instante em memória.

A noite no Espaço Cultural São Judas Tadeu foi majestosa e feliz, marcada pela presença de Alice Fontanella, pela memória de Neide Barros Rego, Romeo Savastano ao piano e pelo legado de William Gomes e Agustín Lara. Foi um encontro de vozes, histórias e emoções, que reafirmou o poder da música como linguagem universal e como expressão da alma. 

Alice Fontanella, com sua voz lírica e sua entrega apaixonada, ofereceu ao público um espetáculo inesquecível. Sua interpretação da Ave Maria e de Granada ficou gravada na memória de todos os presentes, como testemunho da força da arte e da beleza da música. 

O Focus Portal Cultural, ao registrar e compartilhar esse momento, cumpre sua missão de celebrar a cultura e de oferecer ao público um “mimo” que transcende o tempo. Que essa homenagem seja também um convite à reflexão sobre o valor da arte em nossas vidas e sobre a importância de preservar e difundir os momentos que nos tornam mais humanos.

 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural





CARLOS MÔNACO - GUARDIÃO DA CULTURA DE NITERÓI - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL

Carlos Mônaco e Alberto Araújo
Durante a Solenidade de Intelectual do Ano 2025 
a  Célio Erthal Rocha  - 13-12-25

Em Niterói, há nomes que se enlaçam com a própria história da cidade. Entre eles, destaca-se o de Carlos Silvestre Mônaco, o livreiro que transformou a Livraria Ideal em um verdadeiro templo da cultura. Mais do que um espaço comercial, a livraria tornou-se ponto de encontro de intelectuais, artistas, estudantes e curiosos, atravessando gerações e resistindo às mudanças do tempo. 

A trajetória de Carlos Mônaco é inseparável da memória da imigração italiana em Niterói. Filho de Silvestre Mônaco, que junto a Emílio Petraglia fundou a Livraria Ideal em 1935, cresceu entre livros, revistas e conversas que moldaram sua visão de mundo. Desde cedo, aprendeu que a livraria não era apenas um negócio, mas um espaço de convivência, de circulação de ideias e de estímulo à criação artística.

Ao longo de mais de quatro décadas à frente da Livraria Ideal, localizada na Rua Visconde de Itaboraí, no coração da cidade, Carlos Mônaco consolidou sua imagem como resistente cultural. Em tempos de avanço tecnológico e da era digital, manteve o espaço vivo, acolhedor e pulsante, atraindo leitores de todas as idades. Seu compromisso não era apenas vender livros, mas preservar a memória e fomentar o diálogo cultural. 

A Livraria Ideal foi palco de lançamentos, debates, exposições e encontros que marcaram a vida cultural de Niterói. Ali, escritores locais encontraram apoio, jovens estudantes descobriram novos horizontes e artistas tiveram espaço para mostrar seu trabalho. Carlos Mônaco sempre acreditou no poder transformador da cultura e, com generosidade, estendeu sua mão a quem buscava oportunidade. Muitos talentos foram revelados graças à sua confiança e incentivo. 

Seu perfil é o de um homem que vive para os livros e para as pessoas. Nascido em 10 de março de 1936, hoje, aos 89 anos, continua presente diariamente na livraria, como testemunha viva da resistência cultural. Seu filho hoje cuida das vendas pela internet, mas Carlos permanece no balcão, conversando com clientes, indicando obras, compartilhando histórias. É como se cada livro vendido fosse também um pedaço de sua própria vida entregue ao leitor.

A importância de Carlos Mônaco transcende a livraria. Ele é símbolo da cultura niteroiense, da persistência em manter viva a chama da leitura e da memória. Sua trajetória é marcada por gestos de confiança e incentivo, como quando acreditou em jovens escritores e jornalistas, oferecendo espaço no Jornal Literato, publicado pela Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Esses gestos revelam sua crença na potência criadora das pessoas e na necessidade de dar voz a quem deseja se expressar. 

O reconhecimento a Carlos Mônaco não se limita às homenagens individuais. Em março, por ocasião de seu aniversário natalício em 10 de março, a Prefeitura Municipal de Niterói decretou a Semana da Cultura de Niterói, em reverência à sua trajetória e ao legado da Livraria Ideal. Esse gesto institucional simboliza o que já era evidente para todos: Carlos Mônaco é patrimônio vivo da cidade, guardião da memória e da cultura. 

A Semana da Cultura não celebra apenas um homem, mas a ideia de que a cultura é essencial para a vida coletiva. Ao homenagear Carlos Mônaco, Niterói reafirma seu compromisso com a arte, a literatura e a memória, reconhecendo que o livreiro é mais do que comerciante: é mediador de sonhos, construtor de pontes, guardião de histórias.

Carlos Mônaco é, em essência, um homem de livros e de gente. Sua trajetória mostra que a cultura não se faz apenas em grandes palcos ou instituições, mas também em espaços cotidianos, como uma livraria no centro da cidade. Ali, entre estantes e conversas, construiu-se uma história que hoje é celebrada por toda Niterói. 

Ao receber a reverência da Prefeitura e ao ver seu aniversário transformado em Semana da Cultura, Carlos Mônaco não apenas é homenageado: ele é consagrado como símbolo da resistência cultural. Sua vida é testemunho de que, mesmo em tempos de mudanças, a palavra escrita e o encontro humano continuam sendo os pilares da nossa identidade. 

Na oportunidade, trago também ao público minha própria gratidão e testemunho. Recordo que, há muitos anos, em 2011, o livreiro Carlos Mônaco acreditou em meu trabalho quando eu frequentava os eventos no Calçadão da Cultura, promovidos pela Livraria Ideal, de sua propriedade. Em gesto generoso, Mônaco chegou até mim e disse que acreditava em minha potencialidade. Foi então que me confiou a página do Grupo Mônaco de Cultura no Jornal Literato para que eu a editasse.

A experiência foi fecunda, conseguimos produzir inúmeras páginas, dando voz a escritores, artistas e pensadores. O Jornal Literato era publicado pela Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro (IOERJ), também conhecida pelo nome fantasia Nova Imprensa Oficial, dirigida à época por Haroldo Zagger Faria Tinoco. Haroldo, personalidade de grande envolvimento cultural, trabalhou por muitos anos na IOERJ, ocupando cargos e promovendo eventos. Foi ele com apoio integral do governo do estado, quem abriu a Sala de Cultura Leila Diniz, inaugurada em 1º de julho de 2011, espaço que se tornou referência de liberdade de expressão e apoio à produção artística. 

A Sala, mantida pela própria IOERJ, contou com a participação de nomes como a cineasta Janaína Diniz Guerra, filha de Leila Diniz, que a descreveu como um lugar de liberdade e criação. Era, e continua sendo, um equipamento do Governo do Estado para fomentar a arte, um espaço que simboliza a resistência cultural e a valorização da memória. 

Ao relembrar esse momento, reafirmo minha gratidão a Carlos Mônaco, que acreditou em mim e me ofereceu oportunidade de contribuir com a cultura fluminense. Esse depoimento pessoal se soma ao da Diva Magda Belloti, pois ambos os testemunhos revelam que a cultura se constrói não apenas com grandes solenidades, mas também com gestos de confiança, encontros e mãos estendidas.

 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural

 

Exemplar do Jornal Literato 

Exemplar do Jornal Literato

Público presente da Livraria Ideal

Alberto Araújo recebe autógrafo

Alberto recebe autógrafo do escritor José Alonso.

Carlos Augusto e Márcia Erthal, Liane Arêas
posam ao lado de Luís Antônio Pimentel. 

Carlos Mônaco

Maria Helena Lattini, o saudoso Sergio Caldieri
e a professora escritora Dalma Nascimento

Público presente no lançamento do livro
de Dionilce Faria

Dionilce de Faria autografa livro ao Carlos Mônaco

Marco Aurélio, Dionilce de Faria e Alberto Araújo


Luís Antônio Pimentel e Alberto Araújo

Alberto Araújo em momento do lançamento
do seu livro Identidade do Sol

Lea Mônaco recebe autógrafo de Alberto Araújo

Alberto Araújo e Renata Palmier








Publico presente no lançamento do livro de
Alberto Araújo




Alberto Araújo e Shirley Araújo



MAGDA BELLOTI - A VOZ QUE EMBELEZOU A CONSAGRAÇÃO DE ERTHAL ROCHA CRÔNICA DE © ALBERTO ARAÚJO

Na manhã de 13 de dezembro de 2025, o Salão Nobre da Academia Fluminense de Letras foi mais do que cenário de uma solenidade. Tornou-se palco de uma experiência estética que uniu palavra e música, razão e emoção, memória e futuro. Se a entrega do título de Intelectual do Ano a Célio Erthal Rocha já era, por si só, um ato de consagração, a presença da soprano Magda Belloti transformou o momento em espetáculo completo, coroando a celebração com a força da arte. 

Magda, integrante do corpo estável do Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e solista de destaque na cena lírica carioca, trouxe ao salão não apenas sua voz cristalina, mas também sua história. Cada nota que entoou parecia dialogar com a trajetória do homenageado, como se a música fosse a tradução estética de sua vida. A solenidade, que já reunia juristas, escritores, jornalistas e familiares, ganhou uma dimensão lírica que a inscreveu na memória coletiva da cidade.

A cantora iniciou sua participação com clássicos da música popular brasileira, escolhidos com delicadeza para refletir o espírito da ocasião. “Modinha”, de Sérgio Bittencourt, trouxe a melancolia suave das canções que falam de amor e tempo. Em seguida, “Carinhoso”, de Pixinguinha e Braguinha, ecoou como um abraço sonoro, lembrando que a cultura brasileira é feita de afetos e de melodias que atravessam gerações. 

Mas foi ao interpretar “My Way” que Magda deu ao evento sua dimensão universal. A canção, composta por Claude François e Jacques Revaux, com letra adaptada por Paul Anka para Frank Sinatra, tornou-se símbolo da autonomia, da coragem de viver segundo a própria consciência. Ao entoar seus versos, Magda não apenas cantava: ela oferecia ao público uma metáfora da vida intelectual de Célio Erthal Rocha. 

Assim como na música, Erthal seguiu seu caminho, fez suas escolhas, enfrentou desafios e construiu uma trajetória singular. My Way tornou-se, naquele instante, a síntese da celebração: a objetividade da canção se unia à subjetividade da homenagem, transformando a solenidade em rito de consagração. 

O repertório se encerrou com “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, hino da brasilidade que reafirmou o vínculo entre o homenageado e sua terra. A música, vibrante e luminosa, foi como um brinde final à cultura que Erthal sempre defendeu e representou. 

Magda Belloti não cantou apenas músicas. Cantou sua própria história. Emocionada, lembrou que o primeiro a acreditar em sua trajetória cultural foi o livreiro Carlos Mônaco, personalidade há muito central na vida cultural de Niterói, e a saudosa artista Ângela Gemesio. Recordou o gesto de Mônaco, que, em 18 de novembro de 1994, pegou sua mão e disse: “Eu acredito em você, na sua potência, você tem o brilho de cantar no teatro.”

Naquele dia, Mônaco a apresentou no Theatro Municipal de Niterói, inaugurando uma carreira que hoje se consagra como uma das mais importantes da cena lírica carioca. Ao compartilhar essa memória, Magda não apenas agradeceu: ela reafirmou que a cultura é feita de encontros, de mãos estendidas, de confiança que se transforma em arte. 

O título de Intelectual do Ano concedido a Célio Erthal Rocha encontrou em My Way sua tradução simbólica. A música fala de escolhas, de caminhos percorridos com coragem, de vidas vividas com autenticidade. É exatamente isso que define o intelectual: alguém que não se curva às convenções, que constrói sua trajetória com independência, que se mantém fiel à sua consciência.

Ao cantar My Way, Magda Belloti não apenas homenageou Erthal. Ela deu voz ao conceito de intelectualidade. Sua interpretação foi aplaudida não apenas pela beleza da execução, mas pela pertinência da escolha. Cada verso parecia ecoar a vida do homenageado: um homem que, aos 94 anos, continua ativo, lúcido e presente, reafirmando que a intelectualidade é, antes de tudo, um modo de viver. 

Naquele salão, duas trajetórias se encontraram: a do intelectual e a da cantora. Erthal, com sua vida dedicada à palavra e à justiça; Magda, com sua voz dedicada à música e à emoção. Ambos representam a força da cultura como elemento transformador.

Magda foi, naquela manhã, mais do que intérprete. Foi a diva que deu à solenidade sua dimensão estética, que transformou o ato protocolar em espetáculo, que fez da homenagem um momento de beleza e transcendência. Sua voz cristalina e poderosa não apenas encantou: consagrou. 

Ao final da cerimônia, entre aplausos e lágrimas discretas, ficou claro que a homenagem a Célio Erthal Rocha não se limitou à entrega de uma placa. Foi uma celebração completa, em que a palavra e a música se uniram para consagrar uma vida. 

Magda Belloti, com sua interpretação de My Way, ofereceu ao público a síntese da intelectualidade: viver segundo a própria consciência, construir um caminho único, transformar a vida em obra. Sua voz, naquele instante, tornou-se referência criativa, símbolo da união entre arte e pensamento. 

E assim, no Salão Nobre da Academia Fluminense de Letras, a solenidade se transformou em crônica viva: a história de um intelectual celebrada pela voz de uma diva. 











Na oportunidade, trago também ao público minha própria gratidão e testemunho. Recordo que, há muitos anos, em 2011, o livreiro Carlos Mônaco acreditou em meu trabalho quando eu frequentava os eventos no Calçadão da Cultura, promovidos pela Livraria Ideal, de sua propriedade. Em gesto generoso, Mônaco chegou até mim e disse que acreditava em minha potencialidade. Foi então que me confiou a página do Grupo Mônaco de Cultura no Jornal Literato para que eu a editasse. 

A experiência foi fecunda: conseguimos produzir inúmeras páginas, dando voz a escritores, artistas e pensadores. O Jornal Literato era publicado pela Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro (IOERJ), também conhecida pelo nome fantasia Nova Imprensa Oficial, dirigida à época por Haroldo Zager Faria Tinoco. Haroldo, personalidade de grande envolvimento cultural, trabalhou por muitos anos na IOERJ, ocupando cargos e promovendo eventos. Foi ele com apoio integral do governo do estado, quem abriu a Sala de Cultura Leila Diniz, inaugurada em 1º de julho de 2011, espaço que se tornou referência de liberdade de expressão e apoio à produção artística. 

A Sala, mantida pela própria IOERJ, contou com a participação de nomes como a cineasta Janaína Diniz Guerra, filha de Leila Diniz, que a descreveu como um lugar de liberdade e criação. Era, e continua sendo, um equipamento do Governo do Estado para fomentar a arte, um espaço que simboliza a resistência cultural e a valorização da memória.

Ao relembrar esse momento, reafirmo minha gratidão a Carlos Mônaco, que acreditou em mim e me ofereceu oportunidade de contribuir com a cultura fluminense. Esse depoimento pessoal se soma ao da Diva Magda Belloti, pois ambos os testemunhos revelam que a cultura se constrói não apenas com grandes solenidades, mas também com gestos de confiança, encontros e mãos estendidas.

© Alberto Araújo

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