As
palavras do meu companheiro de letras, qual orquestra invisível, reverberaram
em minha alma, despertando acordes há muito silenciados. "De la musique
avant toute chose", declamou ele, e o nome de Verlaine iluminou a sala
como um holofote sobre um palco em penumbra. Transportado pelas ondas sonoras
daquela frase, mergulhei nas profundezas do Simbolismo, onde a poesia e a
música se fundem em um bailado etéreo.
"Art Poétique", esse
manifesto que pulsa em nossos corações como uma sinfonia secreta, é um convite
à entrega à sonoridade, à busca pela melodia que habita as entrelinhas das
palavras. Verlaine, o bardo que amava a vida em sua plenitude, nos ensinou a
escutar a música que pulsa em cada verso, a sentir a cadência que embala a alma
em um ritmo hipnótico.
E como não evocar "Chanson
d'Automne", essa sinfonia melancólica que nos transporta para um outono de
cores e emoções? Os violinos que choram, as folhas que caem em espiral, a
nostalgia que invade a alma como uma névoa densa... tudo se funde em uma
melodia que nos arrebata, que nos faz sentir a beleza e a efemeridade da vida
em sua plenitude.
DaCunha, meu amigo, uma seta no
coração da emoção, por me lembrar da importância da música na poesia, por me
convidar a ouvir a melodia que habita em cada palavra como um segredo
sussurrado. Que possamos, juntos, continuar a desvendar os mistérios da arte, a
celebrar a beleza da vida e a eternizar nossos sentimentos em versos que ecoem
como canções, transcendendo o tempo e o espaço.
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