quinta-feira, 3 de abril de 2025

O ECO DE VERLAINE: QUANDO A MÚSICA SE TRANSFORMA EM VERSO CRÔNICA DE ALBERTO ARAÚJO DEDICADA AO LITERATA FRANCISCO DACUNHA


As palavras do meu companheiro de letras, qual orquestra invisível, reverberaram em minha alma, despertando acordes há muito silenciados. "De la musique avant toute chose", declamou ele, e o nome de Verlaine iluminou a sala como um holofote sobre um palco em penumbra. Transportado pelas ondas sonoras daquela frase, mergulhei nas profundezas do Simbolismo, onde a poesia e a música se fundem em um bailado etéreo.

"Art Poétique", esse manifesto que pulsa em nossos corações como uma sinfonia secreta, é um convite à entrega à sonoridade, à busca pela melodia que habita as entrelinhas das palavras. Verlaine, o bardo que amava a vida em sua plenitude, nos ensinou a escutar a música que pulsa em cada verso, a sentir a cadência que embala a alma em um ritmo hipnótico.

E como não evocar "Chanson d'Automne", essa sinfonia melancólica que nos transporta para um outono de cores e emoções? Os violinos que choram, as folhas que caem em espiral, a nostalgia que invade a alma como uma névoa densa... tudo se funde em uma melodia que nos arrebata, que nos faz sentir a beleza e a efemeridade da vida em sua plenitude.

DaCunha, meu amigo, uma seta no coração da emoção, por me lembrar da importância da música na poesia, por me convidar a ouvir a melodia que habita em cada palavra como um segredo sussurrado. Que possamos, juntos, continuar a desvendar os mistérios da arte, a celebrar a beleza da vida e a eternizar nossos sentimentos em versos que ecoem como canções, transcendendo o tempo e o espaço.

 





 

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