quarta-feira, 16 de julho de 2025

ACADEMIA FLUMINENSE DE LETRAS – ENTRE RAÍZES E RENOVAÇÃO - 108 ANOS TECENDO SABERES E MEMÓRIAS - HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL


Fundada em 22 de julho de 1917, no calor idealista da Renascença Fluminense, a Academia Fluminense de Letras (AFL) ergueu-se como nau capitânia da cultura, guiada pelo desejo de estimular as artes, as ciências sociais e, sobretudo, de honrar e preservar o idioma e a memória literária fluminense. Inspirada nos moldes da Academia Francesa, a egrégia instituição nasceu da crença inabalável de que a palavra escrita é, ao mesmo tempo, memória e futuro. 

Foram muitos os que sonharam e realizaram: Epaminondas de Carvalho, como Presidente da Diretoria Provisória; Homero Pinho e Joaquim Peixoto, primeiros presidentes oficiais; e Lacerda Nogueira, o Secretário Perpétuo. Com passos pioneiros, a AFL abriu espaço para as mulheres, elegendo Albertina Fortuna Barros, que depois se tornaria a primeira mulher a presidir a instituição. 

Patronos ilustres, entre os quais José do Patrocínio, Casimiro de Abreu, Raul Pompéia, Duque de Caxias, Euclides da Cunha, Visconde de Itaboraí e tantos outros, formaram o alicerce simbólico das 48 cadeiras originais, ampliadas para 50 em 2015, para homenagear também Feliciano Sodré e Ary Parreiras, governantes que consolidaram a sede própria. 

A AFL atravessou décadas impulsionada apenas pelo idealismo de seus membros, enfrentando períodos de limitações, como durante a longa obra de restauração de sua sede histórica na Praça da República, nº 7. Logo após a reinauguração, em 2011, perdeu o notável presidente Edmo Lutterbach. Coube, então, ao acadêmico Waldenir de Bragança e sua diretoria dar novo fôlego à instituição: promovendo concursos, parcerias culturais, atividades acadêmicas e uma mobilização única pela defesa da Língua Portuguesa, inclusive encaminhando memoriais a organismos nacionais e internacionais, defendendo que nosso idioma se torne o 7º oficial da ONU. 

Em 2022, iniciou-se uma nova página nessa história centenária: a eleição, por unanimidade, da professora, escritora e doutora em Letras Márcia Maria de Jesus Pessanha para a presidência da AFL. Segunda mulher a presidir a Casa, e reeleita em 2024, Márcia Pessanha combina erudição e sensibilidade, unindo a força da tradição ao dinamismo da contemporaneidade. Sob sua liderança, a Academia intensificou projetos como o Táxi Literário, concursos literários e fotográficos, revistas culturais e, especialmente, fortaleceu o histórico periódico Boletras – Boletim da Academia Fluminense de Letras, que já se encontra em sua 42ª edição, mantendo vivo o diálogo constante entre passado e presente. 

O boletim conta com a coordenação da presidente Márcia Pessanha, redação e diagramação de Christiane Victer, e apoio da diretoria da Instituição. 

A Revista Eletrônica da Academia Fluminense de Letras (AFL) é uma publicação oficial da centenária instituição, acompanhando os avanços tecnológicos ao ser editada em formato digital. A revista cumpre as finalidades estatutárias da AFL, que incluem a promoção da Literatura, da Cultura, das Ciências Sociais e das Artes, além da valorização do idioma nacional e da preservação da memória e da história, com foco especial no Estado do Rio de Janeiro. Assim, não só preserva o legado da Academia, mas também se moderniza para disseminar conhecimento e cultura, mantendo-se relevante no cenário literário e cultural do estado. Tem editoria da presidente Márcia Maria de Jesus Pessanha, redação e revisão de Christiane Braga Victer, e projeto gráfico de Cleide Villela Abib.

O ápice recente dessa jornada foi o I Congresso Brasileiro de Academias de Letras, realizado durante o Ano do Centenário, reunindo representantes de todo o país para debater “Educação, Cultura e Ética” — uma prova viva de que a AFL não se contenta apenas em preservar: ela também inspira e renova. 

Mais do que uma instituição, a AFL é um símbolo: espaço onde ressoa a memória dos que vieram antes e florescem as vozes dos que escrevem o presente. Seus acadêmicos, herdeiros do ideal de eternizar a língua e a arte, mantêm acesa a chama que ilumina caminhos entre passado, presente e futuro. Como bem expressou Eduardo Portella, “é indispensável que existam instituições capazes de lembrar, de reconstruir percursos, de vivificar a memória” — e a AFL o faz com mestria. 

Ao longo de mais de um século, a Academia transformou-se em ponto de encontro de escritores, artistas e estudiosos, celebrando as letras em toda a sua riqueza. Sediada na histórica Praça da República, nº 7, preserva não só livros e documentos, mas também sentimentos e valores. É ali que se entrelaçam experiências, saberes e afetos, como lembrou o Presidente de Honra, Acadêmico Waldenir de Bragança: “Academias têm sólidas razões para existir. Elas congregam o pensamento acadêmico, dão honras, preservam a memória, integram e ressaltam valores, experiências, sabedoria, cultura acumulada.” 

Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Niterói, a AFL vai além de suas paredes: apoia iniciativas, fomenta publicações, incentiva a arte, e fortalece a cultura nos 92 municípios do estado, por meio da parceria com outras academias de letras, unidas pela Federação das Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro (FALERJ).

Ser fluminense é mais do que um gentílico derivado do latim flumen (rio): é abraçar um legado de poesia, reflexão e resistência cultural. É honrar uma instituição que, ao completar 108 anos, segue costurando com firmeza o tecido da memória literária fluminense — e nele bordando novos sonhos, versos e esperanças. 

Hoje, a Academia Fluminense de Letras permanece como Templo da Palavra e Casa do Amor à Cultura: fiel à missão de celebrar a língua portuguesa, guardar a memória literária e lançar novos olhares sobre o presente e o futuro cultural fluminense. É essa soma de história e esperança que mantém viva a chama acesa pelos fundadores. 

O Focus Portal Cultural, na pessoa do jornalista Alberto Araújo, rende esta homenagem a todos os acadêmicos, patronos e presidentes que, ao longo de mais de um século, fizeram da AFL muito mais do que uma instituição: fizeram dela uma ideia viva, que ecoa e floresce no coração da cultura do Estado do Rio de Janeiro. 

Alberto Araújo

Jornalista – Focus Portal Cultural

22 de julho de 2025, por ocasião da celebração dos 108 anos da Academia Fluminense de Letras – Presidente Márcia Pessanha.

Logo da AFL 


Biblioteca de Niterói época de sua fundação,
prédio onde funciona a AFL, no 2º andar.

Acadêmicos da Academia Fluminense de Letras

Leonardo Giordano e Marcia Pessanha 
entrega de Moção de Aplausos.

Márcia Pessanha - Presidente da AFL

Biblioteca de Niterói - vista atual


Retrato oficial de Acadêmicos da AFL





(CLICAR NA IMAGEM PARA VER O FILME-HOMENAGEM)


FONTE DAS INFORMAÇÕES E FOTOS: Site da Academia Fluminense de Letras

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