domingo, 20 de julho de 2025

CARTA AO CRISTO REDENTOR, AMIGO DE TODAS AS HORAS - PROSA POÉTICA EPISTOLAR DE ALBERTO ARAÚJO

 

APRESENTAÇÃO 

Esta carta nasceu do silêncio das manhãs e do canto dos fins de tarde.

É uma prosa poética epistolar, escrita do coração para Aquele que, mesmo feito de pedra, representa a presença viva e eterna de Jesus entre nós: o Cristo Redentor.

De minha janela, vejo-o todos os dias abraçando a cidade, acolhendo as preces que muitas vezes nem se tornam palavras.

Nele, contemplo mais que um monumento: vejo o Amigo de todas as horas, o guardião dos meus silêncios, o confidente invisível que me acompanha ao longo do tempo. 

Este é um exercício de devoção lírica, nascido da imaginação afetiva, que transforma pedra em presença, estátua em abraço, e distância em companhia eterna.

É, acima de tudo, uma celebração da amizade espiritual que une quem crê a quem acolhe, lá do alto, com os braços sempre abertos. 

CARTA AO AMIGO DE TODAS AS HORAS

CRISTO REDENTOR,

Escrevo-te estas palavras com o coração aberto como o céu que te acolhe, para dizer, uma vez mais, que és meu Amigo de todas as horas. Todos os dias, ao abrir a janela do meu apartamento, encontro teu abraço silencioso recortado no horizonte. Tomo tua bênção antes mesmo de tomar o café, e ali, diante de tua imagem tão próxima e ao mesmo tempo tão eterna, sinto que a vida começa melhor. 

Vejo contigo todos os amanheceres que tingem o céu de ouro e esperança, e assisto, ao teu lado, aos pores de sol que apagam lentamente a luz do dia, mas jamais apagam a luz que vem de Ti. Mesmo quando nuvens pesam sobre a cidade e o teu contorno se faz menos nítido, sei que estás ali, firme no alto, guardando não só a mim, mas todos os amigos, todos os corações que confiam nesse abraço de pedra que fala mais do que mil palavras. 

Teu olhar parece tocar cada rua, cada morro, cada vida e, nessa vigília silenciosa, encontro força e serenidade para os meus dias. És testemunha das minhas alegrias, das minhas dores guardadas, das preces que, muitas vezes, nem sei formular, mas que teu coração entende. 

Nossa amizade, querido Cristo, nasceu do encontro diário do olhar, mas floresceu no silêncio da alma. É uma amizade sem pressa, sem condições, feita de fé e gratidão. E assim seguimos, tu e eu, unidos por essa ponte invisível que liga meu pequeno mundo ao teu abraço infinito.

Pois quem tem um Amigo como Tu jamais caminha só, mesmo nas horas mais sombrias. E mesmo quando a noite cobre teu semblante, sinto que me olhas pelas estrelas.

Com a alma serena e o coração agradecido, de quem todos os dias toma tua bênção, contempla tua presença, e te chama, com devoção e ternura: Amigo. 

© Alberto Araújo

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