segunda-feira, 7 de julho de 2025

AQUARELA CARIOCA - POEMA DE ALBERTO ARAÚJO



AQUARELA CARIOCA

 

O dia nasce manso, aquarela no céu da Guanabara,

ondas preguiçosas beijam a areia de Icaraí,

emoldurando, ao longe, o Cristo Redentor, braços abertos

em bênção sobre o Rio que acorda, preguiçoso e belo.

 

A semana espreguiça, folhas verdes tremulando na brisa,

colibris, beijos rápidos de cor, bailam entre as flores

da Pedra do Índio, guardiã silenciosa da baía.

Borboletas amarelas, laranjas, azuis, letras soltas

de um poema que a natureza escreve sem pressa.

 

O sol avança, aquecendo a Pedra de Itapuca,

rocha ancestral que sente o pulso do oceano,

testemunha de tantas idas e vindas das águas.

O dia se colore, os tons se intensificam,

a vida palpita em cada canto, em cada movimento.

 

E a alegria se faz presente, leve como o voo da borboleta,

forte como a onda que quebra na areia,

majestosa como o Cristo no alto do Corcovado,

ancorada na beleza serena da Pedra do Índio e da Itapuca.

Um dia, uma semana, uma vida bordada em cores cariocas.

Um beijo dourado de beija-flores

daqui da minha janela para todos de Niterói.

 

© Alberto Araújo 

 




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