AQUARELA CARIOCA
O
dia nasce manso, aquarela no céu da Guanabara,
ondas
preguiçosas beijam a areia de Icaraí,
emoldurando,
ao longe, o Cristo Redentor, braços abertos
em
bênção sobre o Rio que acorda, preguiçoso e belo.
A
semana espreguiça, folhas verdes tremulando na brisa,
colibris,
beijos rápidos de cor, bailam entre as flores
da
Pedra do Índio, guardiã silenciosa da baía.
Borboletas
amarelas, laranjas, azuis, letras soltas
de
um poema que a natureza escreve sem pressa.
O
sol avança, aquecendo a Pedra de Itapuca,
rocha
ancestral que sente o pulso do oceano,
testemunha
de tantas idas e vindas das águas.
O
dia se colore, os tons se intensificam,
a
vida palpita em cada canto, em cada movimento.
E
a alegria se faz presente, leve como o voo da borboleta,
forte
como a onda que quebra na areia,
majestosa
como o Cristo no alto do Corcovado,
ancorada
na beleza serena da Pedra do Índio e da Itapuca.
Um
dia, uma semana, uma vida bordada em cores cariocas.
Um
beijo dourado de beija-flores
daqui
da minha janela para todos de Niterói.
©
Alberto Araújo
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