É sábado, e o sol desperta preguiçoso, derramando seus primeiros raios pela fresta da janela.
A claridade dança nas paredes, faz desenhos no chão e aquece, devagarinho, o silêncio da casa. É como se a própria manhã quisesse abraçar a gente, sem pressa, sem cobranças.
Lá fora, o jardim respira um frescor que só o sábado conhece. O vento brinca com as pétalas, as folhas trocam confidências e, no galho mais fino, um colibri chega sem ser chamado. Ele paira no ar, leve como um suspiro, e deixa um beijo quase invisível na janela do coração. É um toque breve, mas suficiente para despertar a alma para a beleza do instante.
Do outro lado do vidro, respiro fundo e sinto que hoje não preciso correr. O sábado me convida ao simples: ouvir o canto dos passarinhos, sentir o cheiro do café fresco, olhar as flores sem contar os minutos. Há algo de mágico nesse descanso permitido, quase sagrado, como se o tempo fosse, por um dia, mais generoso.
Enquanto a manhã avança, deixo o sol me aquecer por dentro. Lembro-me de quem amo, das pequenas bênçãos guardadas na rotina e agradeço, em silêncio, por estar aqui, vivendo este presente.
E assim o sábado segue, feito um poema escrito em raios de sol e assinado com o beijo do colibri. Um lembrete suave de que a felicidade, muitas vezes, pousa na janela da alma, basta ter o coração aberto para receber.
@Alberto Araújo
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