E
ali, naquele instante breve entre o toque da tela e a alma exposta, compreendi
o que é levantar-se mesmo com o coração cansado, escolher sorrir mesmo quando o
dia não sorri de volta, fazer da esperança uma flor no peito, ainda que a estação
pareça inverno.
Naquele instante digital, tornou-se
poesia o que era apenas rolar de dedos, e vi que a beleza ainda mora nos
detalhes, na coragem de enxugar as lágrimas e levantar o rosto para o sol.
Sim, Cora, a alegria é um gesto de
resistência, um ato íntimo de fé, um modo silencioso de dizer ao mundo: "Eu
escolho viver com ternura, apesar de tudo."
E foi assim, com uma simples frase e
um olhar que sabe do palco e da vida, que a manhã se fez mais clara.
Porque
alegria não é ausência de dor — é a flor que brota mesmo no barro da alma.
© Alberto Araújo
Obs. A prosa é de autoria do jornalista e escritor
Alberto Araújo. No entanto, a frase recitada por Beth Goulart recentemente. Apesar de ser amplamente compartilhada como
uma frase de Cora Coralina, não há registro ou fonte confiável que
aponte para um livro específico, poema ou crônica dela com esse tema ou exata
redação.
A pesquisa em obras como Poemas dos Becos de Goiás e Estórias
Mais,
Vintém
de Cobre,
Meu
Livro de Cordel,
entre outros, não revelou correspondência exata. É possível que
se trate de uma paráfrase, síntese de ideias ou trecho condensado inspirado em
suas reflexões cotidianas, mas não consta em nenhuma obra publicada
oficialmente da autora. Não foi localizada em obra literária
específica de Cora Coralina, possivelmente uma paráfrase ou
adaptação livre.
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