“E assim seguimos celebrando:
porque o talento verdadeiro não pede licença, apenas floresce.
E quando floresce, faz do mais antigo dos jardins
um lugar sempre novo, sempre vivo”- Alberto Araújo.
Alguns acontecimentos trazem consigo a leveza do vento ao amanhecer. Foi assim que chegou a notícia em 10 de julho de 2025: Ana Maria Gonçalves, autora do inesquecível “Um defeito de cor”, conquistou um lugar na Academia Brasileira de Letras. Não apenas sentou-se à mesa, mas trouxe, no gesto, a brisa nova de quem cultiva palavras como quem semeia esperança.
Não é só um assento que se ocupa, é um jardim inteiro que se abre. É o eco suave de vozes antigas se encontrando com outras, mais recentes, que também têm o que dizer, cantar, escrever.
O professor Waldeck Carneiro, que também semeia palavras na Academia Fluminense de Letras, celebrou essa chegada com alegria sincera. Em suas palavras, havia mais que uma saudação: havia o reconhecimento de que a literatura floresce melhor quando acolhe todas as formas de beleza. E lembrou, com respeito e admiração, da presidência de Márcia Pessanha, escritora que conduz a casa das letras fluminenses com o cuidado delicado de quem entende que cada palavra tem raiz, caule e flor.
A literatura, quando verdadeira, não pede permissão: ela floresce. Transforma muros em canteiros, transforma silêncio em canto. E Ana Maria Gonçalves não chegou sozinha: trouxe consigo o aroma de muitas primaveras guardadas, de histórias costuradas com coragem, memória e sensibilidade.
É bonito ver, nesses salões antigos, novas flores encontrarem o seu espaço. É bonito saber que, para além das paredes, quem floresce faz renascer caminhos, inspira novos passos, renova o ar.
E assim, seguimos: celebrando o talento que floresce onde encontra solo fértil, água limpa e mãos que cuidam. Porque no coração da literatura, sempre há lugar para mais cor, mais vida, mais poesia.
No fim, tudo se resume a isso: a palavra floresce onde há coragem de plantar.
©
Alberto Araújo
COMENTÁRIO
DE WALDECK CARNEIRO
Waldeckcarneiro disse: Ana Maria Gonçalves é a primeira mulher negra eleita para a @abletras_oficial (Academia Brasileira de Letras), em quase 130 anos de existência da Casa de Machado de Assis, não obstante a relevantíssima produção literária de escritoras negras brasileiras ao longo das últimas décadas! É um marco! Parabéns à autora do clássico “Um defeito de cor”, que rompeu essa enorme barreira, abrindo espaço, espera-se, para que outras literatas negras tomem assento na ABL. Como parlamentar que fundou, na ALERJ, o Fórum Permanente de Diálogo com as Mulheres Negras do RJ (ao lado das deputadas @delmartharocha e @tiaju10 ) e como membro da Academia de Letras do Estado do RJ ( @acadfluletras ), que é presidida por Márcia Pessanha, talentosa escritora negra (@pessanha207 ), afirmo com entusiasmo e convicção: o lugar da mulher negra é onde ela quiser! Inclusive na Academia Brasileira de Letras!
Clicar no link para ler o
comentário original de Waldeck Carneiro em seu Instagram:
https://www.instagram.com/p/DL-DOzCRHCr/?igsh=MjJmd211OGI2ZWdp
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