Neste dia 18 de julho, o Focus Portal Cultural, sob a inspiração e direção do jornalista e escritor Alberto Araújo, presta sincera homenagem a todos os trovadores do Brasil — homens e mulheres que transformam sentimentos em versos, memórias em rimas e instantes em eternidade.
Ser trovador é ter o dom de ver poesia nas coisas mais simples: no sopro do vento, no brilho da manhã, no riso de uma criança ou na saudade que visita ao entardecer. É traduzir a alma em apenas quatro versos e, mesmo assim, tocar outros corações com a força da palavra breve.
TROVAS EM HOMENAGEM AO DIA DO TROVADOR
18 DE JULHO – FOCUS PORTAL CULTURAL
União que faz a trova florescer,
Rima e verso que o povo entoa,
Na alma do Brasil a renascer,
Cultura viva que nunca ressoa.
Rosa vermelha, símbolo e luz,
Palavra simples que faz encanto,
A UBT a quem o verso conduz,
Guardião da arte em todo canto.
Trovador que a história preserva,
Versos curtos, mas de emoção,
Na UBT a cultura conserva,
E a trova pulsa no coração.
O QUE É A TROVA?
A trova é poesia pequena no tamanho, mas infinita no sentido. É composta de uma estrofe de quatro versos heptassílabos — versos de sete sílabas métricas — rimados e independentes, sem título, pois o encanto está justamente na surpresa do sentido revelado ao final.
De origem medieval, a trova nasceu entre trovadores que cantavam amores e histórias nas cortes da Europa. Cruzou oceanos e floresceu no Brasil, tornando-se expressão popular e democrática da poesia.
A trova fala de tudo: amor, saudade, fé, esperança, humor, natureza e vida. É direta, musical, completa em si mesma; cada trova é um pequeno relicário de emoção, capaz de dizer muito com muito pouco. É por isso que, mesmo hoje, encanta gerações: porque faz caber um sentimento inteiro em apenas quatro versos.
Mais do que regra ou técnica, a trova é espontaneidade e emoção, condensadas em poucos versos que dizem muito: sobre a vida, o amor, a natureza, a saudade, a fé, o humor ou a reflexão. É uma poesia sem título, pois o título roubaria a surpresa do sentido que nasce ao final. É também, por essência, independente: cada trova precisa ser completa em si mesma, com início, meio e fim que se bastam.
Vinda de tradições ibéricas medievais e cultivada com fervor no Brasil, a trova floresceu como expressão democrática da alma popular — ao mesmo tempo simples na forma e profunda no conteúdo.
A trova é, enfim, um sopro poético capaz de iluminar o instante, emocionar o leitor e, sobretudo, celebrar a beleza da palavra breve, mas eterna no sentimento.
Algumas
trovas que se tornaram inesquecíveis, pela simplicidade e pela força com que
tocam a alma:
“Trova
é flor que se cultiva
no
jardim do coração;
quem
semeia amor na vida
colhe
versos de emoção.”
(Autor desconhecido)
“Saudade
é corda de aço
que
não se parte ao sofrer;
quanto
mais o tempo passa,
mais
difícil de romper.”
(Luiz
Otávio)
“Trova
é o canto pequenino
que
tem força de oração:
quatro
versos tão singelos,
mas
que falam ao coração.”
(Pedro
Rainho)
A HISTÓRIA DA UBT – UNIÃO BRASILEIRA DE TROVADORES
A trova encontrou terreno fértil em corações brasileiros graças ao sonho e à sensibilidade de Luiz Otávio, pseudônimo do poeta Gilson de Castro (1916–1977).
Nascido em 18 de julho de 1916, no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro, Luiz Otávio viveu para semear versos e unir trovadores de todo o país.
Antes da UBT, nasceu em 1958, na Bahia, o Grêmio Brasileiro de Trovadores (GBT), criado por Rodolfo Coelho Cavalcanti, voltado especialmente aos poetas populares e cordelistas do Nordeste. Em 1961, Luiz Otávio ingressou no GBT, levando a trova a novas fronteiras. Percebendo a força que a trova poderia ter unindo o Brasil inteiro, Luiz Otávio idealizou e fundou, em 21 de agosto de 1966, a União Brasileira de Trovadores (UBT).
A UBT se espalhou rapidamente, organizando Jogos Florais, concursos, encontros e seções em todos os estados. Seu símbolo é uma rosa vermelha, sinal de beleza e paixão; e seu padroeiro, São Francisco de Assis, traduz a simplicidade e o amor que nascem do verso.
A UBT estruturou-se em níveis Nacional, Estadual, Seções Municipais e Delegacias, promovendo cerca de 200 concursos anuais e mantendo viva a tradição trovadoresca em todo o território nacional.
Luiz Otávio, eleito “Príncipe dos Trovadores do Brasil” em 1960, presidiu a entidade até 1973, sendo depois nomeado Presidente Perpétuo, como reconhecimento eterno ao seu trabalho.
Mais do que uma entidade literária, a UBT é a casa onde a palavra rimada encontra abrigo; onde memórias viram poesia e sentimentos ganham voz. No Dia Nacional do Trovador, celebrado em 18 de julho, celebramos não apenas uma forma poética, mas uma tradição que aproxima corações, preserva memórias e semeia beleza por todo o Brasil.
Em 1960, Luiz Otávio, junto de J. G. de Araújo Jorge, semeou esperança ao criar os I Jogos Florais de Nova Friburgo — encontro que fez ecoar trovas por vales e montanhas, reunindo vozes e rimas de muitos estados.
Em 1956, colheu e ofertou ao Brasil a antologia “Meus Irmãos, os Trovadores”, reunindo cerca de 2.000 trovas, eternizando a arte simples e profunda de dizer muito em poucas palavras.
A
UBT ergueu-se como um jardim de versos, estruturado em níveis Nacional,
Estadual, Seções Municipais e Delegacias, multiplicando concursos, Jogos
Florais e encontros. Seu símbolo, uma rosa vermelha, traduz a beleza e a força
dessa arte; seu padroeiro, São Francisco de Assis, representa a simplicidade e
o amor que brotam da trova.
Em 3 de dezembro de 1968, tornou-se oficialmente entidade de utilidade pública pelo antigo Estado da Guanabara — um gesto que reconheceu sua grandeza cultural.
Até
hoje, a UBT mantém viva a chama trovadoresca, realizando cerca de 200 concursos
anuais que revelam talentos, guardam memórias e espalham poesia pelos quatro
cantos do país.
Luiz Otávio, eleito “Príncipe dos Trovadores do Brasil” em 1960, presidiu a UBT até 1973 e foi consagrado Presidente Perpétuo, eternizado como o grande jardineiro dessa seara de versos.
A UBT, mais do que um movimento literário, é um templo da palavra sentida, da poesia que aproxima, do gesto que une passado, presente e futuro.
No Dia Nacional do Trovador, celebrado em 18 de julho — data do nascimento de Luiz Otávio —, renova-se o tributo a todos que, com sensibilidade e talento, continuam a semear trovas que florescem nos corações.
LUIZ OTÁVIO: O PRÍNCIPE POETA DA TROVA BRASILEIRA
No coração vibrante do Rio de Janeiro, no amanhecer do século XX, nasceu Gilson de Castro — mas foi como Luiz Otávio que ele encantou o Brasil. Cirurgião-dentista de profissão, trovador de alma e verbo, ele veio ao mundo em 18 de julho de 1916, trazendo consigo a missão de elevar a trova ao patamar das grandes artes brasileiras.
Na década de 1950, com voz e paixão, Luiz Otávio soprou novos ventos sobre a trova. Com as ondas do rádio, as páginas dos jornais e o brilho das revistas, tornou-se um farol que guiou multidões ao encontro dessa forma poética tão singela e profunda. Em 1956, deu luz a “Meus Irmãos, os Trovadores”, um livro que não foi apenas uma obra, mas um marco — um colosso com 2.000 trovas de autores diversos, que lançou a semente do movimento trovadoresco moderno, expandindo raízes por todo o Brasil.
Com o espírito inquieto e colaborativo, em 1960 Luiz Otávio, ao lado do renomado J. G. de Araújo Jorge, deu vida aos I Jogos Florais de Nova Friburgo. Essa chama cultural acendeu-se e espalhou-se como pólvora, multiplicando trovadores por cada canto do país, fazendo da trova um pulsar coletivo e popular. A União Brasileira de Trovadores, fundada em 1966, nasceu desse crescendo, uma casa onde a poesia em forma de trova encontrou morada e união.
Reconhecido como presidente perpétuo da UBT, Luiz Otávio ganhou o título de Príncipe dos Trovadores, coroado em 1960 num congresso em São Paulo, consagrando-o não apenas um poeta, mas um símbolo vivo da trova brasileira. Entre 1972 e 1974, o universo trovadoresco o declarou Magnífico Trovador — honra justa à sua obra e influência.
Por seu legado, o dia 18 de julho tornou-se em muitos rincões do Brasil o Dia do Trovador, uma homenagem perpétua àquele que, com sua arte e dedicação, fez da trova a voz doce e firme do povo brasileiro.
Luiz Otávio partiu em 31 de janeiro de 1977, em Santos, mas sua trova continua ecoando — imortal, eterna, viva.
MAIS
TROVAS DE ALBERTO ARAÚJO DO FOCUS PORTAL CULTURAL EM HOMENAGEM AO DIA DO
TROVADOR
No
Brasil, a trova é raiz,
Que
brota forte em cada canto,
UBT
é o seu grande matiz,
Que
colore o sonho e o encanto.
Palavras
que dançam no ar,
São
trovadores a cantar,
UBT
a nos celebrar,
Faz a poesia se espalhar.
Entre
versos o tempo se prende,
Na
trova mora a tradição,
UBT
é a ponte que entende,
O
pulsar da nossa paixão.
Editorial
©
Alberto Araújo
Focus
Portal Cultural
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