A velhice não é um fim: é uma aurora em outro tempo. É quando as rugas se tornam medalhas de vida, e cada fio de cabelo branco floresce como um verso de sabedoria, tecido pela mão de Deus.
Chegar à terceira idade é alcançar um território sagrado onde o ontem, o hoje e o amanhã se abraçam sem medo. É caminhar com passos mais lentos, mas com um olhar mais profundo, capaz de enxergar a beleza escondida nas pequenas coisas: o canto do vento, o perfume da terra molhada, o calor de uma mão amiga.
É uma dádiva divina permanecer, resistir e florescer em meio às estações. É aprender que o corpo pode até ceder, mas o espírito dança com mais leveza. É descobrir que as cicatrizes não ferem mais: elas enfeitam, contam histórias e iluminam caminhos para os que vêm depois.
A velhice é bênção, é coroa de aurora dada aos que atravessaram tempestades e ainda encontram força para sorrir. É tempo de colher serenidade, de ofertar conselhos como quem oferece sombra ao viajor cansado. É tempo de amar sem pressa, perdoar sem peso e agradecer sem medida.
Porque não é o fim que se anuncia, mas o início de um diálogo silencioso com a eternidade. E quem alcança esses dias descobre que envelhecer é, sobretudo, um ato de coragem e graça: um presente que o tempo concede apenas aos que sabem verdadeiramente viver.
© Alberto
Araújo
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