sábado, 10 de maio de 2025

O LUAR DO SERTÃO DE ALBERTO ARAÚJO PARAFRASEANDO A MÚSICA LUAR DO SERTÃO DE CATULO DA PAIXÃO CEARENSE E RICARDO LUNARDI



 

O LUAR DO SERTÃO DE ALBERTO ARAÚJO

Parafraseando a música Luar do Sertão de Catulo da Paixão Cearense e Ricardo Lunardi

 

Não há luar assim.

Ponto final.

Cidade inventa outro brilho,

falso, banal.

 

Lá, na serra,

a lua é pranto branco

em folha seca.

Aqui, só escuro e pressa.

 

Viola ponteia saudade.

Lua cheia no coração.

Galo canta a alma da noite,

soluço de solidão.

 

Quero morrer na serra.

Terra abraço final.

A Inhambu Sururina chorando à tarde.

Luar do sertão, essencial.

 

 

Escutem, viajantes da noite! Este clarão que banha o sertão não se encontra em ruelas urbanas. É saudade líquida, prata derramada sobre a aridez, onde a natureza veste o luto das folhas secas sob um astro que nasce como um sol invertido. Ali, a viola chora melodias sentidas, unindo-se ao disco celeste que emerge do próprio peito. Não há beleza comparável ao canto dolente do galo, a alma da lua em soluços noturnos. Ah, o desejo de repousar na serra amada, terra-mãe para o derradeiro sono, embalado pelo pranto da sururina. Este luar... este luar do sertão... é único, inigualável, eternamente cravado na memória da alma brasileira.

 

© Alberto Araújo


 LETRA DA MÚSICA LUAR DO SERTÃO

Não há, oh, gente, oh, nãoLuar como esse do sertãoNão há, oh, gente, oh, nãoLuar como esse do sertão
Oh, que saudade do luar da minha terraLá na serra, branquejando folhas secas pelo chãoEsse luar, lá da cidade, tão escuroNão tem aquela saudade do luar lá do sertão
Se a lua nasce por detrás da verde mataMais parece um sol de prata, prateando a solidãoE a gente pega na viola que ponteiaE a canção e a lua cheia a nos nascer do coração
Não há, oh, gente, oh, nãoLuar como esse do sertãoNão há, oh, gente, oh, nãoLuar como esse do sertão
Coisa mais bela nesse mundo não existeDo que ouvir um galo triste, no sertão se faz luarParece até que a alma da Lua é quem descansaEscondida na garganta desse galo a soluçar
Ah, quem me dera eu morresse lá na serraAbraçado à minha terra e dormindo de uma vezSer enterrado numa grota pequeninaOnde, à tarde, a sururina chora a sua viuvez
Não há, oh, gente, oh, nãoLuar como esse do sertãoNão há, oh, gente, oh, nãoLuar como esse do sertão
Não há, oh, gente, oh, nãoLuar como esse do sertãoNão há, oh, gente, oh, nãoLuar como esse do sertão

Compositores: Ricardo Lunardi / Catulo Da Paixão Cearense





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