Em um tempo onde o zumbido das telas ainda não havia silenciado o eco das risadas, a infância era um território mágico, onde a imaginação florescia livremente. As ruas de paralelepípedos se transformavam em campos de batalha épicos, onde piões, como guerreiros de madeira, duelavam em batalhas de resistência, e ioiôs, com seus movimentos hipnotizantes, desafiavam as leis da gravidade.
As tardes eram preenchidas com o tilintar das bolinhas de gude, que rolavam em duelos estratégicos, e o ritmo frenético das petecas, que voavam em partidas acirradas. Os quebra-cabeças, com suas peças coloridas, desafiavam a mente, enquanto o dominó, com seu efeito cascata, criava um espetáculo de cores e sons.
As bonecas de pano, com seus vestidos remendados e sorrisos costurados, eram confidentes silenciosas, guardando segredos e participando de chás imaginários. Os carrinhos de madeira, esculpidos com carinho, aceleravam em pistas improvisadas, impulsionados pela força da imaginação, e os pula-pulas transformavam o chão em um trampolim para a alegria.
E, no meio de toda essa magia, os heróis de brinquedo e da televisão: He-Man, o guerreiro invencível, Homem-Aranha, o amigo da vizinhança, Capitão América, o símbolo da justiça, Thor, o deus do trovão, Miss Marvel, a heroína cósmica, e Hulk, o gigante esmeralda. Eles eram a personificação da coragem, da força e da esperança, inspirando as crianças a serem a melhor versão de si mesmas.
Os brinquedos de antigamente, com sua simplicidade e ausência de tecnologia, e a legião de heróis que os acompanhavam, eram tesouros preciosos, guardados nas memórias de quem teve a sorte de vivenciar aquela época. Eles nos lembram de que a infância não precisa de telas ou tecnologia para ser mágica, basta um pouco de imaginação, um punhado de amigos e a certeza de que, com um pouco de coragem, podemos ser todos heróis.
© Alberto Araújo
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